Governadores querem derrubar veto a compensações após redução de ICMS

Imirante

Os governos estaduais iniciam na semana que vem mais uma ofensiva em busca de compensações do governo federal em virtude das perdas decorrentes da redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis para 17%, estabelecida pela lei complementar (LC) 194, de junho. As informações são do jornal O Globo.

No Maranhão, a regra passou a valer no dia 13 de julho, após sanção de lei estadual com o mesmo teor pelo governador Carlos Brandão (PSB).

Os governadores querem que o Congresso derrube o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao artigo que previa a compensação, por parte da União.

Na próxima terça-feira (16), os secretários de Fazenda irão a Brasília para uma nova reunião no Supremo Tribunal Federal (STF), que busca um acordo com a União em relação à redução do ICMS sobre produtos essenciais. As discussões fazem parte de um processo de mediação conduzida pelo ministro do STF Gilmar Mendes.

Já na quinta-feira (18), secretários estaduais de Fazenda e Saúde se reunirão com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)na tentativa de convencê-lo da urgência e importância de derrubar esse veto.

“Significa que, se esse veto for derrubado, os estados terão a indenização integral dos valores que estavam sendo aplicados na saúde e na educação”, afirma o presidente do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz), Décio Padilha.

Os governadores argumentam que, com o veto presidencial, educação e saúde podem perder R$ 17 bilhões. O objetivo de lutar pela derrubada do veto, segundo, é permitir que a União repasse aos estados R$ 17 bilhões.

A LC 194 foi aprovada para conseguir reduzir o preço dos combustíveis a tempo de ter algum impacto na corrida eleitoral, no momento em que Bolsonaro tenta melhorar suas chances. Ela estabelece que combustíveis, gás de cozinha, energia, transporte e telecomunicações precisam ser tratados com bens essenciais, o que significa que o ICMS sobre estes itens não pode superar 17% (ou 18%, no caso em que este seja o piso do tributo no estado). Antes da lei, havia estados que chegavam a cobrar alíquotas de 34% para alguns destes produtos.

A legislação previa compensação para os estados pela redução do imposto, que foi vetado por Bolsonaro ao sancionar a lei. Se o Congresso derrubar o veto, a União repassaria R$ 17 bilhões aos estados, já carimbados para educação e saúde. A estratégia é derrubar o veto o mais rápido possível, até novembro deste ano no máximo, disse Padilha.

No Maranhão, segundo dados da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), só em julho a perda foi de R$ 291 milhões – e pode ser de aproximadamente R$ 3,5 bilhões até o fim do ano.

Por conta baixa na arrecadação, o Estado recorreu ao Supremo, e conseguiu uma liminar para suspender o pagamento de dívidas.Outros estados também já conseguiram decisões semelhantes.