Uma propaganda eleitoral da campanha do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), pode complicar sua candidatura na Justiça Eleitoral.

Na inserção, um cinegrafista percorre corredores e sala do Hospital da Criança, como se fosse uma criança em atendimento.

Depois, o gestor surge do lado de fora, exaltando o feito da sua administração.

A tese que pode levar Braide a ter problemas com a Justiça Eleitoral vem de Campinas.

Na cidade do interior paulista, o atual prefeito, Dário Saadi (Republicanos), teve o registro de candidatura cassado na semana passada pelo juiz eleitoral Paulo César Batista dos Santos, da 275ª Zona Eleitoral de Campinas.

O magistrado considerou que houve abuso de poder político por parte de Saadi durante a campanha eleitoral. O candidato à reeleição teria gravado vídeos dentro de equipamentos públicos que ele teria tido acesso por ser prefeito, contrariando a isonomia entre candidatos ao pleito.

“No caso presente, houve demonstração do abuso de poder político, sendo perceptível a ocorrência de campanha que transborda os limites admitidos pela legislação eleitoral, já que, como dito alhures, foram utilizadas imagens que não são públicas e acessíveis a todos os demais candidatos”, diz a decisão.

E segue: “Sobretudo porque não captadas em praças ou quaisquer outros locais de livre circulação dos munícipes, acessíveis a outros candidatos, mas sim em locais de acesso restrito ao seu interior, cuja utilização, a meu ver, caracteriza o abuso do poder político, de modo a caracterizar a ilegalidade”.

O magistrado acatou, ainda, pedido para que Dário apague as peças publicitárias citadas na ação e também declarou-o inelegível por oito anos.

Se o mesmo critério for utilizado pela Justiça Eleitoral maranhense, Eduardo Braide pode estar correndo sério risco.