Executivas podem barrar presença do DEM em chapa do PT

Guterres: projeto é viável

De O Estado do MA

Uma Resolução política aprovada no 4º Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores, realizado em setembro do ano passado, e uma determinação expressa da Executiva Nacional do Democratas podem inviabilizar o projeto do DEM, em São Luís, de integrar a base de apoio ao pré-candidato Washington Oliveira (PT), se ele vier a vencer as prévias internas do partido, em que disputa contra o deputado estadual Bira do Pindaré, marcadas para 15 de abril.

No primeiro caso, a Resolução é clara ao definir que os adversários do PT, nas eleições de 2012, em todo o Brasil, são os partidos dos chamados ‘bloco conservador’: DEM, PSDB e PPS. Com estes, completa o documento, ‘não faremos chapas’.

“Como já foi dito, mas vale enfatizar, nosso objetivo é ampliar fortemente a presença do PT e seus aliados no comando dos municípios brasileiros e nas Câmaras de Vereadores (as), especialmente as capitais e as cidades com mais de 150 mil eleitores. Nossos adversários serão as agremiações que representam o bloco conservador, formado pelo PSDB, pelo DEM e o PPS, com os quais não faremos chapas”, determina a Resolução. A decisão está disponível no site do PT na internet.

Já a determinação do DEM é de não coligar nos municípios, em nenhuma hipótese, nem com PSD, nem com PT. Com o primeiro, a desavença vem do fato de que a maior parte dos políticos com mandato no novo partido saia exatamente do DEM. Com o PT, o problema é ideológico mesmo. E os dois partidos estão no projeto de chapa a ser formada em torno de uma provável candidatura do vice-governador petista Washington Oliveira.

Sem problemas – Apesar das decisões nacionais, os principais líderes dos dois partidos no Maranhão acreditam que pode haver exceções. Para o presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores, Raimundo Monteiro, o caso da disputa pela Prefeitura de São Luís não deve se aplicar à Resolução, que visa, segundo ele, impedir coligações nos casos em que o DEM estiver indicando o candidato a prefeito. Não é o caso da capital.

“Aqui, é o PT quem vai indicar o candidato a prefeito. O DEM, se vier, vem para dar apoio a essa indicação, não o contrário. É claro que, mesmo nesse caso, a decisão da formação da chapa terá que passar pelo aval da Executiva Nacional, mas nós, aqui no Diretório Estadual, estamos tranquilos quanto à possibilidade de formalizar uma grande aliança com a participação dos Democratas”, avaliou o dirigente petista.

O presidente do Diretório Municipal do DEM e secretário de Estado de Cidades, Ricardo Guterres, também não acredita que haja problemas para a legenda compor uma coligação da qual faça parte o PT, mas se diz sabedor de que é a direção local quem terá que convencer a direção nacional de que o projeto é viável.