Lateral ex-Sampaio investigado em esquema de apostas

Globo Esporte

O promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto, detalhou nesta terça-feira o esquema de manipulação de resultados envolvendo jogos da Série B do ano passado. O meia Romário, ex-Vila Nova, foi um dos alvos da operação denominada “Penalidade Máxima”. O clube goiano foi o denunciante do caso.

Outro investigado é o lateral Matheusinho, que estava no Sampaio Corrêa e atualmente defende o Cuiabá. Segundo o jornal O Popular, o zagueiro Joseph, do Tombense, também está na mira dos investigadores. Há ainda o volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, que teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento do esquema.

Segundo o promotor, o esquema de apostas consistia na marcação de pênaltis ainda no primeiro tempo. Os três jogos suspeitos de manipulação são Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, todos válidos pela última rodada da Série B do ano passado.

Destas três partidas, apenas em Vila Nova x Sport não houve a marcação do pênalti, fato que, de acordo com Fernando Cesconetto, impediu o êxito da aposta.

O jogador do Vila passou então, segundo o promotor, a ser cobrado por já ter recebido um sinal no valor de R$ 10 mil. Cada jogador envolvido ganharia ao todo R$ 150 mil no esquema. O prejuízo aos apostadores é estimado em R$ 2 milhões.

– A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões – disse o promotor, que completou:

– O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil.

O promotor de Justiça afirmou que a investigação ainda será aprofundada. Os envolvidos, sejam eles apostadores ou jogadores envolvidos, podem responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo.

Em nota, Vila Nova e Sampaio Corrêa, dois dos clubes com jogadores envolvidos no caso, afirmaram que apoiam as investigações.

Confira a nota do Vila Nova:

O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14).

O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte.

Confira a nota do Sampaio Corrêa:

O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências.

O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina.

3 pensou em “Lateral ex-Sampaio investigado em esquema de apostas

  1. No caso do jogo Sampaio x Londrina o Ministério Público poderia também investigar a atuação da arbitragem, incluindo os operadores do VAR, pelo fato da revisão do lance ter ocorrido muito tempo depois do lance do pênalti, quando o Sampaio já havia até feito um gol em contra-ataque.

    • Mas se o juiz de campo não viu pênalti inicialmente e a jogada não parou até o gol em contra-ataque, o VAR não poderia chamar o árbitro antes

  2. Pingback: Assembleia autoriza CPI para apurar manipulação no futebol do MA - Gilberto Léda

Os comentários estão fechados.