“Somos diferentes”, diz Nicolao sobre inclusão de Flávio Dino na Lava Jato

(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, comentou em entrevista à Folha de S. Paulo o fato de o irmão dele, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ter sido incluído na Lava Jato.

O comunista foi delatado como destinatário de R$ 200 mil da Odebrecht, por meio de caixa dois, na campanha de 2010, para apoiar um projeto de lei de interesse da empreiteira na Câmara dos Deputados.

Segundo Nicolao, o fato de o irmão dele ter sido delatado não atrapalha sua pretensão de ser candidato a procuradoror-geral da República após o fim do mandato de Rodrigo Janot.

“Os valores que eu defendo me acompanham desde que eu ingressei na vida pública como procurador da República. Por outro lado, nesta mesma toada, somos pessoas diferentes e com identidades diferentes. Tenho dito que nado não apenas em raias diferentes, mas em piscinas diferentes. Minha vida pública como procurador da República em nada interfere na vida dele como político e vice-versa. Não vejo como misturar essas estações”, disse.

Durante a entrevista, o vice-procurador-geral eleitoral expressou mais uma vez o que pensa sobre o caixa dois.

“O caixa dois favorece em muito o abuso de poder econômico e as práticas de corrupção eleitoral. E pode escamotear uma relação de troca de favores. É destinação a uma campanha mas, na realidade, se trata de uma retribuição por favor já feito ou a ser feito”, destacou.

Segundo ele “o caixa dois é a antessala da corrupção”.

“A corrupção e o caixa dois são zonas muito fronteiriças. O caixa dois é a antessala da corrupção. Não há como relativizar a irregularidade do caixa dois porque pode ser fruto de tráfico, de contrabando ou de dinheiro encaminhado ao exterior de forma irregular, sem ter sido submetido à Receita. O simples fato de não ter a possibilidade de auditar [o dinheiro] já é em si algo perigoso. A obscuridade abre espaço muito fértil à prática de ilicitudes”, completou.

Leia aqui a íntegra da entrevista.

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  1. Esse depoimento parece apenas fazer parte do grande esforço que o irmão de FD está fazendo para ver se é nomeado substituto do Janot na PGR. Se isso acontecer, a opinião dele vai mudar completamente para beneficiar o irmão. Estamos de olho.

  2. Querer separar um familiar tão próximo, como um irmão, soa muito estranho!

    Vejam que o próprio Flávio Dino tem uma parenta que está sendo beneficiada de um “aluguel camarada” de um imóvel na Rua do Sol-Centro. Quer dizer que aí ela caminha em raia e piscina diferente da do governador também? Nicolao Dino tropeçou em suas próprias palavras. Na verdade ele fala de cadeira, sabe que “A corrupção e o caixa dois são zonas muito fronteiriças” mesmo, e que Dino em que pese querer se mostrar de vestal da moralidade é um tremendo hipócrita.

  3. Esse está morrendo de medo e tenta dissimular o vazamento da informação que o irmão iria ser investigado e que teria supostamente a sua participação. O objetivo dessa entrevista foi somente isto!

  4. Isso já foi discutido e rediscutido no julgamento do mensalão. Não existe essa história de caixa 2. Receber dinheiro ou vantagem é crime de corrupção passiva, punido com pena de dois a doze anos de prisão e multa.

    • Concordo meu amigo Wilson Barros, Caixa 2 é sinônimo de tudo isso que você alude. Portanto é crime. Tipificado também como crime eleitoral. Não existe essa estória de doação em Caixa 2, nem nas relações privadas a lei permite!!!

  5. “DISCURSO” bonitinho mais e se Flávio Dino se meter numa enrascada ele não irá ajudá -lo? afinal irmão é irmão e na hora da necessidade o sangue clama mais alto.

  6. Esse aí é a mesma coisa do irmão, mas Sarney não vai permitir que ele seja escolhido para procurador geral.

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