Coroatá: funcionário de hospital confirma “queda de oxigênio” no dia em que ocorreram mortes

Versão de funcionário que estava de plantão desmente nota oficial do Governo do Estado e relato de diretores ao Ministério Público

Um funcionário do Hospital Macrorregional de Coroatá confirmou, em depoimento por escrito, denúncia feita por O Estado na semana passada sobre a morte de pacientes por falta de oxigênio, no dia 18 de abril.

Daniel Sousa da Silva estava de plantão na madrugada em que morreram quatro pessoas que estavam internadas na UTI da unidade.

E foi categórico: houve, sim, “queda de oxigênio” naquela ocasião.

Essa teria sido a causa das mortes.

No documento, o colaborador relata que recebeu a informação de duas funcionárias que estavam na UTI no momento em que um alarme disparou acusando o problema, pouco antes das 5h da manhã.

Momentos depois, um médico de plantão, identificado apenas como Dr.Vismar, informou que duas pacientes haviam “parado” – o que significa que houve parada cardíaca – por conta disso.

Daniel tentou, então, sem sucesso, acionar funcionários da empresa RD Tecnologia, que presta serviço de manutenção nas UTIs do Macrorregional de Coroatá. Mas houve, ainda de acordo com o depoente, pouco empenho dos contratados.

O problema só foi resolvido quase duas horas depois, quando quatro pessoas já estavam mortas.

O caso foi denunciado incialmente por O Estado. Em nota, o Governo contestou a informação,  “posto que não ocorreu nenhum problema no fornecimento de oxigênio para a UTI do Hospital Macrorregional de Coroatá Alexandre Mamede Trovão, no dia 18 de abril”.

O Ministério Público apura o caso. Aos promotores a direção do hospital também garantiu não houve qualquer tipo de interrupção ou diminuição no fornecimento de oxigênio aos pacientes no dia 18 de abril. Eles negaram, também, que tenha havido falha no fornecimento de energia elétrica, ressaltando que o hospital possui gerador de energia sobressalente para esses casos.

Ainda segundo eles, a empresa responsável pelo fornecimento do oxigênio mantém quatro técnicos para o acompanhamento do serviço, em regime de revezamento.

A versão oficial, no entanto, conflita com o relato formal do funcionário.

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