As lições da crise até aqui

(Foto: NIAID)

Por Adriano Sarney

A atual crise evidenciou que: os países não cooperam entre si, os economistas liberais se calaram, as tecnologias em diagnósticos precisam evoluir e a humanidade vai se abalar, mas não vai acabar. No Brasil, o coronavírus escancarou a fragilidade de nossa econômica.

Em tempos de murici, cada um cuida de si. Os Estados Unidos enviaram 23 aviões cargueiros para buscar equipamentos de saúde na China. Essa mercadoria fazia parte das encomendas de países como o Brasil e a França. Os EUA, com o consentimento do governo chinês, pagaram mais caro e levaram a melhor. Não se trata de capitalismo selvagem, mas da lei dos que têm mais para oferecer.

A última palavra do capitalismo chinês vem do partido comunista e não foi o preço mais elevado que fez os EUA passarem na frente da fila. Certamente os chineses negociaram uma cláusula do acordo comercial entre as duas potências.

Já os economistas liberais, aqueles que rejeitam o intervencionismo estatal, estão mudos durante a crise. A clara necessidade de ações do governo tanto na saúde quanto na economia, colocou o Ministro Guedes, um liberal de carteirinha, em uma sinuca de bico. Nesse momento, a iniciativa privada pouco pode fazer para amenizar a crise. Todas as ações serão governamentais, inclusive a reconstrução social e da economia quando tudo acabar; são obrigações do governo!

Os avanços tecnológicos dos últimos anos parece não ter surtido efeito na área de diagnósticos. Como pode em pleno século XXI, um teste demorar 7, 10, 14 dias? Ainda mais um vírus cuja família já era conhecida há anos. Se todos tivéssemos um teste rápido, instantâneo, conseguiríamos planejar a reabertura das atividades econômicas com maior segurança e amenizar as dores dos micro, pequenos e médios empresários, maiores empregadores do país.

Outra constatação extraída da pandemia é a de que o coronavírus irá devastar a humanidade em vários aspectos, mas não irá extingui-la, como colocou Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens, Uma breve historia da humanidade”. O vírus mata em média 3% a 5% dos infectados, diferente do ebola, por exemplo, que pode matar até 80% dos pacientes.

É preciso levar em consideração que os casos do coronavírus, tanto os de infectados quanto os óbitos, estão sendo subnotificados. As consequências sociais e econômicas farão também novas vítimas, assim como o estresse psicológico do isolamento social, medo e desamparo. Mas, a raça humana não será extinta e a tendência após a crise da pandemia atual é de alterar a maneira como vivemos e funcionamos, promovendo inovações que facilitam as mudanças necessárias ao tempo e momento em nossas vidas.

No Brasil, a crise do coronavírus expos a fragilidade da economia. A nossa bolsa de valores foi a que mais caiu (em dólares) no mundo, -52%. O valor das empresas brasileiras, em média, tiveram uma desvalorização de metade de seus preços de mercado. Isto se deve à enorme valorização do dólar frente ao real e à desconfiança, principalmente de investidores estrangeiros, do poder de recuperação de nossa economia. Enquanto pensávamos que o Brasil iria voar em céu de brigadeiro esse ano, vimos, de fato, uma economia frágil se derreter mais do que as outras no mundo. É hora de começarmos a nos preocupar com a economia real.

Após essa crise, o mundo não será o mesmo. Os países vão ser mais autossuficientes, a máquina pública vai ter que salvar a iniciativa privada, as empresas vão dar mais foco nas tecnologias da saúde e as pessoas vão ser mais resguardadas. Outras lições virão.

8 pensou em “As lições da crise até aqui

  1. Quero expressar aqui a minha satisfação com a atuação do Adriano neste momento de crise que passamos devido a pandemia do Novo Coronavírus. Que Deus o abençoe sempre e que possa seguir em frente trabalho por nós por meio do seu mandato como Deputado estadual e, no futuro bem próximo, como PREFEITO DE SÃO LUIS.

  2. Parabéns ao Adriano pelo trabalho realizado. Espero que seja o nosso próximo Prefeito, pois precisamos de políticos igual a sua excelência, que honram o voto ganho com muito trabalho e seriedade.

    • O diabo é moleque. Meu amigo, 0h10 – que foi o horário do seu primeiro comentário lá no outro post – eu já estava nos braços da minha amada, que chegou cansada de um plantão de 12h num hospital cheio de casos suspeitos de Covid-19. Vc acha mesmo que eu fico aqui, de plantão, esperando gente como vc vir esculhambar o trabalho da imprensa?
      A propósito, seu outro comentário (que reproduzo aqui: “Pense em um circo da mídia. Parabéns a impressa, por tudo que trás na midia do dia a dia”) já está devidamente aprovado.

      • Amigo, primeiramente sempre respeitei o trabalho da imprensa, pois é por ela que temos informações do que acontece no Maranhão, Brasil e mundo.
        Apenas comentei , que os políticos apenas criticam uns aos outros, mas ate o momento nao vi um sequer, criar um decreto ou medida provisória, solicitando redução de seus salarios e mordonias. Como sempre acontece, essa conta cara novamente somo nos que iremos pagar .
        É muito facil, ficar em casa com alimentação, medicamentos e conforto. Mas muitos estao em casa sem um pao para comer, com filhos chorando de fome. Queria vê ações desses politicos nas periferias, levando ALIMENTOS e medicamentos. Nao vê um!

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