“O que tem muito é fuxico, mentira”, diz Arnaldo Melo sobre eleição indireta

arnaldo_meloO presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), mostrou-se um tanto incomodado hoje (6) ao ser questionado por jornalistas sobre quem o apoiaria numa provável eleição indireta para o Governo do Estado.

Sabidamente pretenso candidato caso a governadora Rosena Sarney (PMDB) decida mesmo renunciar ao cargo para candidatar-se a senador em outubro, Melo disse que nunca conversou com seus colegas sobre o assunto, que não sabe quantos votariam nele e disparou: “o que tem muito é fuxico, mentira”.

“Se vocês me perguntarem: ‘numa eleição para governador, numa eleição indireta, quantos votos você conta?’ Eu não sei. Não sei [se a oposição está comigo]. O que tem muito é fuxico, mentira, aí, de gente dizendo que fulano pode ser candidato, ou sicrano. Nuncas ninguém me procurou para dizer: ‘se não for você, será fulano’. Nunca tratei desse assunto. Eu nunca tive conversas clandestinas sobre eleição na Assembleia Legislativa. Não houve isso”, declarou.

O peemedebista também comentou a confirmação, pela Casa Civil do Governo do Estado, de que ele será convidado para uma reunião onde a eleição indireta será o tema.

“Ela nunca disse para ninguém que vai sair. Se ela tivesse dito para alguém: ‘vou sair para o Senado’, aí eu estranharia ela não me chamar para conversar. A hora que ela me chamar para conversar estou pronto para conversar. Sou um homem de diálogo, agora, de posição”, completou.

O presidente da AL disse defender, contudo, que a governadora “é um bom nome” do grupo para a disputa pela vaga no Senado a ser aberta com o fim do mandato de Epitácio Cafeteira (PTB).

“Eu defendo que ela é um bom nome do nosso grupo. É uma grande liderança, muito bem articulada em Brasília é uma pessoa que com certeza nos traria uma grande contribuição estando no Senado”, disse.

Comando do Estado ainda pode passar ao Judiciário

roseana_arnaldoEm meio às articulações que podem levar a uma eleição indireta no Maranhão, há, sim, uma possibilidade de o comando do Governo do Estado passar às mãos da presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Cleonice Freire.

E essa possibilidade é, em última instância, a única saída para que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Arnaldo Melo (PMDB), escape da armadilha em que se metera caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) renuncie ao mandato às vésperas do prazo fatal – dia 5 de abril – e ainda consiga reunir as condições para eleger o secretário de Estado de Infraestrutura Luis Fernando Silva (PMDB) por voto indireto.

Nesse cenário – diga-se de passagem o sonhado pelo Palácio dos Leões -, Arnaldo Melo estaria obrigado a assumir o Governo do Estado por 30 dias, o que o tornaria inelegível para um tentativa de reeleição como deputado. Como – ainda no cenário hipotético – Luis Fernando estaria eleito, a carreira política do presidente da Assembleia estaria terminada.

É nesse ponto, no entanto, que a saída pode ser a passagem do comando do Executivo para o Judiciário.

Se recebesse a incumbência de governar o Estado pouco antes do dia 5 de abril, Melo não precisaria necessariamente passar os 30 dias no cargo. Ele poderia renunciar ainda antes do prazo fatal e, como o poder já haveria passado pelo Legislativo, a presidente do TJ assumiria o “fardo”, com o presidente da AL livre para tentar sua reeleição.

Mas esse (nunca é demais frisar) é apenas um cenário hipotético…

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Roseana só sai no fim de março

Eleição indireta será “convenção” do PMDB

arnaldo-melo-luis-fernandoAs articulações que envolvem uma possível renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) para disputar uma vaga no Senado estão cada vez mais intensas entre membros da base governista e por um motivo pouco aparente.

Ocorre que, mais do que definir o sucessor da peemedebista por nove meses, uma eleição indireta na Assembleia Legislativa – se ela sair mesmo do cargo – também confirmará, muito provavelmente, quem será o candidato do PMDB em outubro.

O pleito é, portanto, uma espécie de convenção informal do partido.

Explica-se: caso o eleito indiretamente seja o secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva, está claro para todos que ele será candidato natural à reeleição.

A questão é que, se o eleito for o presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo, há também no grupo governista quem acredite que seja ele o candidato em outubro.

E não porque queira, mas pelas circunstâncias.

Quem acompanha as conversas relata que Melo, se eleito governador pela via indireta, tem garantido apoiar a eleição direta de Luis Fernando. Mas há no grupo quem não acredite em sucesso no pleito de outubro nessas condições.

Para esses observadores, se o presidente do Legislativo for o escolhido dos deputados numa eventual saída de Roseana, o próprio Luis Fernando abdicaria da pré-candidatura, por não confiar no êxito do projeto.

Assim, restaria ao próprio parlamentar levar uma candidatura do PMDB adiante.

Ou seja: a convenção do PMDB acontecerá na Assembleia…

Temendo eleição de Luis Fernando, oposição cola em Arnaldo Melo

Arnaldo-Melo2É cada vez mais visível o desconforto da oposição maranhense com a possibilidade de secretário de Estado de Infraetsrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), ser eleito governador pela via indireta na Assembleia Legislativa – isso pode ocorrer se a governadora Roseana Sarney (PMDB) renunciara ao mandato para entrar na disputa por uma vaga ao Senado em outubro deste ano.

Mais até do que o próprio presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), são os oposicionistas os que mais lutam para que o comandante do Legislativo force uma candidatura. Tentam dar nele uma “picada”da mosca azul e por isso não desgrudam do peemedebista.

Na semana passada, por exemplo, o líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), já havia se posicionado. “Entendemos que o governador tampão deve ser alguém moderado, conciliador, para administrar a pluralidade da Assembleia no caso de um mandato tampão. Não temos posição formada, mas é possível que oposição termine votando em Arnaldo”, admitiu.

Ontem (17), em conversa com jornalistas no Complexo de Comunicação da AL, quando perguntado sobre a possibilidade de eleição indireta do secretário Luis Fernando Silva, outro oposicionista, o deputado Marcelo Tavares (PSB), foi sucinto. “Se depender de nós, não”, disse, ríspido. E encurtou a conversa.

Nas redes sociais, aliados do comunista Flávio Dino não conseguem mais esconder a intranquilidade a cada novo movimento no jogo sucessório. Se julgam que Arnaldo Melo tomou uma decisão desfavorável ao governo, o elogiam. Se ele, de outro lado, mostra que está sintonizado com o grupo do qual faz parte, o criticam.

O desfecho final sobre o caso, contudo, só deve ocorrer em duas semanas, no início de março, quando se imagina que a governadora Roseana – se decidir mesmo sair – deve deixar o Palácio dos Leões.

Decisão sobre candidatura é “de grupo”, diz Arnaldo Melo

arnaldoO presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), rechaçou ontem, em entrevista a O Estado durante o ato de inauguração novo complexo de Comunicação da Casa, a existência de qualquer polêmica envolvendo a possibilidade de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) para entrar na disputa por uma vaga no Senado e realização de uma eleição indireta para o Governo do Estado pelos deputados maranhenses.

Apontado como um dos virtuais candidatos – e considerado o preferido do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), que acena com apoio a uma eventual candidatura -, o peemedebista garantiu que só entrará na disputa se conseguir aval dos grupos a que pertence, tanto na Assembleia, quanto na política estadual.

“Quem é de grupo não pode tomar decisões sozinho”, disse o parlamentar.

Segundo ele, os colegas da bancada governista no Legislativo e o grupo político ao qual pertence serão consultados antes de qualquer decisão. “Sou um homem de grupo e como tal tomarei decisões em grupo, seja na Assembleia, consultando a bancada da qual faço para, seja no grupo político amplo, do qual faço parte”, completou.

Ainda na entrevista, Melo reafirmou a disposição de só iniciar os entendimentos sobre a resolução que regulamentará a lei estabelecendo regras da eleição indireta quando a governadora Roseana informar se sai mesmo do Palácio dos Leões.

Ele voltou a pontuar que não faz sentido editar uma resolução sem antes haver a confirmação da desincompatibilização da peemdebista. “Volto a dizer: seria regulamentar o nada se nós editássemos uma resolução sem saber se a governadora Roseana Sarney deixará o cargo”, reiterou.

O presidente argumentou, ainda, que o fato de a resolução estabelecer pontos específicos do pleito – como data e até hora para a votação – ela ficaria inutilizada se Roseana Sarney resolvesse concluir o mandato.

“É a partir de uma decisão dela [governadora Roseana Sarney] informando oficialmente se vai sair ou não que poderemos dar início ao processo de elaboração desta resolução”, completou Arnaldo Melo.

EXCLUSIVO! Luis Fernando e Arnaldo Melo discutem eleição indireta para governador

arnaldo-melo-luis-fernandoO secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo, ambos do PMDB, acabam de sair de um almoço juntos, durante o qual debateram a conjuntura que pode levar a uma eleição indireta para o Governo do Estado.

Nos bastidores, os dois são os mais citados como candidatos a governador na eventualidade de a governadora Roseana Sarney, também do PMDB, decidir desincompatibilizar-se do cargo para disputar a eleição para o Senado. E ambos têm dividido a Assembleia – com ligeira vantagem, atualmente, para o presidente da Casa.

Essa foi a primeira vez que os dois peemedebistas debateram mais detidamente o assunto, apesar de não haverem chegado a um consenso.

Durante o almoço eles trocaram impressões sobre o quadro eleitoral no estado e sobre que decisão a governadora pode tomar em relação a sua sucessão – tanto para Luis Fernando, quanto para Arnaldo Melo, Roseana ainda não informou sobre se sai, ou se fica.

Apesar de não haver encerrado com qualquer decisão, o encontro entre os dois principais candidatos a governador por via indireta mostra que o grupo Sarney está mais perto de um posicionamento consensual do que supõe a oposição.