Gastão Vieira não confia no secretariado de Dino: “não tem ninguém que pense o Maranhão”

Gastão VieiraO deputado federal Gastão Vieira (PMDB), concedeu entrevista a O Imparcial, onde deixou claro que não acredita no secretariado do governador Flávio Dino (PCdoB).

Questionado sobre a relação do governo comunista com o Governo Federal, ele disse acreditar que haverá muita dificuldade, e considerou que será preciso que se “crie caminhos para que o Maranhão volte a ter o braço do Governo Federal”.

“Eu vi a composição do secretariado dele e ouço as suas palavras. Entre o entusiasmo dele e a sua determinação em fazer um bom governo e o apoio que ele irá receber de seu secretariado, não nos enganemos, existe uma enorme distância. Não tem ninguém que pense o Maranhão estrategicamente. Ele vai ter que assumir o papel de formulador e o executor desse novo momento que esperamos para o estado”.

Abaixo, a entrevista de O Imparcial na íntegra.


O Imparcial – Qual vai ser o destino do Gastão Vieira em 2015?


Gastão Vieira – Ainda não sei se vou trabalhar para o Governo Federal ou com a iniciativa privada, aproveitando toda essa experiência que eu tenho com a área da Educação. Mas tenho um capital político nada desprezível, tive quase 1 milhão e 300 mil votos, quase 400 mil votos a mais que o candidato a governador da minha chapa. Eu vou tentar prosseguir na minha vida política.

O Maranhão não foi contemplado com nenhum ministério da gestão de Dilma Rousseff. O senhor vê algum reflexo do resultado da eleição no Maranhão nessa escolha da presidente?

Eu acho que o estado está vivendo um momento de grande afastamento do governo federal. Não temos mais uma interlocução com a presidenta Dilma. Não coloco apenas o grupo Sarney, Lobão, etc., coloco também o governador Flávio Dino. A presidenta ainda não tem um caminho para que ela se reaproxime do Maranhão. Num momento de fragilidade política, na composição de um ministério tão difícil quanto tem sido, era muito esperar que o Maranhão fosse contemplado.


Como ficou sua relação com a presidente Dilma?

Ficou muito boa. Eu tive com a presidenta duas vezes depois da eleição da vitória dela no segundo turno. O que ela me sinaliza de forma muito concreta é que “eu vou precisar de você no meu governo”. Fico tranquilo e terei maior prazer em colaborar com o governo dela. Se não for chamado seguirei. Recebi proposta da Universidade Ceuma, mas quero ficar livre para conciliar com a minha carreira política.

Como o senhor acha que vai ficar a relação do Flávio com o governo federal?

Assisti com muita atenção a entrevista do governador Flávio Dino no Roda Viva. Ficou claro que ele está pensando muito além do Maranhão. Essa disputa PT/PSDB tende a desaparecer. E ele se colocou nesse cenário, de buscar um cargo federal mais elevado. Para isso precisa faze um bom governo e precisa efetivamente não decepcionar os eleitores. Mas é preciso que exista um apoio maciço do governo federal. Eu vi a composição do secretariado dele e ouço as suas palavras. Entre o entusiasmo dele e a sua determinação em fazer um bom governo e o apoio que ele irá receber de seu secretariado, não nos enganemos, existe uma enorme distância. Não tem ninguém que pense o Maranhão estrategicamente. Ele vai ter que assumir o papel de formulador e o executor desse novo momento que esperamos para o estado. Há de se criar caminhos para que o Maranhão volte a ter o abraço do Governo Federal. Acho que este caminho ainda não está aberto e se for possível eu me coloco também à disposição do governador eleito para que essas pontes sejam reconstruídas.

Como o senhor avalia que Roseana deixou o Maranhão para Flávio Dino?

Eu fiz campanha para Renato Archer em 1965, mas não tenho como negar que o governo de José Sarney foi um dos mais criativos e mais importantes que o Maranhão teve em toda sua historia. Ele atraiu técnicos e o Maranhão virou uma Babel. Vivemos um momento de grande euforia. Teve um segundo momento razoável e a partir daí entrou em processo de declínio. Eu fui secretario de Educação do primeiro mandato de Roseana, do governo que ela fez com um conjunto de técnicos que ajudaram ela a se eleger. O seu primeiro governo foi muito bom. O segundo governo, por discordar da criação de gerências regionais eu me afastei, tive uma rápida participação no governo que ela completou com a saída de Jackson e nesta gestão que terminou eu não tive nenhuma participação. Acho que o último governo dela foi muito diferente, ficou muita coisa a desejar.

O PMDB passa por um desgaste interno e busca um novo líder. Como o senhor vê essa questão da disputa interna no partido?

Nesse momento não tem mais grupo. Podemos avaliar somente o passado, sem condições de pensar no futuro. Não existe nenhuma liderança com perfil de aglutinar as tendências diversas que ficaram com essa derrota. A vitória de Flávio Dino é inquestionável, pelo número de votos, pela maneira como empolgou a população e também nesse momento o Maranhão quer se conciliar com a sua autoestima. Eu duvido muito que vamos ter condições de fazer um enfrentamento na Assembleia. Em nome de quem e por quem? Cada um de nós vai buscar o seu caminho, se vamos nos juntar mais na frente é uma outra questão. Há um imenso vazio e não vejo nenhuma perspectiva desse grupo de se erguer.

O senhor pretende continuar no PMDB?

Eu não sei, pela primeira vez eu vou confessar publicamente. Eu, uma vez brincando, disse ao CQC que o PMDB era um partido que todo mundo mandava, ninguém obedecia e cada um fazia o que queria. O PMDB no Maranhão, por ter tanto cacique, se inviabiliza em construir um caminho para o futuro. Penso em sair do partido e buscar outro partido, onde a gente saiba exatamente quem manda e quem obedece.

11 pensou em “Gastão Vieira não confia no secretariado de Dino: “não tem ninguém que pense o Maranhão”

  1. Meu amigo Gastao , discordo de voce o governador Flávio escolheu uma equipe jovem e Tecnica e tem mais ainda o governador Zé Reinaldo muito experiente temos Marcelo Tavares ex- presidente da assembléia legislativa do estado muito experiente e muito cedo pra meu amigo Gastao avaliar vamos ter mais cautela Flávio ta certinho colocou gente para obedecer o governador . E diferente da ex- governadora colocou Ricardo murad e Hildon Rocha que nao obedecia so faziam o que eles queriam . Por tanto Flávio estar correto e vai ser o melhor governador .

  2. Jogou a toalha nosso nobre Gastão? É papai com o barco afundando já tinha muita gente pulando,imagine com o barco no fundo do mar,quem ainda tem folego ta querendo e se livrar.
    Boa Gastão antes tarde do que nunca.

  3. É muita arrogância! Quer dizer que só eles pensaram no Maranhão. Só se foi num Maranhão para poucos. Sabe o que esse cara vai fazer em Brasília? Tentar inviabilizar o governo de Flávio Dino.

  4. E daí, o que esse posicionamento vem influenciar, vez que o grupo que ele mesmo fazia parte nunca o ouviram, ou ele mesmo se manteve calado, e agora ele entende que sabe de alguma coisa. esse comportamento é típico de vassalo que se sente ofendido quando o suserano e defenestrado de suas regalias, ou seu feudo.

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