De O Estado

As obras de urbanização da Península da Ponta d´Areia, que inclui a complementação do espigão costeiro construído pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Infraestrutura, foram iniciadas esta semana e transformarão a área em um grande polo de lazer e turismo em São Luís. Máquinas e equipes da empresa de engenharia que executarão o serviço trabalham no local. O projeto, orçado em mais de R$ 32 milhões, deve ser concluído em 240 dias.

Segundo o responsável pela obra, o engenheiro civil Aloísio Duailibe Pinheiro, uma das primeiras ações será a construção do braço do espigão com extensão de 128 metros e 8,2 metros de largura, que proporcionará a edificação da Marina da Ponta d´Areia, que tornará a chegada das embarcações na região mais segura. Para isso, será utilizado um volume de 104.714 metros cúbicos de pedras de grande porte.

O projeto inclui a construção de um deque de madeira, que utilizará madeira reaproveitada e palmeiras imperiais como item de ornamentação, iluminação e pavimentação do espigão, fixação de proteção das laterais, bancos, locais para coleta de lixo, pontos de observação, entre outros espaços paisagísticos.

“Ao longo de toda a orla da Península da Ponta d´Areia, serão construídos banheiros, quiosques para venda de artesanato maranhense, lanchonetes, além de calçadão e ciclovia para oferecer aos visitantes maior conforto”, comentou o engenheiro.

Melhorias

Segundo Aloísio Duailibe, também está incluída no processo de melhoria urbanística do espigão costeiro, a revitalização do Memorial de Bandeira Tribuzi, que deve ser transformado em Centro Cultural, guardando toda a obra do poeta ludovicense. O memorial servirá ainda de apoio para a marina a ser construída na região.

Nas proximidades do Forte da Ponta d´Areia (Forte de Santo Antônio da Barra de São Luís), que hoje abriga grupamento do Corpo de Bombeiros e foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional desde 1975, o trânsito de veículos será interrompido para que sejam incentivados os passeios familiares a pé e em bicicletas.

Para o secretário-adjunto de Infraestrutura, Aparício Bandeira, São Luís só tem a ganhar com essa grande obra. “Esse espaço vai transformar a cidade. A Ponta d´Areia, que já era um polo turístico, vai ficar ainda melhor para receber os visitantes. Não serão apenas os moradores da área que serão beneficiados, toda a população da cidade poderá usufruir desse projeto”, destacou.

Espigão já apresenta efeitos na orla

O espigão costeiro da Ponta d´Areia, também conhecido como quebra-mar, foi construído para recompor a faixa de praia que já existiu no local, de forma a conter o avanço da erosão, que atinge bares, restaurantes e prédios residenciais. A obra já apresenta efeitos visíveis, como o aumento da faixa de areia.

Outro papel importante desempenhado pela obra é o desassoreamento do canal da Ponta d´Areia, existente entre a península e o banco de minerva, uma espécie de banco de areia. O local serve para o tráfego de embarcações, que estavam encalhando por causa do assoreamento no canal.

De acordo com estudo elaborado pela Universidade de São Paulo (USP), encomendado pela Vale e doado ao Governo do Estado, as transformações ocorridas com a construção da barragem e do Aterro do Bacanga modificaram a velocidade dos rios Bacanga e Anil. Isso acarretou mudanças na corrente marítima na área da Ponta da Areia, aumentando a intensidade da erosão e diminuindo a faixa de praia, o que acentuou ainda mais o assoreamento do canal.