O desempenho de Dilma e o mito da rejeição

Desde que o senador Edison Lobão Filho (PMDB) entrou na disputa pelo Governo do Estado, adversários – e mesmo alguns aliados – do peemedebista repetem com um mantra a tese segundo a qual candidato com rejeição acima dos 35% tem pouquíssimas chances de vitória.

A esses teóricos, tenho dito que isso não passa de mito. Por um simples motivo – e tomando por base ainda a disputa maranhense: se o candidato Flávio Dino (PCdoB) tem mais de 50% das intenções de voto, o ideal, para o comunista, seria que a rejeição de Lobão Filho fosse maior que 50%.

Se não é, isso significa que ainda há eleitores de Flávio Dino que podem votar no candidato do PMDB.

Os oposicionistas – e, repito, alguns governistas -, no entanto, seguem defendendo a tese sobre a rejeição. E, recentemente, usaram até uma análise do jornalista e analista político Gaudêncio Torquato, professor da USP, sobre o tema.

Diz ele: “quando vejo um índice em 35% [de rejeição], alerto: beira do buraco!”.

Como se explica então, professor, entendidos e afins, que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem 36% de rejeição, segundo a mais recente pesquisa Ibope, divulgada ontem (22), venceria no 1º turno se a eleição fosse hoje e é apontada por 54% do eleitorado como a provável próxima presidente do Brasil?

Ela não deveria estar à “beira do buraco”?

A importância da rejeição no cenário eleitoral é nada mais que um mito.

rejeição

5 pensou em “O desempenho de Dilma e o mito da rejeição

  1. Se a eleição fosse um só turno, sua análise seria verdadeira… A questão é que não deve ser. No segundo turno, vence aquele que tem menos rejeição. Lembras da eleição de Jackson? Até hoje, em lugar nenhum do mundo, onde a eleição é plebiscitária (só dois candidatos, como ocorre em um segundo turno) candidato com mais de 35% de rejeição foi eleito.
    Para ela ser eleita, deve arregaçar a manga e procurar vencer no primeiro turno… se houver segundo turno, ela dança.
    [Lembro que Roseana teve, no primeiro turno, mais de 49% dos votos, mas, com rejeição altíssima – batendo a casa dos 30%, à época – perdeu para aquele que Édson Vidigal um dia chamou de “Velho Escroto”

  2. Vc msm respondeu no seu texto, os 36% de rejeição de Dilma estão com os adversários, uma coisa é ter 36% na liderança outra é ter o mesmo número em segundo e com uma diferença de 30%.

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