O exemplo de Milão a empresários do MA que querem fim de isolamento

(Foto: A. Baêta/Secom)

Em documento enviado ao Governo do Maranhão ontem (27), um grupo de empresários do estado apresentou sugestões para a retomada das atividades econômicas na capital maranhense.

Eles pretendem reabrir o comércio, de forma gradativa, a partir próximo dia 5 de abril (saiba mais), quando se completam praticamente 30 dias das primeiras medidas adotadas pelo governo para tentar conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19).

A postura opõe-se às recomendações de entidades médicas, para quem o isolamento social ainda é imperioso neste momento (reveja).

De Milão, pode vir o exemplo de como estão errados os empresários em acreditar que já se podem afrouxar as regras de distanciamento social no Maranhão, onde há apenas 14 casos confirmados de Covid-19 e nenhuma morte.

Reportagem do Correio Braziliense divulgada na quinta-feira (26), mostra que o prefeito da cidade italiana, Giuseppe Sala, reconheceu, que errou ao apoiar a campanha “Milão não para”, que, lançada há exatamente um mês, estimulou os moradores a continuar as atividades econômicas e sociais, mesmo com a pandemia do novo coronavírus.

“No início da divulgação da hashtag na internet, em 26 de fevereiro, a Lombardia, região setentrional da Itália, tinha 258 pessoas infectadas pelo vírus, e o país inteiro contabilizava 12 mortes”, diz a reportagem.

Hoje, Milão é a província da Itália mais atingida pela Covid-19: no dia da divulgação da matéria do Correio Braziliense, já haviam sido registrados 32,3 mil casos de pessoas contaminadas e 4,4 mil óbitos. A cidade abriga, atualmente, 40,1% da população italiana acometida pela doença, representando 54,4% das mortes no país.

“Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título #MilãoNãoPara. Eram 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, reconheceu Giuseppe Sala, em entrevista a uma emissora italiana. “Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou.

Que fique o alerta!

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  1. A pergunta é simples: Quantas vidas da sua família você tolera que se percam? O coronavírus não escolhe classe social, mata sem preconceito. Quanto maior o número de infectados na cidade, maior a possibilidade de você aí pegar e morrer. Olha a sociedade paulista, quantas pessoas de boa situação financeira já foram mortas pelo Covid-19. Quem da elite maranhense quer entrar nessa estatística? Quem vai entregar a alma de alguns familiares do demônio por dinheiro?

  2. Só uma dica. O “a” aí está em lugar errado. Seria: “há empresários do MA” e não “a empresários do MA”.

  3. Dificilmente concordo com suas postagens.
    Mas, como sou sensato, preciso elogiar sua visão do que está havendo no Brasil.
    Haverá recessão, isso é fato. Talvez, segundo Guedes, hiperinflação.
    Pensamos no seguinte cenário do ridículo proposto da verticalização: a massa de trabalho fora do grupo de risco vai às ruas. Ponto final.
    Considerando que o vírus é novo, a capacidade de infectar pessoas (jovens, adultos e idosos) é alta, muitas vezes assintomática e facilitando a disseminação, levando ao colapso do sistema de saúde frágil do nosso país, expor pessoas nas ruas e não testar os supostamente saudáveis é roleta russa.
    Contra a ciência de dados não há argumentos.
    Os EUA abriram agora, nessa última semana de março, visto simplificado para qualquer profissional de saúde que esteja ou queira ajudar no combate à pandemia. (fonte: Departamento de Estado dos EUA – Imigração).
    Isso é mais uma prova que deixar a população, ainda que jovem, sem isolamento total (lockdown) é irresponsabilidade.
    Trump é, nesse ponto, como Bolsonaro: teimoso.
    Trump fez um pronunciamento preocupado e, obviamente, culpou o colapso rápido pela administração Obama. Dessa forma, imagino que nosso presidente fará a mesma coisa quando corpos começarem a se empilhar.
    É dever das esferas do governo tratarem a questão econômica com recursos previstos para o plano dos próximos 20 anos, como propôs Abílio Diniz.
    600 bilhões para todas as empresas e trabalhadores informais. 600 a 1200 durará por pouco tempo.
    É isso. Que Deus tenha misericórdia do nosso país.

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