Aprovado por unanimidade nesta terça-feira, 18, pela Câmara Municipal de São Luís, o projeto de lei de autoria da gestão Eduardo Braide (PSD) que autoriza a Prefeitura a custear com recursos públicos o transporte por aplicativo aos usuários do transporte coletivo durante a greve dos rodoviários pode consumir em poucos dias o que se gata mensalmente com as empresas de ônibus.

O projeto não detalha a previsão de valores, o número de motoristas de app a serem credenciados, a quantidade de viagens por usuários, nem o valor que será pago a cada um deles, por isso, as contas a seguir são uma estimativa com base nos números atualmente conhecidos.

Na Grande Ilha, aproximadamente 700 mil pessoas utilizam o transporte públicos todos os dias. A medida, contudo, vale apenas para as linhas da capital.

Assumindo-se que, nesse caso, o número caia pela metade, haveria 350 mil passageiros da cidade sem ônibus no momento. Sendo ainda mais modestos, pode-se admitir que apenas 200 mil vão efetivamente utilizar o “UberBraide”.

O exercício, agora, fica mais complicado, já que não se abe o valor que o Município pagará por corrida. Mas, digamos que cada usuário tenha direito a R$ 20 por dia – o que seria insuficiente mesmo para corridas de não tão longa distância.

Nesse caso, o custo seria de R$ 4 milhões por dia.

Atualmente, a Prefeitura repassa algo em torno de R$ 8 milhões às empresas. Por mês…

A conta não fecha.

Isso sem contar que, ao que tudo indica, a atual oferta de veículos de app não suportaria tal demanda. E mesmo que os carrinhos lotação sejam cadastrados emergencialmente para tal missão, ainda não seria o suficiente.

É, de fato, uma equação difícil de fechar.

Vejamos como Braide desata esse nó…

Em tempo: o projeto aprovado também autoriza a realização de uma nova licitação para concessão do serviço público de transporte coletivo urbano de São Luís.