O governador Flávio Dino (PCdoB) segue fazendo jogo duro com o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB).

Enquanto, de um lado, libera a mídia aliada para usar imagens dos encontros com o gestor municipal – como se ele já fizesse parte da sua base aliada -, na prática o comunista segue mantendo as torneiras fechadas para o Município.

O mais recente episódio ocorreu no fim de semana.

Cobrado por Gentil, Dino disparou em discurso na cidade:

“Nós vivemos um tempo de vacas muito magrinhas. Tem hora que a gente nem acha vaca. No tempo da vaca magra é que era bom. Tem hora que a vaca foi embora mesmo. Não tem a gorda, não tem a magra, não tem nenhuma. Então, essa é a realidade da prefeitura, é a realidade do governo também”.

Repare no vídeo que o governador disse isso quase como uma piada. Mas não sentiu muita receptividade de Gentil, que permaneceu sisudo o tempo inteiro – se ele houvesse sorrido, certamente a foto estaria nas redes comunistas.

Mas o prefeito não sorriu por um motivo simples: as vacas não estão magras de agora. Nem estão agora mais magras que 2016.

Em 2015 a atual crise econômica brasileira – usada como “muleta” pelo governo para não ajudar municípios onde o prefeito não reze em sua cartilha – já se intensificava.

Ficou ainda pior em 2016. E agora, em 2017, é que há sinais de recuperação.

Fábio Gentil sabe disso.

Como sabe também que no ano passado, mesmo no ápice da crise, Flávio Dino mandou R$ 25,9 milhões só para a saúde de Caxias. O prefeito era então seu aliado Léo Coutinho (PSB).

Já em 2017, até o dia 10 de julho, só R$ 684 mil (veja no quadro abaixo).

Desse jeito, fica difícil convencer os caxienses de que o dinheiro não está chegando porque as vacas estão magras.