“Você vai colocar recurso numa escola ou melhorar a vida de criminosos?”, diz Roseana sobre crise carcerária

roseanaA governadora Roseana Sarney (PMDB) voltou a tratar hoje (24), durante o lançamento da duplicação da MA-204, na Região Metropolitana de São Luís, da crise que se abateu sobre o sistema penitenciário do estado no ano passado e quase culmina com uma intervenção no Maranhão.

Segundo ela, foi uma “opção” do Executivo investir primeiro em escolas, estradas e hospitais e deixar para “melhorar a vida daqueles que estão lá, que são assassinos” depois.

“Você vai colocar o recurso numa escola, num hospital, ou, então, numa estrada? Ou você vai colocar o recurso para melhorar a vida daqueles que estão lá, que são assassinos, criminosos, traficantes, que degeneram as nossas família?”, questionou.

Roseana completou que, após conseguir mais recursos, tratou de investir no sistema carcerário.

“Era uma opção. Agora que nós conseguimos mais recursos nós estamos colocando lá. Nós estamos construindo novas penitenciárias para melhorar a vida deles”, disse.

Ligação entre detendo e sindicato pode ser investigada na AL

Um grupo de deputados tem avaliado a possibilidade de propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar até que ponto vão as ligações entre o detento José Jardersom Sá Matias – e a facção a que ele pertence – com membros dos Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspem).

Na semana passada, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) abriu ocorrência após identificar que o preso mantinha contatos com a diretora do Sindspem, Liana Furtado, e o ex-diretor de Pedrinhas Raimundo Fonseca (reveja).

Há suspeitas de uma articulação política para promover terror na penitenciária. “Uma pessoa que trabalhava no Presídio São Luís ouviu conversas de um agente penitenciário dando orientações de como os presos deveriam se comportar para criar terrorismos no sistema penitenciario”, contou o secretário Sebastião Uchôa, após a descoberta.

Entre os deputados já ouvidos pelo blog, o sentimento é de que, no mínimo, o caso precisa ser melhor esclarecido, já que há suspeitas de politização das ações criminosas que se propagaram pelo sistema penitenciário, na capital, nos primeiros dias do ano. Como se sabe, o tal sindicato é controlado por simpatizantes da oposição comunista no estado.

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Ligação de preso a membro do Sindspem revela caráter político de rebeliões

Governo “estranha” carta de juízes sobre crise carcerária

comiteEm nota emitida no início da noite de hoje (31), o Governo do Estado disse haver estranhado a postura dos juízes Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, Auxiliar da 1.ª Vara de Execuções Penais, e José dos Santos Costa, titular da 2.ª Vara da Infância e Juventude de São Luís, que protocolaram nesta sexta documento por meio do qual apontam o que consideram ineficácia das medidas anunciadas pelo Comitê da Crise Carcerária para conter a violência, mortes e fugas no sistema prisional de São Luís.

 No comunicado, o Executivo reitera que o Poder Judiciário, “que representa os magistrados de todo o estado”, tem participado de forma ativa do Comitê.

“O Governo do Maranhão considera estranha a manifestação dos juízes que assinam a carta, já que o Poder Judiciário, que representa os magistrados de todo o estado, tem atuado de forma participativa e acompanha de perto todas as medidas que  vem sendo implementadas pelo Comitê de Gestão Integrada”, diz a nota, que completa:

“As ações do Comitê – que conta com instituições, além do próprio Tribunal de Justiça do Maranhão, como o Ministério Público do Estado, Ministério Público Federal, Depen/Ministério da Justiça, Defensoria Pública do Estado, Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal – têm por base a transparência e o cumprimento de prazos legais para garantir a preservação dos direitos humanos e a segurança dentro e fora dos presídios. Todos têm atuado com extremo empenho na resolução da crise no setor penitenciário”.

Cézar Bombeiro e o PCdoB

Líder do Sindspem tem forte ligação com oposição maranhense

Líder do Sindspem tem forte ligação com o comunismo maranhense

A turma ligada ao comunismo no Maranhão usou uma justificativa pouco inteligente para tentar descolar o presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdB), do líder sindical Cézar Bombeiro (PT) no caso da revelação de que um interno do Complexo Penitenciário de Pedrinhas trocava telefonemas constantemente com uma diretora do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspem) e, possivelmente, articulava ações criminosas dentro do presídio para desgastar o titular da Sejap, Sebastião Uchôa (reveja).

Para os comunistas, Bombeiro não pode ser vinculado ao seu pré-candidato a governador porque é do PT, “um partido da base do governo”, argumentam.

O problema do discursos dos aliados de Dino é que só quem não acompanha o dia-a-dia da política local poderia cair nessa.

É fato: Cézar Bombeiro é petista. Assim como Augusto Lobato, Márcio Jardim, Eri Castro, Ivaldo Coqueiro e como foram Domingos Dutra e Bira do Pindaré.

Então, pergunta-se: algum desses aí, em algum momento, foi da base do governo?

Claro que não.

Portanto, está claro que Cézar Bombeito é petista, sim. Mas é, antes de tudo, um aliado dos comunistas no Maranhão. E querer desvincular suas ações políticas das ações do PCdoB será um exercício bem difícil…

COMO É QUE FAZ? População de Pinheiro não quer presídio na Baixada

(Foto: Blog do Vandoval Rodrigues)

(Foto: Blog do Vandoval Rodrigues)

Manifestantes interditaram hoje (28) o trecho da MA-106 entre as cidades de Pinheiro e Santa Helena em protesto contra a construção de um presídio na Baixada Maranhense.

Segundo projeto, uma unidade deve ser instalada na região, com capacidade para 168 presos. Segundo dados da Polícia Militar, a manifestação provocou engarrafamento de aproximadamente 20km nos dois sentidos da via. O trânsito só foi liberado por volta das 11h, após intervenção de policiais.

Os moradores da região garantem que os protestos continuarão até que o Governo do Estado se pronuncie sobre o local da obra. Se a construção for mantida perto das duas cidades, eles prometem cortar a rodovia.

Como em todo o estado, os moradores de Pinheiro e Santa Helena também temem pela construção de presídios perto de suas casas. Alie-se a isso o oportunismo de grupos políticos, que posam de defensores dos direitos desses cidadão, e está formado o palco perfeito para que ele faturem eleitoralmente.

E isso, em ano de eleição, é tudo o que políticos hipócritas querem.

PMDB cancela visita de caciques a Roseana Sarney

roseana_raupO PMDB decidiu ontem (23) cancelar a vista que caciques do partido fariam na segunda-feira (27) à governadora Roseana Sarney (PMDB).

Viriam à capital maranhense o presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp (RO), além dos senadores, Eunicio Oliveira (CE), Roberto Requião (PR), Vital do Rêgo (PB), João Alberto e Lobão Filho (MA).

O deputado federal Chiquinho Escórcio já estava em São Luís articulando a agenda dos caciques com o Governo do Estado. Mas a direção da legenda, após conversa com a própria governadora, entendeu que o melhor é diminuir a exposição do estado no noticiários nesse momento.

Na avaliação dos peemedeistas, o Estado tem conseguido dar respostas positivas para a crise no sistema carcerário, o que fez com que a grande mídia perdesse o interesse por pautas locais.

A conclusão foi que uma visita da cúpula peemedebista poderia novamente atrair olhares para o Maranhão e, principalmente, dar aos setores tucanos da imprensa sulista mais motivos para atacar o estado com o objetivo de atingir a presidente Dilma Rousseff (PT).

Motim no CDP em Pedrinhas

pedrinhasDetentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas iniciaram há pouco um motim na unidade. Eles queimaram um colchão e estavam batendo em grades.

O  Batalhão de Choque entrou na prisão e já controlou a  movimentação. Todos os presos estão numa quadra. Revista nas celas  encontrou facas e chips de celulares – as quantitdades ainda não foram informadas. A PM diz que a situação está sob controle.

Este foi o terceiro motim em Pedrinhas apenas em janeiro – mês que já contabiliza também quatro mortes no sistema penitenciário do estado.

Na semana passada, a Polícia Militar e a Força Nacional conseguiram debelar duas tentativas de rebelião na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ).

Marcelo Tavares é contra impeachment de Roseana Sarney e intervenção federal

marcelo-tavaresO deputado Marcelo Tavares (PSB), um dos  signatários do recurso da oposição contra o arquivamento do pedido de impeachment protocolado pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu) em desfavor da governadora Roseana Sarney (PMDB), declarou ontem (21) ao blog que não é favorável ao impedimento da peemdebista.

Segundo o parlamentar, esse posicionamento já foi exposto por ele até a uma jornalista da revista IstoÉ, que, por sinal, não usou a declaração.

Tavares explicou que assinou o recurso apenas para proporcionar o debate na Casa. Ele diz entender que, antes de arquivar a ação, a Assembleia deveria formar uma comissão para discutir o assunto, mas revela que, no mérito, não apoia o impeachment.

“Eu não acho que seja caso de impedimento da governadora. Bem ou mal, não se pode dizer que o governo não tem tentado contornar a situação. A omissão é algo muito subjetivo”, afirmou.

Tavares também se posicionou contra a intervenção federal. “Penso que não seja o caso do afastamento da governador. Uma intervenção pontual no sistema penitenciário me parece suficiente”, completou.

Para o ex-líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO) na AL, o impeachment, ou uma intervenção federal, dariam à crise no sistema penitenciário maranhense o desfecho de golpe, o que não seria bom para os oposicionistas.

“Quem entende de golpe é o grupo Sarney. Nós vamos conquistar o comando do estado é no voto”, alfinetou, com a confiança que lhe é peculiar.

Começa a transferência de detentos para presídios federais

presoA Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou hoje (20) que efetuou, no início da manhã, a transferência de detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, para presídios federais de segurança máxima, de acordo com vagas disponibilizadas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

Como anunciado desde a reunião do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com a governadora Roseana Sarney (PMDB), por questões de prevenção e segurança não foram divulgados dados os nomes dos presos, que foram levados em aeronave da Força Nacional/Polícia Federal (PF).

“A Sejap esclarece que as famílias dos detentos transferidos foram informadas do procedimento”, diz nota oficial.

“Somos um Estado de povo trabalhador, que tem orgulho de sua terra”, diz Roseana em artigo

O Maranhão de verdade*

Os brasileiros conhecem a realidade do sistema carcerário nacional. Rebeliões e violência ocorrem, infelizmente, em vários presídios de diversos Estados.

São diversas as causas dos problemas do sistema prisional, alguns dos quais acabam por agredir de forma dramática a paz e a tranquilidade da família brasileira. Os Estados, sem exceção, sofrem com um modelo centralizador e burocrático.

roseanasarneyAlém disso, a vinculação de recursos orçamentários restringe a distribuição equilibrada da receita corrente líquida para atender as demandas setoriais. Em média, no país, o gasto com pessoal está em torno de 45% do orçamento; a educação fica com 25%; saúde, com 12%; o pagamento da dívida, com 13%.

Somados, esses percentuais alcançam 95% da receita estadual. Sobram apenas 5% para outras obrigações, como custeio da máquina, segurança pública, infraestrutura, programas sociais, agricultura etc.

Para piorar, temos o problema das drogas, que é a principal causa da violência: para financiar o tráfico e o consumo, mata-se e rouba-se.

O Maranhão nunca teve tradição de violência. Quando deixei o governo em 2002, éramos o Estado menos violento do país. A expansão do crime organizado pelo território nacional, apoiado na exploração do tráfico de drogas, criou conexões entre gangues e grupos criminosos, espalhando pelo país o padrão de violência que vemos hoje.

Os indicadores do Maranhão avançam, apesar de todas as dificuldades que menciono neste artigo. Hoje, somos o 16º PIB brasileiro; em 2011, último dado do IBGE, o PIB real cresceu 10,3%, enquanto o PIB do Brasil ficou em 2,7%; fomos o primeiro no Nordeste e o quinto no país; a renda per capta alcançou R$ 7.852,71.

Na educação, a média das escolas foi elevada de 478,75, em 2011, para 481,37 em 2012, segundo dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012. Com o resultado, o Maranhão subiu três posições no ranking do Enem.

Estamos executando um dos maiores programas de saúde no Brasil, com a construção de dez unidades de pronto atendimento e 72 hospitais. Novas adutoras, redes de distribuição e estações de tratamento estão sendo implantadas para aumentar a cobertura da população em saneamento básico.

Na segurança pública, com recursos próprios, são R$ 131 milhões para construção de sete novos presídios, recuperação e reaparelhamento do sistema carcerário, compra de armamento, veículos, detectores de metal, esteiras de raio-x e estações de rádio. Até o dia 15 de fevereiro, 2.401 novos policiais aumentarão o nosso contingente. Até agora, 418 vagas foram criadas nos presídios maranhenses. Esse número será duplicado nos próximos seis meses.

Não aceito e não compactuo com a violência. O respeito aos direitos humanos e à integridade física dos cidadãos está acima de tudo. Nenhum órgão de defesa do cidadão apresentou denúncia de ameaça a familiares de presos.

O que se passou em Pedrinhas é ato de selvageria e barbárie. Determinei rigorosa apuração dos fatos e punição exemplar aos responsáveis. A morte da menina Ana Clara, de seis anos, ficará em nossas lembranças para sempre.

Somente com a união do Executivo, Legislativo, Judiciário, Defensoria Pública e Ministério Público será possível vencer essa dura batalha. Na última quinta-feira, recebi o ministro da Justiça e representantes dos três Poderes.

Já iniciamos um grande plano de ação com 11 itens que contemplam medidas como mutirão das defensorias, transferência de presos e núcleos de atendimento, além de capacitação do policial. São medidas que solucionarão o problema carcerário do Estado.

Somos um Estado de povo trabalhador, que tem orgulho de sua terra e de sua tradição. Com o nosso esforço e a ajuda de todos, vamos vencer essas dificuldades.

*ROSEANA SARNEY, 60, socióloga formada pela Universidade de Brasília (UnB), é governadora do Maranhão pelo PMDB