Há algo, no mínimo, estranho na divulgação dos dados de vacinação do gado do Maranhão contra a Febre Aftosa.

No final do mês de julho, o Governo do Maranhão anunciou recorde de vacinação na primeira etapa de campanha, com cobertura de 98,82% do rebanho maranhense.

“Em relação à última campanha do ano passado, o Maranhão registrou aumento de 8 mil novos bois e búfalos vacinados”, diz texto oficial sobre o assunto (veja aqui).

Mas alguns números simplesmente não batem.

Senão, vejamos: em novembro de 2014, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o rebanho bovino do Maranhão era de 7.602.513.

Naquele ano, foram vacinados 95,28% do rebanho, num total de 7.243.538 bois e búfalos.

Se em 2015 foram vacinadas 8 mil unidades a mais, deveriam ter sido vacinadas 7.251.538 cabeças de gado, o que levaria a um índice de vacinação de 95,38% (não 98,82%).

Por outro lado, se for mesmo considerado o índice de 98,82%, teria ocorrido a vacinação de 7.512.803 cabeças de gado – 269.265 animais a mais(não 8 mil).

Diante disso, é necessária a divulgação, por parte do Governo do Estado, do quantitativo do rebanho existente e vacinado envolvido na campanha ocorrida em maio de 2015.

Sem isso, não há condições de se avaliar corretamente os dados, pois o que fora divulgado leva à crença de que, no mínimo, houve queda do rebanho maranhense em mais de 264 mil cabeças de gado.