Médico do Hospital Universitário recebe prêmio internacional

João Batista

Concorrendo com projetos do mundo todo, o Brasil, em especial o Maranhão, foi premiado pela Associação Internacional para Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain – IASP) por meio do projeto desenvolvido pelo médico anestesiologista e especialista em dor do Hospital Universitário da UFMA, dr. João Batista Garcia.

A IASP é uma instituição mundial que estuda a dor e possui representação em todos os países no mundo. Regularmente a IASP premia projetos de educação em dor para países em desenvolvimento. E dos 14 projetos premiados, só um do Brasil foi escolhido. O trabalho brasileiro contemplado é voltado para a educação em dor causada pela hanseníase.

O trabalho premiado receberá a quantia de 10 mil dólares para execução do projeto, que será dividido em 10 módulos de educação em dor. Os módulos contemplarão oficinas, treinamentos de equipes, aulas, avaliações, estabelecimento de ferramentas para avaliação, entre outras ações.

De acordo com o Dr. João Batista Garcia, o objetivo do projeto é atender de forma multidisciplinar com: médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, entre outras especialidades, tendo assim um espectro geral da dor em hanseníase e dessa forma poder avaliar, diagnosticar e tratar de forma adequada essa dor.

A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam o Brasil como o segundo país no mundo com maior número de casos dessa doença, só ficando atrás da Índia. E o Ministério da Saúde elenca o ranking no Brasil, tendo o Maranhão em segundo lugar com a maior prevalência de casos da doença, perdendo apenas para o estado do Mato Grosso.

O PREMIADO:
João Batista Garcia é médico anestesiologista e especialista em dor do Hospital Universitário da UFMA; professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, lecionando a disciplina de anestesiologia, dor e cuidados paliativos; presidente da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED); e coordenador da Liga de Dor do HUUFMA.

MAIS SOBRE HANSENÍASE

Sinais e sintomas
– Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
– manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
– áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;
– caroços e placas em qualquer local do corpo;
– diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).

Como se transmite?
Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoece. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos.

Como tratar?
A hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos e é denominado poliquimioterapia.

Como se prevenir?
É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.

(As informações são do Ministério da Saúde)