Governo mentiu para conseguir direito de reposta em O Estado

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notaO Governo do Estado lançou mão de um ardil ao protocolar na Justiça Estadual um pedido de direito de resposta em O Estado diante da reportagem sobre mortes no Hospital Macrorregional de Coroatá.

Uma mentira mesmo!

Alegou que o jornal publicou apenas parte de uma nota oficial encaminhada à redação antes da divulgação da matéria.

No pedido julgado procedente pelo juiz João Francisco Gonçalves Rocha, da 5ª Vara da Fazenda Pública, ele acolheu argumentos do Executivo e pontuou que O Estado “só publicou parcialmente a nota, invertendo a ordem do texto e decotando seu conteúdo, mesmo assim em letras miúdas”.

São quatro mentiras em uma só, porque a nota foi, sim, publicada na íntegra, exatamente como chegou ao email do jornal, sem cortes e em letras exatamente iguais à de todo o texto da reportagem (basta ver as duas imagens acima).

Useiro e vezeiro

Essa não é a primeira vez que o governador Flávio Dino (PCdoB) mente à Justiça para tentar direito de resposta contra o Estado.

No ano passado, ainda na campanha eleitoral, ele teve rejeitado um pedido no qual também utilizou-se do mesmo artifício.

Em sentença proferida em agosto de 2014, o desembargador Raimundo Barros, presidente da Comissão de Juízes Eleitorais do TRE do Maranhão, julgou improcedente pedido do comunista após a divulgação da reportagem “Senado formaliza pedido ao TCU para realização de auditoria na Embratur”.

Nas suas alegações, a coligação do comunista sustentava que “todos os contratos aos quais o jornal se referiu foram realizados e executados antes da entrada de Flávio Dino na presidência da autarquia, em 2011” e que não havia provas de superfaturamento.

Ao decidir o caso, Barros pontuou não ser verdadeiro o argumento do então candidato a governador segundo o qual a denúncia referia-se a contrato anterior a sua gestão.

“De fato, o contrato mencionado na matéria […], apesar de firmado antes do início da gestão do representante [Flávio Dino], em 2009, foi aditivado na sua gestão, em 2012 […], tendo sido apontadas algumas irregularidades em auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União –CGU […] relacionadas à ‘realização de despesas antieconômicas […], referente ao Gerenciamento e Operação de uma Central de Serviços de Tecnologia da Informação, de pelo menos R$ 1.759.180,75 […]’”, disse.

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