PF pede quebra de sigilo de ministro maranhense do TCU

Revista Época

(Foto: Jane de Araújo)

(Foto: Jane de Araújo)

A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, e do ministro Raimundo Carreiro, em razão das suspeitas de corrupção envolvendo a atuação do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte.

Os indícios surgiram durante a investigação que apura tráfico de influência no TCU. Cedraz é acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessôa, da UTC, de ser o intermediário de repasses para o ministro Raimundo Carreiro. No total, Ricardo Pessôa diz em sua delação que pagou R$ 1 milhão a Cedraz, em parcelas de R$ 50 mil.

Com apenas 34 anos de idade, Cedraz chamou a atenção nos bastidores de Brasília pela meteórica carreira na advocacia. Ele faz parte de um grupo de filhos de autoridades que, apesar do curto tempo na advocacia, exibia uma vida de luxo. A PF descobriu despesas como R$ 500 mil na festa de casamento, além de quase R$ 3 milhões na compra de apartamento, reforma e material de obras. Ele ainda deu de presente à esposa um BMW de R$ 190 mil, de acordo com a PF.

A partir da delação de Pessôa, a PF mapeou as relações de Cedraz, realizou buscas e descobriu dezenas de e-mails e ligações consideradas suspeitas. Isso levou a Lava Jato a pedir a quebra dos sigilos do advogado e dos ministros Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro ao Supremo Tribunal Federal.

A quebra do sigilo telefônico do escritório de Tiago Cedraz mostra que sua relação no TCU extrapolava o fato de ser filho do presidente da Corte, de acordo com a investigação. O escritório ligou 44 vezes para Carlos Maurício Lociks de Araújo, funcionário do gabinete do ministro Raimundo Carreiro e responsável pelo voto no processo de interesse da UTC. Chamaram a atenção ainda as ligações do escritório de Cedraz para o gabinete do pai. Isso porque o pai do advogado se declara impedido e não julga os casos que envolvem o filho. Para a PF, as ligações mostram que sua atuação extrapolava a relação de parentesco com o ministro Aroldo Cedraz. Foram 186 ligações para o gabinete do pai, sendo 115 para o chefe de gabinete, Sérgio Teixeira Albuquerque, e outras para três servidoras.

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