Tancredo Neves: O Segredo

Fez parte das articulações para conter as resistências, na área militar, à candidatura de Tancredo Neves, um encontro dele com o então Ministro do Exército, General Walter Pires.

Ficou encarregado de fazer esse contato e articular a reunião o Secretário da Receita Federal, Francisco Dornelles — depois ministro, senador, governador —, que tinha boas relações com o general. Foi tudo organizado em sigilo absoluto, de forma que ninguém jamais soubesse desse encontro, que não teria boa repercussão em nossas hostes.

Feito o agendamento, Tancredo foi visitar o General Walter Pires em sua residência. Quando desceu do apartamento do general, Tancredo viu que um número considerável de jornalistas o aguardava embaixo do prédio, indicando que haviam descoberto aquele encontro e até a hora da visita de Tancredo.

Ao sair do elevador, um jornalista perguntou a Tancredo: “Dr. Tancredo, como foi a conversa com o General Walter Pires?”

Tancredo respondeu-lhe, sem vacilar: “Ele mora aqui?”

Dito isso foi saindo, e todo mundo começou a gargalhar e louvar a agilidade mental do nosso candidato.

Tancredo Neves contou essa história na casa do Ulysses, em minha presença e na de Zé Aparecido, Aluízio Alves, Renato Archer e Dona Mora. Quando ele acabou de contar a façanha, Dona Mora argumentou: “Mas, Dr. Tancredo? Se o Aluízio e o Aparecido sabiam dessa visita, o senhor achava que a imprensa também não iria saber? Lembrese da lei do Golbery: ‘Segredo só não conta quem não sabe!’”

Em outro dia, Tancredo, numa tarde em sua casa, com Thales Ramalho, Affonso Camargo e Aecinho, perguntou: “Vocês, que são muito sabidos, digam: quem será o meu Chefe da Casa Civil?

Thales Ramalho respondeu-lhe: “José Hugo Castelo Branco.”

Aí Tancredo exclamou: “Antônia me traiu!”

E Thales explicou: “Não, Tancredo, quem, como eu, o conhece sabe que deve ser escolhido um homem habilidoso, que também o conheça e a Minas Gerais, que tenha boas relações com sua família, além de ser do seu jeito. Já que somos os sabidos, a minha sabedoria me diz que vai ser o Zé Hugo. Não culpe a Antônia disso não.”

Por outro lado, o Affonso Camargo, que tinha tido uma atuação proeminente em favor de Tancredo dentro do PMDB, também desejava ser o Chefe da Casa Civil. Desconfiando de que o Tancredo já o tinha escolhido para Ministro dos Transportes e querendo reverter a situação, disse a Tancredo: “Tancredo, eu só não quero o Ministério dos Transportes.”

Achava que, com isso, levaria Tancredo a escolhê-lo para a Casa Civil. Mas Tancredo disse-lhe: “Não, tenho uma missão especial nessa área de transporte e só tem um homem capaz de assumir essa responsabilidade: você! Você será o Ministro dos Transportes.”

O Affonso Camargo ficou meio murcho, mas sentiu que Tancredo já tinha feito o que planejara: escolhera o Zé Hugo para a Casa Civil.

Havia também uma grande pressão para o Ministério do Interior. O pessoal do Nordeste, comandado pelo grupo pernambucano, queria indicar o ministro. Mas havia uma reação do Ulysses e de grande parte do Grupo Autêntico do PMDB.

Quando a confusão se estabeleceu e Ulysses levou a Tancredo o nível da divergência, Tancredo respondeu-lhe: “Ulysses, enquanto vocês discutem, eu ponho o Ronaldo Costa Couto lá… até vocês se entenderem.”

COLUNA DO SARNEY: Tenha cuidado com o cartaz

Estamos tendo uma eleição sob a regulamentação de uma nova lei. Esta lei bastante discutida teve – e agora tem – o objetivo de conter o poder econômico nas eleições, proibindo a doação de empresas privadas, limitando o tempo de campanha a 45 dias, encurtando prazos para as muitas exigências legais, registro, campanha, julgamento de recursos, tudo para diminuir gastos eleitorais. Vamos ver se as coisas vão acontecer conforme o objetivo dos legisladores. A notícia é que estamos tendo uma campanha fria, sem a paixão de outros pleitos.

A verdade é que, na história do Brasil, sempre foi uma constante a busca de reformar as leis eleitorais para acabar com as mazelas que cada eleição apontava. Já atravessamos o tempo do combate às fraudes, do bico de pena, da eleição a cacete – como era no Império, criando um paladino de reformas, encarnado no conselheiro Saraiva, tido como entendido em matéria eleitoral. Em 1881 tivemos então a Lei Saraiva, que era esperada há muitos anos pela classe política. Não foi um sucesso e muitos furos deixaram margem a fraudes. O desembargador Trayahu Moreira, que era do Brejo, contava que sua cidade fora citada na Câmara dos Comuns da Inglaterra como exemplo de que as eleições diretas eram vulneráveis, e tinham burlado a Lei Saraiva, que implantava esse sistema.

Eu mesmo, na minha longa vida política, assisti à votação de dezenas de leis eleitorais – e nenhuma funcionou. Dessas a grande batalha foi pela cédula oficial, substituindo as cédulas particulares distribuídas pelos partidos. Com a minha experiência, quando presidente da República chamei o ministro Néri da Silveira ao Palácio do Planalto e propus a informatização das eleições, começando pelo título eleitoral, trilhando assim o longo caminho da urna eletrônica, que possibilitou eleições legítimas, sem fraudes e de apuração rápida. Hoje somos exemplo para o mundo. Ele veio ao Maranhão e no TRE entregou-me o primeiro título eleitoral emitido por esse sistema.

Agora é a vez de baratear eleições e evitar abuso do poder econômico. Resta conter a influência e os gastos dos governos com seus candidatos.

Tenho recebido queixas de que até mandar fazer cartazes tem sido difícil, com os pequenos tetos para os gastos nesta eleição. Ora, o cartaz era o instrumento mais visível das eleições: colar cartazes, rasgar cartazes era uma saga que ensejava brigas imensas entre candidatos e partidos. Eu tive um grande amigo e chefe político de Araioses, junto com Leônidas Quaresma, Sebastião Furtado, que desvendava nos cartazes com a cara dos candidatos suas possiblidades eleitorais. Assim, uma vez, levei os cartazes do brigadeiro Cunha Machado, nosso candidato a governador. Fiz uma grande apologia de suas qualidades e das possibilidades de nossa vitória, pedindo seu engajamento na campanha. Ele me disse: “Deixe eu ver o cartaz dele.” Eu mostrei. Sebastião olhou aquele cartaz bonito e disse-me: “Olhe, deputado Sarney, com essa cara não ganha não. Tem os olhos com jeito de ervado (!).” Eu respondi: “Não, Sebastião, olhe bem que a vitória está em seu rosto.” Ele me disse: “Deputado, com minha longa vida política eu conheço candidato que ganha pelo cartaz.” Eu não esqueci e sempre tomei cuidado com meus cartazes!

Bem, com as eleições está vindo a festa do nosso padroeiro, São José de Ribamar: que ele proteja nosso Maranhão e evite essa tragédia que também leio: temos 22 assassinatos por semana. Homicídios brutais.

Valei-me mãe das almas!, como as rezadeiras cantam nas incelências de defuntos do interior.

José Sarney

COLUNA DO SARNEY: A hora e a vez dos vices

Por José Sarney

Mais uma vez na história do Brasil um vice-presidente assume a Presidência da República. Quem abriu a contagem foi o marechal Floriano Peixoto, que se desentendeu com o marechal Deodoro da Fonseca, provocando uma séria divisão nas Forças Aramadas, responsáveis pela derrubada do Império e pela implantação do regime republicano. Essa briga foi alimentada também com a divergência entre o presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados, Prudente de Morais. Deodoro era um homem colérico, de rompantes, e disso beneficiaram-se os republicanos. Ele fechou a Câmara, depois teve de reabri-la, mas renunciou à Presidência. Ficou tão indignado com seus colegas que mandou colocar o seu uniforme numa lata, soldá-la e jogar no mar, determinando que fosse enterrado com roupa civil.

Floriano foi o Marechal de Ferro, governou com dureza, mas atribui-se a ele ter consolidado a República.

O segundo foi Nilo Peçanha, que completou o mandato de Afonso Pena. Nilo Peçanha era um grande chefe político do Estado do Rio, hábil e de bom temperamento, mas excessivamente atraído pela politicagem provinciana que o levou a fazer sucessivas intervenções nos estados.

O terceiro foi Delfim Moreira, que substituiu Rodrigues Alves, vítima da gripe espanhola. Mas não teve tempo de governar muito. Tinha como regente – era o que se dizia – Afrânio de Melo Franco, grande expressão da política mineira. Delfim Moreira não teve como governar. Já estava vitimado por doença mental que o impedia de exercer o cargo. Foi eleito para sucedê-lo Artur Bernardes, que tinha como vice o nosso grande conterrâneo Urbano Santos da Costa Araújo.

O quarto foi Café Filho, vice de Getúlio Vargas que, com o suicídio deste, assumiu a Presidência. Também, na onda de instabilidade da política brasileira, foi deposto pelas Forças Armadas, comprometidas com Juscelino, que fora eleito em 1955 – Café era acusado de estar envolvido numa conspiração para não dar posse a Juscelino Kubitschek.

O quinto foi Jango, João Goulart, que assumiu na renúncia de Jânio Quadros. Fez um governo conturbado. Sua posse foi difícil e para ser aceito como presidente engoliu um transitório e capenga regime parlamentarista.

Anote-se também que tivemos um vice que foi impedido de tomar posse pelas Forças Armadas, Pedro Aleixo, que devia substituir Costa e Silva.

O sexto fui eu, com a morte de Tancredo. Só eu sei o que é um vice assumir sem saber nada sobre os programas do presidente que se foi e cercado sempre por insegurança e crises.

O sétimo foi Itamar Franco, no impeachment de Fernando Collor. Era um homem sério, correto, que teve a oportunidade de fazer o Plano Real – seguindo o caminho aberto pelo Cruzado – e derrubar a inflação.

O oitavo vice é agora o Michel Temer. Penso o que deve estar na sua cabeça, mas os problemas que herda são quase insolúveis e precisam de longo prazo para serem resolvidos. Somos todos testemunhas destes tempos difíceis e das incertezas que existem. Porém ele é um homem experiente, sensato e com domínio da arte da política.

Mas relacionei todos estes fatos para dizer que agora ficou provada e testada nossa democracia, nossas instituições, que funcionaram na harmonia constitucional, com ampla liberdade, o povo tendo uma participação efetiva. O comportamento das Forças Armadas foi impecável, assegurando a sustentação das instituições.

Fico feliz pelo que me toca, pois fui o responsável pela transição democrática, assegurando a realização de uma Assembleia Constituinte e a promulgação de uma nova Constituição, que assegurou direitos sociais e mostrou-se capaz de colocar-nos entre as grandes democracias do mundo.

COLUNA DO SARNEY: “O boi está triste”

A herança

O boi está triste. Sem sua madrinha, sua presença, que enchia a cidade de São Luís, tornou-se discreta, quase ausência. A tristeza do povo do Maranhão, que se tornou cotidiana, chegou a suas bases culturais, que sempre foram forças de resistência e de identidade, deste grito de alma que é em todo o Brasil o carnaval e aqui se expressa com toda a força nas festas juninas.

Essas tradições são bem brasileiras, por serem mestiças. Já falei muitas vezes da herança açoriana, mas há também, e muito forte, heranças indígenas e africanas.

Os Açores são ilhas perdidas – ou melhor, encontradas pelos portugueses em 1431, na época do infante Dom Henrique – no meio do oceano, a 1.600 quilômetros de Lisboa. Os portugueses se agarraram nelas, as cultivaram e plantaram. E criaram gado bovino. Em algumas ilhas ainda se distingue perfeitamente as relheiras, os sulcos gravados nas pedras pelos carros de boi através dos séculos.

O grande poeta Vitorino Nemésio, nascido na Ilha Terceira, deixou muitos registros de boi: “Fui criada com bezerros, / Costumadinha com bois: / O pior foram as farpas / Que me vieram depois.” E diz que sua terra “cheira a lava e a pelo de boi”.

Pois bem. Essa gente, vinda do Minho ou do Algarve para as ilhas, teve sua hora de partir também. Veio para Santa Catarina, para Pernambuco, para o Maranhão… e levou sempre consigo a lembrança de sua origem. É um povo que, como dizia Odylo, “põe flores na cabeça dos bois que vai vender e nomes de mulher nos barcos em que vai morrer”. A nostalgia explodiu em cores, em dança, no auto do engano.

Mas teve uma forte contribuição, sobretudo entre nós, da prática antiga de manifestar-se pela música e pela dança. Se não sabemos muito das culturas indígenas que nossos antepassados portugueses destruíram, em sentido literal ou figurado, sabemos muito das culturas africanas dos que foram escravizados, mas não se deixaram destruir. E sua presença no bumba meu boi começa pela cor das peles que formam esse contingente que se desloca, de um lado para o outro da ilha – ou do interior do estado – dançando, tocando e cantando.

O velho Nunes Pereira, um dos grandes antropólogos brasileiros, que conheceu bem as duas culturas – a da Casa das Minas, por direito de nascença, a dos amazônidas, pela dedicação de uma vida inteira – mostrou que a origem dessa Casa, e, por consequência, do tambor de Mina e do tambor de crioula, está no Daomé, e tem profundas diferenças das culturas nagô dominantes no resto do Brasil.

Com tanta herança cultural, com a coragem da resistência às piores adversidades, o povo do Maranhão vai aguentando um e outro momento de dificuldade, e vai voltar à alegria da festa.

Eh! Boi bonito! Viva São João, viva São Pedro, viva São Marçal! Viva meu bumba meu boi.

José Sarney

COLUNA DO SARNEY: São Luís, Ilha do Amor

Essa expressão de “São Luís, Ilha do Amor” é recente. Nasceu há alguns anos, criada por algum medíocre marqueteiro, naturalmente para incentivar o turismo. Um pouco como o meu saudoso amigo Moacyr Neves, quando disse que seu hotel era “Casa da Fertilidade” e que todo casal que ali se hospedasse em lua de mel podia esperar receber em nove meses o primeiro membro da nova família. E, assim, Ilha do Amor devia ser o Hotel do Amor do Moacyr.

Quanto a “São Luís, Atenas Brasileira”, foi realmente a constatação da existência de tantos nomes ilustres — poetas, ensaístas, historiadores — entre nós. Foi a época de ouro da cidade, que passou a ser conhecida no Brasil pela veneração à Deusa da Cultura, e quem assim chamou-a não fomos nós, mas os grandes escritores do Brasil. O primeiro que me lembro de ter assim nos designado foi Capistrano de Abreu, que, não satisfeito desse elogio, ele que era historiador, acrescentava que João Lisboa era quem melhor escrevia História no Brasil.

Quando a Academia Brasileira de Letras foi fundada havia, na composição do seu quadro, entre patronos e fundadores, doze maranhenses.

Em meados do século passado Amaral Raposo, jornalista brilhante e de excelente humor, parodiava que estávamos nos tornando em “apenas” brasileira. Depois, numa expressão mais recente que “Ilha do Amor”, passamos de ser a Atenas para ser a Jamaica brasileira, e se dizia isso com muito orgulho.

Outro dia um amigo meu veio comentar comigo que atravessávamos um período de vacas magras nas letras e nas artes. Eu contestei. Nunca se publicou tanto no Maranhão quanto agora. Acontece é que houve um deslocamento dos núcleos culturais. Atualmente a troca de estudantes e a emigração de maranhenses para fazer mestrado fora do Estado fizeram com que as universidades se apropriassem do movimento cultural, e livros e teses têm saído, algumas de alto valor, abordando uma gama ampla de assuntos que enriquecem nossa bibliografia e servem de precioso subsídio para os leitores maranhenses.

Por outro lado, o Instituto Geia tem feito um trabalho admirável com uma coleção valiosa que hoje já dispõe de mais de trinta títulos, com livros de extrema utilidade. Basta citar dois: “A História da Música no Maranhão”, em três volumes, com partituras e o extraordinário e admirável acervo recolhido pelo Padre Mohana; o outro é a coleção de gravuras de Arthur Azevedo que representa um repositório de obras de arte da maior importância. Algumas gravuras só existem ali. É um valioso documentário que vai despertar pesquisas nacionais e estrangeiras.

Assim, São Luís continua sendo Ilha do Amor, Atenas Brasileira, Apenas Brasileira, Jamaica Brasileira. E, nessa diversidade, o que São Luís e o Maranhão são — e em grau divino — é nossa devoção: saudades dos tempos que passaram e dos gloriosos momentos do futuro.

Publicada na edição de hoje do jornal O Estado do Maranhão

COLUNA DO SARNEY: De profetas e profecias

O maior desejo da mente humana é saber o futuro. Desvendar o desconhecido. José do Egito foi o mais consagrado e bem remunerado de todos os videntes. Recebeu recompensas do faraó que fizeram história quando esclareceu o simbolismo das sete vacas gordas e sete magras. Mas… ele não era bem um vidente; era, no relato bíblico, um decifrador de sonhos. Sabe-se, também pelo livro do Gênesis, que essa capacidade de interpretar sonhos faz viver muito. José morreu com 110 anos.

Ser profeta já é outra coisa. Não é um saber o futuro, mas oferecer fábulas capazes de interpretar o futuro. Também é uma arte que tem suas restrições. Uma delas, a primeira de todas, Cristo ensinou: “Ninguém pode ser profeta em sua terra”, sempre deve ser na terra dos outros.

As cassandras são de outra natureza. São profetisas privadas de credibilidade. Ninguém leva a sério, mesmo profetizando desgraças. A fundadora dessa escola que tem seu nome, Cassandra, personagem mitológica, recebeu de Apolo o dom da profecia. Mas, porque lhe negou partilhar de suas intimidades, recebeu, de vingança, não ter credibilidade. Sua mãe, Hécuba, era de grande fertilidade – teve mais de 50 filhos -, e seu pai, Príamo, um velho que não teve forças para lutar por Tróia.

Os astros também podem ajudar nas previsões do futuro. O meu querido amigo e brilhante jornalista Getúlio Bittencourt, nos idos de 85, deu-se ao trabalho de estudar a data e a hora do meu nascimento para fazer o meu mapa astral. Aí, então, eu vi quanta complicação cósmica está envolvida no mistério do nascimento das pessoas. Uma das observações do seu trabalho foi o que pode ocorrer comigo na influência do “Sol trígono Netuno”, em que ele encontrou tendências de minha personalidade: “O senhor é muito criativo, mas tende a refugiar-se em sonhar acordado quando enfrenta problemas. Nada existe de errado em sonhos, mas eles podem ser muito destrutivos quando confundidos com a realidade. Será particularmente útil continuar a escrever ou a pintar na menor brecha que lhe derem. O motivo é simples. A sua imaginação não se esgota na prática da política. Se o senhor conseguir um espaço concreto para ela, seja numa tela, seja numa folha de papel, é mais provável que sua mente possa se concentrar com clareza nos temas reais.” Aprendi também que o “mapa natal” se chama “Rosa dos Ventos”.

Muito em moda, e com grande charme em certo tempo, é a profecia com ares de precisão científica. Por um tempo era comum economistas, matemáticos e físicos virarem profetas e fazerem, mais do que previsões, profecias: “A Terra vai resfriar-se daqui a um bilhão de anos…” A águia americana vai pousar no colo de Greenspan com patas de 4% com a economia mundial em crescimento.”

Mas a profecia mais impossível que vi nesta área, há algum tempo, foi a de que a Amazônia vai acabar em 20 anos! É de um americano, e ficamos em dúvida se é desejo ou ameaça.

De qualquer modo, estejamos tranqüilos, porque, hoje, não é só de médicos, mas também é de profetas e loucos que todos temos um pouco.

“Procurei duas coisas na vida: ajudar os outros e o MA”, diz Sarney em SLZ

Em discurso emocionado, José Sarney bate forte na oposição: “Essa gente que fala, quando falarem, eu peço a vocês, perguntem: ‘onde você colocou um prego numa barra de sabão em favor do Maranhão?. Perguntem o que fizeram pelo Maranhão. E eu posso dizer: nada!”

sarneyO senador José Sarney (PMDB-AP) fez hoje (30) uma espécie de desabafo e mandou alguns recados para a oposição durante a inauguração das novas instalações da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Na ocasião, ele foi homenageado com um quadro e uma citação sua na sala de controle da unidade.

Em um longo discurso, o senador relembrou seus feitos pelo estado, a importância da Constituição Federal para a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) e disparou pesado contra os adversários políticos que ainda criticam o “Programa Saúde é Vida”.

“Essa gente que fala, quando falarem, eu peço a vocês, perguntem: ‘onde você colocou um prego numa barra de sabão em favor do Maranhão?. Perguntem o que fizeram pelo Maranhão. E eu posso dizer: nada!”, disse.

O peemedebista reclamou, também, do que considera “falta de respeito”.  “Se na minha terra muitas vezes alguns me faltam com o devido respeito que eu mereço, eu posso dizer que nacionalmente, internacionalmente, e mesmo aqui, nunca ninguém teve motivos senão de me tratar com o devido respeito, porque eu sempre procurei duas coisas na minha vida: ajudar os outros e ajudar o meu estado”, completou.

Sarney voltou a defender, ainda, a tese de que os IDH não deve ser usado como ferramenta para medir riqueza e pobreza, mas sim o PIB. Segundo ele, a oposição utiliza o Índice de Desenvolvimento Humano como estratégia política.

“O Maranhão, dizem, é um estado pobre, é último do Brasil. Todo mundo diz isso aqui, divulgaram isso. Gente, o Maranhão é o 16º estado do Brasil, nós estamos na frente de Mato Grosso do Sul. Mas eles [a oposição] não dizem isso. Por quê? Porque o Maranhão cresceu”, afirmou o senador, lembrando que a repetição desse discurso funciona como uma “campanha” contra o estado.

sarney“Eles dizem agora: ‘temos que derrubar o Maranhão’. Então começaram essa campanha. E o pior, é que os nossos inimigos aqui usam isso para me atingir, porque eu sou um político que tenho 50 anos de vida política e nunca meu nome esteve envolvido em qualquer coisa”, ressaltou.

Ele lembrou, ainda, o episódio em que, no governo Jackson Lago (PDT), o deputado federal Chiquinho Escórcio (PMDB) foi espancado e preso nas dependência do Rio Poty Hotel depois de haver-se negado a conversar com um aliado do pedetista.

“Nunca fiz mal para ninguém, nunca persegui ninguém. Meu período aqui foi sempre um período de paz. Teve um governo aqui que foi, há pouco tempo, nosso adversário. O que ele fez? Pegou o deputado Francisco Escórcio, deu-lhe uma surra e prendeu no Hotel Poty [Rio Poty Hotel]”, relatou.

Roseana Sarney convida Arnaldo Melo para jantar nos Leões

arnaldo_roseanaDepois de praticamente um mês de tensionamento das relações, a governadora Roseana Sarney e o presidente da Assembleia Legislativo, deputado Arnaldo Melo, ambos do PMDB, dão sinais de que os ânimos vão se arrefecendo com a proximidade do prazo fatal para uma decisão a chefe do Executivo sobre a possibilidade de disputar a eleição para senadora, em outubro.

Três movimentos corroboram a tese.

O primeiro deles foi feito na semana passada, quando o secretário de Saúde, Ricardo Murad (PMDB), procurou Arnaldo para uma conversa – ainda há entre os governistas quem acredite que, se o deputado topar um acordo para eleger Luis Fernando (PMDB) governador pela via indireta, Roseana muda de ideia e sai do cargo.

O segundo movimento foi feito no fim de semana: o senador José Sarney (PMDB-AP) teve uma longa conversa com Arnaldo. Mesmo tema.

Hoje (25), a governadora ligou para o presidente da AL e o convidou para um jantar que será oferecido no Palácio dos Leões por ocasião da visita do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

O presidente aceitou o convite.

Por que Roseana Sarney prefere Luis Fernando

roseana1De um peemedebebista empedernido sobre os motivos que levam Roseana Sarney (PMDB) a lutar tanto pela manutenção do projeto de candidatura do secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB).

“Ela tem convicção de que ele [Luis Fernando] é o mais preparado para governar o Estado. Além do mais, se ela já peitou até o pai [senador José Sarney] para que ele fosse candidato, porque não peitaria Arnaldo Melo?”, analisou.

Faz sentido…