Cartel agindo? Posto que vende gasolina a R$ 2,58 tem bomba crivada de balas

Posto na Jerônimo de Albuquerque: gasolina a R$ 2,65

Motoqueiros crivaram de balas, no último fim de semana, um posto de gasolina na Forquilha. Segundo testemunhas, eles pararam diante de uma das bombas e dispararam diversas vezes.

O curioso é que o posto alvo da ação dos bandidos vende o litro de gasolina a R$ 2,58. Há suspeitas de que o crime seja retaliação justamente a isso.

Lobão estava certo

Enquanto isso, a capital amanheceu nesta terça-feira (10) comprovando que o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, estava certo.

A maioria dos postos da cidade já vende gasolina mais barata, em média a R$ 2,65, cerca de 10 centavos a menos que até a semana passada.

Numa rápida consulta, o blog detectou três postos na Avenida Jerônimo de Albuquerque praticando preços mais baixos.

ANP suspeita de “cartel do combustível” em São Luís

Relatório da Agência Nacional de Petróleo (ANP) constata o que os consumidores maranhenses e o Ministério Público já suspeitam há muito tempo: pode estar havendo formação de cartel no ramo da venda de combustíveis em São Luís.

A última análise da agência reguladora do setor revelou que, atualmente, a variação de preço nos postos da capital é de, no máximo, R$ 0,12.

Até a metade de fevereiro os preços tinham variação de até R$ 0,40.

Além disso, o relatório aponta que o lucro dos revendedores aumentou: passou de 25 centavos por litro, para 50 centavos.

Os dados coletados pela ANP já foram repassados ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.

Investigação

A 21ª Promotoria da Defesa da Ordem Tributária e Econômica já investiga o caso há algum tempo. Recentemente, baseado em dados da própria Petrobras, o promotor Augusto Cutrim descobriu que o percentual de aumento repassado às revendedoras foi de apenas 1,2% no preço do álcool.

Nas bombas de São Luís, o aumento – tanto no álcool, quanto na gasolina – foi de cerca de 15%.

Uma coletiva sobre o assunto estava marcada pelo MP para acontecer na última terça-feira (29), mas foi cancelada sob a alegação de problemas médicos com o promotor José Osmar Gomes, atualmente respondendo pelo Promotoria – José Augusto está de licença médica.

Cartel do combustível debocha do MP e sonega informações

Gasolina mais barata em Anajatuba

Terminou dia 25 de fevereiro o prazo para que o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (SINDCOMB-MA) desse explicações ao Ministério Público sobre a alta de 15% nos preços da gasolina e álcool combustível em São Luís.

A ação foi proposta pelo promotor de Defesa da Ordem Tributária e Econômica, José Osmar Alves.

O Sindicato ainda não se pronunciou. Mas será que vai?

A verdade é que o cartel do combustível em São Luís debocha dos poderes constituídos do Maranhão. O MP nunca foi levado a sério por eles.

E o consumidor paga o pato, abastecendo seus carros com gasolina a R$ 2,75 em praticamente todos os postos da capital, enquanto bem aí em Anajatuba (veja na foto) a mesma gasolina é vendida a R$ 2,50, praticamente 10% mais barata.

Deve ser por isso que o SINDCOMB nada diz.

Afinal, é mesmo muito difícil explicar a mágica de se vender gasolina no interior (onde o revendedor ainda gasta com transporte para levar o produto de São Luís) 25 centavos mais barata que na capital.

Será que só o Sindicato e o MP não vêem que tem crime nisso?