Muito mais do que “um rapaz latino-americano”

Fábio Câmara

Esses versos cantados por Belchior foram usados pelo meu amigo, irmão e compadre, DÉCIO SÁ, para descreverem de modo bastante resumido o seu próprio perfil no blog mais acessado do maranhão.

O nosso Estado e a nossa Cidade se habituou a ver as BOMBÁSTICAS NOTÍCIAS e as contundentes revelações que, diariamente eram apresentadas com profissionalismo, fundamentação e coragem por ele que foi, seguramente, o melhor e o maior repórter investigativo maranhense – DÉCIO SÁ.

O nosso Maranhão e a nossa São Luís amanheceram hoje, um pouco mais desprovidos de visão e de voz.

Na noite de anteontem – 23 de abril, PISTOLEIROS FRIOS E CRUÉIS, calaram uma voz que sempre bradou em nome da verdade e da justiça; EXCUTORES E MANDANTES COVARDES fizeram fechar os olhos de quem enxergava, como ninguém, o que alguém de conduta escusa se esforçava para manter longe das vistas de quase todos.

MATARAM DÉCIO SÁ! PORÉM, JAMAIS FINALIZARÃO A SUA LUTA!

Escrever essas palavras nessa manhã está sendo extremamente difícil para mim. Décio era muito mais que um amigo. Décio foi um irmão que eu perdi e a dor da perda é muito grande.

Eram 22:22h. quando o meu telefone tocou. Era meu compadre Décio me convidando para comermos juntos uma caranguejada na Litorânea. Prontamente aceitei e fui vestir-me para, em seguida, ir ao seu encontro.

Poucos minutos após, um amigo comum me liga dizendo que algo estranho havia acontecido. Enquanto esse amigo comum falava com Décio ao celular, alguns estampidos foram ouvidos e a ligação cessou. A retomada do contato não se restabeleceu e, daí em diante, um temor do pior e uma tristeza motivada pelo medo do pior se apossou de mim.

E foi com profundo pesar que rumei o mais rápido possível para a Litorânea para ali encontrar o meu irmão morto.

ASSASSINADO num crime de encomenda, Décio foi vítima de uma realidade que ele mesmo combatia no exercício corajoso da profissão abraçada com paixão.

Uma esposa grávida e uma filha pequena constituem a 1ª família diretamente afetada. Uma 2ª família, porém, foi diretamente ferida de morte.

Toda a livre imprensa maranhense e ludovicense estão hoje de luto e sob ameaça. A segurança institucional do nosso Estado precisa dar uma resposta imediata e contundente a essa prática tão retrógrada quanto execrável.

A coragem de Décio precisa encontrar eco na nossa sociedade e se multiplicar.

Toda a nossa população; toda a imprensa maranhense e todas as autoridades constituídas precisam se irmanar somando esforços para chegarmos aos mandantes e aos executores desse crime bárbaro.

VAMOS USAR O PRÓPRIO BLOG DO DÉCIO E TODOS OS BLOGS DO ESTADO PARA COBRARMOS OS RESULTADOS NECESSÁRIOS.

VÁ EM PAZ, DÉCIO SÁ, MEU IRMÃO! NÓS, POR AQUI, CONTINUAREMOS A SUA GUERRA…

3 pensou em “Muito mais do que “um rapaz latino-americano”

  1. Emocionante manifesto. Além de muito bem redigido, retrata de forma fidedigna o que estamos sentindo todos nós maranhenses. Faço coro com o Fábio: ISSO PRECISA SER ESCLARECIDO IMEDIATAMENTE E OS CULPADOS PUNIDOS EXEMPLARMENTE.

  2. É triste mas é a mais dura realidade. Crimes dessa natureza acontecendo em pleno seculo XXI, é uma afronta aos princípios democráticos, a sociedade e ao estado. Precisamos acabar com essa prática insana, covarde de se resolver as divergência. A democrácia nos permite divegir, mas que essas divergencias fiquem no campo das ideias. Mas a certeza da impunidade reinante em nosso estado torna a violência um instrumento de resolução de pendências.
    Não podemos calar.. Temos que reagir…Cobrar dos poderes constituidos uma ação energética, rápida e exemplar… A Paz do Senhor

  3. Olha gente um crime desse tipo não pode se registrar!!!, Se cada um que praticasse crime dessa forma fosse punido com a morte em praça pública, certamente diminuiria esses crimes, o executor e mandante tem que pagar com a própria vida… Assim outros iriam ver e teriam medo de cometer crimes desse tipo, as autoridades governamentais tem que colocar uma lei mais dura para esse tipo de crime, vcs não acham?

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