Médica cubana não receitou remédio para cavalo a paciente no MA

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Desde já fique bem claro: o titular deste blog não concorda com a forma como o Governo Federal implantou o programa “Mais Médicos”.

Dito isto, vamos aos fatos.

Trata-se de uma injustiça com a médica cubana Norma Rodriguez, atualmente atendendo em Barra do Corda, no interior do Maranhão, a notícia de que ela teria receitado remédio de cavalo para um paciente com osteoartrose.

O não-fato já se espalhou pelas redes sociais como verdade há alguns dias e não é este humilde post que terá o poder de derrubar o mito já criado. Mas a verdade precisa ser dita.

metacarbomolPela receita acima, vê-se claramente que Rodriguez, receitou Metocarbamol em comprimidos.

A apresentação para cavalos é líquida, e injetada com seringa. O remédio em comprimidos é usado em humanos (veja ao lado), como relaxante muscular ou após traumas músculo-esqueléticos.

Na receita, é possível ver, ainda, que ela receitou também Dipirona 500 mg – 1 comprimido de oito em oito horas – e Complexo B. Nada mais normal.

metocarbamol2O que ocorre no fato é um problema que já se imaginava comum. No Brasil, não se usa normalmente o Metacarbomol como relaxante muscular. Em Cuba, pelo visto, sim.

O caso em questão, portanto, é de ordem cultural, e não de erro médico.

Em tempo: no Brasil, usa-se muito a quetamina como anestésico em cirurgias de humanos. Mas o remédio também é usado como anestésico em cachorros. E nunca se viu notícia de algum médico sendo criticado por usar “remédio de cachorro” em humanos.

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Contra “importação”, médicos fazem protesto

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Médicos realizaram manifesto hoje pela manhã, na Avenida Litorânea

 

O manifesto aconteceu na manhã deste domingo (30), na Avenida Litorânea, o que acabou causando um grande congestionamento na orla marítima e chamou a atenção dos frequentadores. Além das entidades de classe, o movimento ganhou a adesão de políticos, como dos vereadores Helena Duailibe (PMDB) e Gutemberg Araújo (PSDB), e também do deputado estadual André Fufuca (PSD).

De acordo com a vereadora Helena Duailibe, integrante do ato, o movimento não é de cunho xenofóbico. “Não somos contra os cubanos, somos contra a forma que está sendo tomada essa medida, não podemos trazer de qualquer forma médicos para trabalhar no nosso país, isto é extremamente perigoso”, alertou.

A reivindicação das entidades médicas é para a manutenção da obrigatoriedade do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições Estrangeiras (Revalida), já que o governo pretende validar automaticamente os médicos estrangeiros para atender no País, durante o prazo máximo de três anos. A justificativa federal seria a de suprir a falta de médicos na rede básica de atendimento.

“Em todos os países existe um sistema de avaliação de profissionais estrangeiros, para ver se eles estão aptos a tratar das doenças típicas do país e se a língua falada é compatível”, argumenta Helena. Segundo dados repassos pelo sindicato, no último Revalida, realizado em 2012, dos 884 candidatos estrangeiros, apenas 77 foram aprovados, ou seja, o índice de reprovação chega a 92%.

Atualmente estão em plena atividade no Brasil 4.534 médicos estrangeiros, que passaram pela revalidação nos últimos 12 anos.

No Maranhão, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), mais de 50% dos médicos estão concentrados na Capital, os demais estão distribuídos pelo interior do estado. O desinteresse dos médicos pelo interior do estado se dá, segundo o CRM-MA, pela falta de materiais básicos para procedimentos médicos.

Maranhense é o único brasileiro entre médicos que desenvolvem estudos em dor para América Latina, África e Ásia

fotoO anestesiologista maranhense João Batista Garcia embarcou esta semana para Hong Kong para a primeira reunião de trabalho do projeto Know Pain (conheça a dor, em tradução livre), série de estudos que visa ao desenvolvimento de ações educacionais em dor para a América Latina, a Ásia e a África. O médico é o único brasileiro a fazer parte da equipe do projeto mundial.

Membro de outros boards internacionais que desenvolvem projetos educacionais e discutem políticas relativas à dor para a América Latina – como o Change Pain (mude a dor, em tradução livre), por exemplo -, o maranhense é a referência nacional em tratamento de dor.

“Fui convidado para participar do projeto Know Pain, que abrange educação para a América Latina, Ásia e África, e já terá a primeira reunião nesta semana”, informou, antes de embarcar, destacando ser “uma honra” representar o Brasil no projeto.

João Batista Garcia é maranhense de Cururupu, professor doutor da disciplina de Anestesiologia, Dor e Cuidados Paliativos da Universidade Federal do Maranhão(UFMA), responsável pelo Serviço de Dor do Hospital Universitário da UFMA e pelo Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Instituto Maranhense de Oncologia. É, ainda, editor-chefe da Revista Dor Pesquisa, Clínica e Terapêutica(2013-2014), e foi presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (2011-2012).