MPF diz que PM que citou Jefferson Portela em depoimento não tem credibilidade

Os procuradores da República Juraci Guimarães Júnior e Carolina da Hora, do Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA), concederam hoje (21) uma entrevista coletiva para se posicionar sobre as denúncias feitas pelo soldado da Polícia Militar Fernando Paiva Moraes Júnior, durante audiência na 1ª Vara Federal Criminal, no processo em que ele é acusado de participar da quadrilha de contrabando desbaratada em operação realizada no final do mês de fevereiro.

Aos jornalistas, os representantes do MPF afirmaram que a delação já feita pelo PM – por não ter sido homologada – “é um nada jurídico” e que o réu, já denunciado no caso do contrabando (saiba mais), contou inverdades em seu depoimento.

“É difícil a gente estar falando do desdito de uma pessoa que firma um termo de depoimento, na presença de defensor público da união, depois de oito horas de depoimento, e depois ele dá à Justiça uma hora de uma outra versão. É uma pessoa que, para a gente, não tem nenhuma credibilidade. A gente não dá qualquer credibilidade, de fato, ao depoimento dele”, declarou Juraci Junior.

“O réu, no vídeo, conta mentiras, falta com a verdade”, acrescentou Carolina da Hora.

Ao juiz federal Luís Regis Bomfim Filho, o militar disse, entre outras coisas, que foi coagido pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela, a apontar os nomes do deputado federal Raimundo Cutrim (PCdoB) e de um delegado como integrantes do esquema, segundo revelou o blog do Neto Ferreira.

“Eu fui coagido a fazer esta delação premiada. Fui coagido pelo então secretario de Segurança, Jefferson Portela, e por um coronel que me conduziu”, declarou o PM.

 

E mais: que foi informado, antes de ser retirado da cela onde estava preso, no Comando Geral da PMMA, que havia a possibilidade de ele ser morto no local; e que tentaram ouvi-lo sem a presença dos seus advogados no dia 7 de abril – fato que chegou a ser denunciado pela comissão de prerrogativas da OAB-MA (reveja), mas contestado pelos procuradores (veja aqui).

Segundo o MPF, Paiva mudou sua versão em relação a vários pontos. “O Ministério Público nunca descumpriu as prerrogativas da OAB. Os advogados tiveram acesso ao acusado, falaram com o acusado. O acusado desconstituiu o seu advogado e ele esteve na presença, durante 8h30, de um defensor público federal”, contou Juraci Guimarães, lembrando que, ao ser levado à sede da Procuradoria, no início do mês, Paiva alegou que foi ele quem pediu para ser transferido de cela, por ter recebido informações de que estava sob ameaça no local em que estava preso.

“Ele se sentia ameaçado e procurou, lá onde estava preso, no Quartel da Polícia Militar, um outro soldado, amigo de fé dele, que era a única pessoa que ele confiava”, completou o procurador, acrescentando que “é inverídico” que o MPF o tenha pressionado a delatar.

O secretário Jefferson Portela ainda não se manifestou sobre as acusações feitas pelo policiail.

11 pensou em “MPF diz que PM que citou Jefferson Portela em depoimento não tem credibilidade

  1. Gilberto, está sabendo de um “ato em solidariedade” ao secretári Carlos Lula organizado pelo ex-secretário Marcos Pacheco? Marcos Pacheco pediu a sede do CRM pra realizar o ato, Dr. Abdon Murad aceitou e liberou a sede, mas depois que os médicos descobriram isso entraram em sua esmagadora maioria em desacordo. Nos grupos de médicos no whatsapp e telegram foi uma revolta geral em usar a “casa dos médicos” pra apoiar um provável corrupto que ainda é responsável pelo atraso de salário de vários médicos. Com tanta pressão Dr. Abdon Murad voltou atrás e disse para Dr. Marcos Pacheco procurar outro lugar pra realizar o ato. Agora eu me pergunto o pq do interesse de Marcos Pacheco em proteger e defender Lula… se mexer muito a merda vai feder longe!!!

  2. Eu ACREDITO no Policial, e DESACREDITO nesses dois procuradorzinhos , da mesma forma que acredito em TUDO o que falam CONTRA Jeferson Portela, que por sinal já deu demonstrações inequívocas de desvio de caráter.

    • Deve mesmo, pois a Procuradora é casada com Ivo Anselmo, amigo íntimo do Governador. E Procurador Juracy é casado com a secretaria adjunta da Segep do atual governo.

  3. Com essa declaração do MPF mesmo que algo que ele falou pudesse ser aproveitado não será, pois eles acabaram de confirmar que o delator é mentiroso e com isso nada pode ser verídico.

  4. Quer dizer que quando o soldado “delatou” todo mundo o MPF acreditou, agora que “delatou” o Secretário Portela o toda a armação, não acreditam mais!!! Risível!!!!

  5. Esse procurador[…]a mulher dele é secretaria de estado e colega do Jeferson Portela, você queria o que?

  6. Pingback: Contrabando: MPF tentou delação para descobrir quem recebia mercadorias | Blog do Valdir Rios

  7. Sei. E esse procurador Juracy Guimarães, que é casado com uma secretária do desgoverno Dinóquio, tem alguma credibilidade para tá afirmando isso.?

  8. Como assim uma “manobra dos advogados”?? Pelo que dá pra ver quem saiu perdendo foi o Sd Paiva, uma vez que com a delação homologada ele teria a revogação da prisão, o perdão judicial e não seria processado por improbidade administrativa! Estranho ver o MPF fazer coletiva, cujo propósito parece ter sido defender o secretário de segurança. Algo de muito esquisito nessa história…

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