O que restou da greve?

Passado o momento inicial de euforia pelo fim da greve dos professores, Governo do Estado e alunos devem, agora, atentar para o que será da educação maranhense até o fim do ano.

A Secretaria de Educação propôs – e o SINPROESEMMA aceitou – repor as aulas perdidas até o dia 23 de dezembro.

Mas isso é possível?

Para o deputado César Pires (DEM), não. Pelo menos não sem perda de qualidade.

“Me assusto quando o SINPROESEMMA diz que vai repor as aulas perdidas, sem prejuízo da qualidade de ensino, até o dia 23 de dezembro. Eu vou pagar para ver”, diz.

A quebra de um contrato tácito entre professores e alunos pela qualidade no ensino, por si só, já seria o mal maior de uma greve sem sentido, exageradamente longa e eminentemente política. Só que esse não é o único problema.

O reflexo desses 78 dias parados será sentido, de fato, no ano que vem, quando saírem os resultados do ENEM e da Prova Brasil e o ranking das escolas brasileiras. E o Maranhão tem tudo para se dar muito mal – justamente num ano em que tinha tudo para se dar bem, já que o calendário escolar seria cumprido dentro do programado.
Fora isso, há o racha na categoria.

De um lado militantes do PSTU e PSOL, de outro, os do PC do B.

Se, em condições normais, já há problemas para garantir boas condições de ensino, dá para imaginar o que os alunos verão pela frente, com os professores focados numa briga intestina pelo comando da categoria.

É de dar dó.

Por isso, eu espero estar redondamente enganado.

Em nota, SINPROESEMMA confirma fim da paralisação, mas diz que “manterá estado de greve”; decisão gera racha

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) divulgou nota à imprensa, na tarde desta terça-feira (17), confirmando a informação da manhã de que a greve dos professores está terminada.

Apesar disso, a direção da entidade, que assina o documento, afirma que “manterá o estado de greve” e que pode retomar o movimento caso o Governo do Estado não cumpra os compromissos assumidos “nos prazos determinados”.

Veja a íntegra da nota acima.

Racha

A confirmação do fim da greve dos professores gerou uma espécie de racha entre a categoria. De um lado, os aliados dos Júlios, Pinheiro e Guterres, que comandam o SINPROESEMMA; de outro, a turma de Marcelo Risada, que comanda o Movimento de Resistência dos Professores (MRP).

Os últimos acusam os primeiros de traição.

Em sua página no Facebook, a professora Waldelice Oliveira chega a fazer um trocadilho com os nomes dos principais diretores do sindicato.

“Fora Júlio “Tu queres” e Júlio “Dinheiro”, traidores da educação”, diz ela, que antes havia informado estar a caminho do acampamento do MRP em frente ao Palácio dos Leões.

O desespero do SINPROESEMMA

Lastimável. É o único adjetivo para a atitude do SINPROESEMMA de invadir as escolas Paulo VI e Cidade Operaria I e II, tentando impedir que os alunos assistissem
às aulas.

O sindicato não aceita o fato de que a maioria dos professores já não dá mais sustentação à greve e começa a partir para o desespero.

Em discurso na Assembléia, na manhã desta quarta-feira (13), o deputado Roberto Costa (PMDB) foi duro.

“Isso é um crime. Não podemos aceitar essa forma radical de se fazer greve”, disse o deputado.

Ele também criticou a mudança de discurso dos que ainda permanecem parados – que agora afirmam que só voltarão às salas de aula se o governo implantar o novo piso salarial de R$ 1.187,00 – e levantou uma questão polêmica.

“Se o Maranhão for prejudicado com o corte de 25mil famílias cadastradas no bolsa família a culpa será do Sindicato dos Professores”, afirmou.

Essa foi a segunda tentativa de baderna dos grevistas. Na segunda-feira (11)  eles tentaram fazer o mesmo durante o reinício das aulas no Liceu Maranhense, mas foram reprimidos pelos próprios estudantes.

SINPROESEMMA diz que vai recorrer de decisão do STF e que Governo toma “atitudes terroristas”

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) informa em seu site na Internet que vai manter a paralisação dos professores “mesmo diante das pressões, atitudes terroristas e ameaças que estão sendo feitas pelo governo do Estado”.

A direção da entidade diz que vai recorrer da decisão STF que confirmou a ilegalidade da greve. Um agravo regimental deve ser impetrado nos próximos dias.

Caso a greve continue sendo considerada ilegal pela Justiça, o sindicato será obrigado a pagar mais de R$ 1 milhão por descumprimento das decisões.

Além disso, o Governo do Estado já anunciou que os salários de quem está parado serão descontados e que pode haver, inclusive, demissões por abandono de emprego.

Professores decidem manter greve; SEDUC afirma que maioria já voltou às aulas

Em Assembléia Geral realizada nesta quarta-feira (23), os professores da Rede Estadual de Ensino decidiram pela manutenção da greve da categoria. Eles já estão parados há três semanas.

A aprovação do Estatuto do Educador continua sendo a principal reivindicação.

“O Estatuto do Educador é uma ferramenta necessária. Sem ela, fica difícil dar andamento ao processo de educação no Estado. É isso que o Governo precisa entender”, declarou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), professor Júlio Pinheiro.

Já está marcada para esta quinta-feira (24) uma passeata da Praça Deodoro rumo ao Palácio dos Leões.

Maioria já voltou

Apesar da decisão do Sindicato, a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) afirma que a maioria dos professores já retornou às salas de aula.

Os dados são das Unidades Regionais de Educação (UREs).

Também nesta quarta, a secretária Olga Simão concedeu entrevista à Rádio Timbira, na qual conclamou os grevistas a retornar às escolas.

“Temos que retomar as aulas o mais rapidamente possível, a fim de suspender as perdas que a paralisação vem causando aos alunos da rede pública de ensino, bem como às suas famílias e à sociedade maranhense”, ressaltou.

SINPROESEMMA vai ao STJ contra decisão que tornou greve ilegal

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) deve dar entrada, nesta terça-feira (22), em recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisão do desembargador Marcelo Carvalho, do Tribunal de Justiça do Maranhão, que considerou ilegal a greve dos professores da Rede Pública Estadual de Ensino.

A decisão foi tomada em reunião da diretoria do Sindicato na última sexta-feira (17).

Os professores do Estado estão em greve desde o dia 1º de março. Eles reivindicam reajuste imediato nos salários e implantação do Estatuto do Educador.

O Governo do Estado oferece aumento a partir de outubro e envio do Estatuto para a Assembléia Legislativa.

“A greve continua”, diz representante do SINPROESEMMA

Sindicato diz que mantém agenda de mobilização

O secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), professor Júlio Guterres, afirmou na tarde desta quinta-feira (17), que a categoria foi surpreendida pela notícia da decisão do desembargador Marcelo Carvalho, que considerou ilegal a greve dos professores do estado.

Ele criticou o posicionamento do Governo do Estado e do magistrado, mas disse que o Sindicato ainda não foi notificado oficialmente da decisão.

“Fomos surpreendidos pela notícia dessa decisão ao final da passeata desta manhã. O governo passa para a sociedade a questão da greve em uma linguagem amena, mas a ação prática é confrontação e vem através de decisões como essa”, disparou.

Segundo o representante do SINPROESEMMA, enquanto não houver comunicação formal, a classe mantém a paralisação.

“Decisão judicial a gente cumpre. Mas ainda não fomos notificados oficialmente e, portanto, a greve continua. A decisão só passa a viger depois que formos notificados”, explicou.

Julio Guterres adiantou que está prevista para a próxima quarta-feira (23) uma Assembléia Geral em São Luís Nos municípios, as assembléias regionalizadas devem ocorrer dia 24. “Vamos discutir esse novo momento”, declarou.

Nota

Ainda nesta quinta-feira o SINPROESEMMA  lançou nota oficial reafirmando a continuidade do movimento. Confira a íntegra do documento.

NOTA OFICIAL

Diante de notícias informando que o desembargador Marcelo Carvalho determinou a abusividade da greve dos educadores públicos do Maranhão, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) vem a público para:

1-Informar que oficialmente a entidade não foi notificada da decisão judicial e, assim sendo, a greve continua sem prejuízo para os profissionais da educação;

2-Comunicar que em última instância quem decidirá a continuidade ou interrupção do movimento grevista é a categoria reunida em assembleia geral, como determinam o Estatuto desta entidade, e que estas serão realizadas entre os dias 23 e 25 deste mês;

3-Relembrar que o direito à greve está previsto na Constituição Federal e que o Sinproesemma buscará o caminho da Justiça para reverter a decisão dada em caráter liminar (provisória) e de forma monocrática;

4-Reafirmar a legitimidade do nosso movimento paredista, pois desde 2009, nós, educadores (professores, especialistas e funcionários de escolas), estamos empenhados na definição, aprovação e aplicação do Estatuto do Educador, necessário ao reconhecimento e valorização do profissional, que pode dar ao ensino público a qualidade que a sociedade maranhense exige e paga por ela.

5-Afirmar que buscar na Justiça a decretação da abusividade de nossa greve é mais uma demonstração de que o governo Roseana Sarney (PMDB/PT) não está interessado nem no diálogo nem na solução dos problemas da educação pública, pois busca o confronto com os educadores, foge do debate na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, impede a realização de audiência pública sobre a questão e se escora em caríssima e mentirosa campanha de mídia;

6-Reafirmar que os educadores e educadoras maranhenses, representados pelo Sinproesemma, estão abertos à negociação e ao diálogo, mas não recuarão diante das ameaças, chantagens e repressão vindas do governo do Estado e continuarão em greve até que o Poder Executivo se disponha a negociar e atender as reivindicações dos trabalhadores.

Educação pública de qualidade só com o estatuto aprovado e o educador valorizado.

A greve continua! Estatuto já!
São Luís, 17 de março de 2011
Sinproesemma

Mais uma verdade sobre a greve: só 40% dos professores aderiram

Olga: Governo não rompeu negociações

A secretária de Estado da Educação, Olga Simão, revelou, nesta segunda-feira (14), mais um dado que revela bem a quantas anda a malfadada greve dos professores do Maranhão.

“Apenas uma minoria, estimada em 40%, dos professores aderiu à greve em todo o Estado, e isso é uma constatação de que as escolas estão comprometidas com a educação”, disse a secretária, em entrevista ao programa Ponto Final, da Mirante AM, apresentado hoje pelo radialista Jorge Aragão.

Ainda na entrevista, Olga rebateu as acusações de que o Governo do Estado teria arado as negociações. “O governo não rompeu as negociações”, declarou. Ela também reafirmou que o salário pago ao professores do Estado está entre os maiores do país.

Passeata

Em sua página na Internet, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) convoca para esta terça-feira (15) mais um ato de protesto. Será uma passeata, marcada para as 15h, com saída do centro da cidade, rumo à sede da Secretaria de Educação, no Monte Castelo.

“O SINPROESEMMA lembra que é importante a participação de todos os trabalhadores nas atividades da agenda de greve que foi organizada pela diretoria do sindicato. Com destaque para a grande passeata que será realizada nesta terça-feira (15), saindo da Praça Deodoro (Biblioteca Pública) até a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), no bairro Monte Castelo”, diz o texto do site.

Governo emite nota contra greve de professores; categoria pára a partir desta terça

Concentração se dará em frente à biblioteca

Uma carta do Governo do Estado aos professores é mais uma tentativa do Executivo de evitar que a classe entre em greve a partir desta terça-feira (1º). O que parece difícil.

Na nota, a Secretaria de Educação afirma que “é compromisso do Governo do Estado implantar neste ano o Estatuto do Educador” e diz que todas as possibilidades foram esgotadas em reunião com a direção do Sinproesemma.

“Qualquer concessão a mais seria um ato de irresponsabilidade. O governo foi até o limite do que é legal e do que é possível honrar”, diz a nota.

Veja a íntegra:

“Aos professores.

É compromisso do Governo do Estado implantar neste ano o Estatuto do Educador, contemplando, inclusive, revisão salarial da categoria.

Depois de várias reuniões, na tentativa de estabelecer um acordo e construir democraticamente um estatuto que garanta a valorização dos direitos do educador, foi demonstrado ao Simproesemma, com total transparência, o limite das possibilidades de aumento de remuneração em 2011 sem o comprometimento do investimento e do custeio da rede pública de ensino do Estado.

Qualquer concessão a mais seria um ato de irresponsabilidade. O governo foi até o limite do que é legal e do que é possível honrar.

Considerando que neste ano vai ocorrer o acréscimo de remuneração dos professores, por conta do estatuto, e que, pela primeira vez, depois de oito anos, o calendário escolar deverá ser cumprido dentro do período letivo, o governo entende que os mais de 500 mil alunos maranhenses não podem ser prejudicados com a paralisação das atividades nas escolas, por isso espera pela sensibilidade da categoria em rever o posicionamento para que não ocorra a greve anunciada.”

Apesar disso, a direção do sindicato garante o início da greve, como ficou acertado após assembléias em 18 regionais da entidade, já nesta terça. Pela programação oficial, haverá concentração a partir das 8h30, em frente à Biblioteca Benedito Leite, e passeata pelas ruas do centro.

“O objetivo do movimento é chamar a atenção da sociedade para o descontentamento da categoria com as políticas educacionais aplicadas pelo governo estadual tendo como ponto central a não aprovação e implantação do Estatuto do Educador, em negociação desde 2009”, afirma a direção do sindicato no site do Sinproesemma.

PALHAÇADA! Sindicato já aprovou indicativo de mais uma greve de professores

Esse SINPROESEMMA é mesmo uma piada. O ano ainda nem terminou eles já aprovaram um indicativo de greve dos professores da Rede Estadual de Ensino para janeiro de 2011. Pode?

No Maranhão pode.

Eles reivindicam uma tal reestruturação da carreira dos professores – que, dentre outras coisas, inclui como educadores até as merendeiras das escolas (nada contra essas abnegadas, que muito bem nos alimentam ou alimentaram a todos).

Para isso, já marcaram uma reunião para a próxima segunda-feira (13), às 15h30, na Assembléia Legislativa. Querem pressionar os deputados a apoiar mais um devaneio do Sindicato.

Só para confirmar: não foi em setembro, às vésperas da eleição, que os professores fizeram a última paralisação?

Ah, tá.

Enquanto isso, os alunos…

Confira abaixo a convocação assinada pelo presidente Julio Pinheiro:

CONVOCAÇÃO

Considerando  que a semana que antecede o período parlamentar, (13 a 17), é decisiva para a Assembléia Legislativa apreciar e votar a Proposta de Orçamento  do Estado para 2011, e considerando ainda, que a Proposta não contempla a reestruturação da Carreira dos Trabalhadores em Educação da Rede Estadual – o SINPROESEMMA convoca os trabalhadores em educação a fortalecer a frente de apoio a favor da aprovação da emenda apresentada pelo SINPROESEMMA que prevê a reestruturação da Carreira dos Profissionais da Educação.

Dia: 13 de dezembro de 2010.

Hora: 15h30

Local: Assembléia Legislativa

Participe da frente de apoio pelo reconhecimento  e valorização dos trabalhadores da educação. A partir do dia 13 de dezembro estaremos em permanente vigilância na Assembléia Legislativa, e contamos com a participação de todos (as).

Júlio Pinheiro – Presidente