Falta de habilidade

dinoQuem acompanhou a sessão da última terça-feira da Assembleia Legislativa ficou com pelo menos uma convicção: não há relação saudável entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e os deputados estaduais que compõem a sua base.

Os deputados estaduais obstruíram a Ordem do Dia e inviabilizaram a votação de pelo menos três matérias de interesse do Poder Executivo. Uma delas tramita em regime de urgência na Casa.

O motivo: a não liberação das emendas parlamentares; o não cumprimento de acordos políticos e a falta de traquejo na condução de alianças para as eleições 2016. Em alguns municípios, por exemplo, deputados estão perdendo espaços na disputa eleitoral para militantes do PCdoB. Daí a revolta.

A crise entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa foi escancarada da forma mais constrangedora possível. Líderes de blocos e bancadas – que até então evitavam a exposição do desgaste -, se levantaram como num ato de rebeldia, e anunciaram a obstrução da pauta.

Um duro golpe para o governador.

O presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), que atuou até então como uma espécie de mediador entre Dino e os deputados insatisfeitos, deixou o Plenário logo após a Ordem do Dia.

Sutilmente, deu o seu recado ao Palácio dos Leões.

Coube ao líder do Governo na Casa, deputado Rogério Cafeteira (PSB), visivelmente constrangido, conduzir o restante da sessão.

E não conseguiu esconder a ferida aberta na relação entre os Poderes.

Ferida que pode demorar a cicatrizar.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Postura de Edivaldo no caso da meia passagem serve como lição a Flávio Dino

edivaldoO recuo do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) em relação ao Projeto de Lei da licitação do transporte público de São Luís em decorrência de um erro na redação encaminhada à Câmara Municipal acabou como uma aula de gerenciamento de crise ao governador Flávio Dino (PCdoB).

O texto, como mostrou reportagem de O Estado deste domingo (7), acabava com o benefício da meia passagem ao estudante de instituição privada de ensino.

Ontem mesmo Edivaldo agiu. Utilizou o seu perfil em rede social para assegurar o benefício da meia passagem a todo estudante – seja da rede pública ou privada -, reconhecer a falha na redação do projeto e encerrar de imediato a polêmica.

Em nenhum momento Edivaldo atacou o jornal O Estado ou o vereador Fábio Câmara (PMDB), que foi quem levantou a denúncia.

Uma verdadeira lição ao aliado Flávio Dino e parte do seu secretariado, que trata denúncias sérias como perseguição política e tenta a todo custo desqualificar O Estado.

Uma lição que deve ser guardada e compreendida por Dino. É assim que se deve agir.

Hildo Rocha questiona silêncio de Flávio Dino sobre o caso de Vitória do Mearim

Hildo Rocha 2O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) criticou a postura do governador Flávio Dino (PCdoB) em relação ao caso Irialdo Batalha, executado em via pública e de forma covarde por um vigilante em Vitória do Mearim.

Em seu perfil no twitter, Hildo afirmou ser estranho o silêncio do comunista sobre o caso. “O silêncio do governador Flávio Dino com o caso Vitória é muito estranho e a falta de atitude para evitar novos crimes mais estranha ainda”, disse.

Na semana passada, Hildo Rocha utilizou a tribuna da Câmara Federal para denunciar a atuação clandestina do vigilante que executou Irialdo, na Polícia Militar do Maranhão.

O executor estava acompanhado de dois policiais militares numa viatura, segundo testemunhas, durante a ocorrência.

O parlamentar denunciou o caso à Organização das Nações Unidas (ONU), à Procuradoria Geral da República, à Comissão de Direitos Humanos da Câmara e responsabilizou o Estado do Maranhão pela tragédia.

População reage a discurso de Flávio Dino em meio ao caos na Segurança

60264710466d69c37a2e73e7ea62741cEm meio ao caos instalado em São Luís em decorrência da escalada da violência, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem-se apegado a números estatísticos para tentar passar a ideia, principalmente por meio de seu perfil no Twitter, de que o número de crimes que resultaram em mortes neste ano é menor do que no ano passado.

ac01a4949a33ee52018e6f6136331e81A população, contundo, tem reagido forte ao discurso do comunista. Ontem, por exemplo, após a morte de dois jovens baleados dentro de um ônibus, na Ponte do São Francisco, durante um assalto, Dino novamente evocou as estatísticas, para amenizar as críticas direcionadas ao setor de Segurança Pública.

Não adiantou.

O governador foi duramente confrontado pela população, revoltada com a falta de segurança e com a manifestação de Flávio.

Daniel Brito, por exemplo, rebateu um quadro estatístico postado por Dino no Twitter, que trazia números de 2010 a 2015 e no qual o comunista “comemorava” o declínio da curva de homicídios na capital. “Flávio Dino, quem quer saber de curva? A sensação de insegurança só aumenta, governador. Aceite isso. E resolva [sic]”, disse.

abd71142d643f93aa94204c51836311dPaulo Moraes, advertiu Dino em relação ao fato de ele ter tentado justificar o insucesso de sua gestão, com supostos equívocos da gestão anterior.

“Flávio Dino menos acusação toma-lá-dá-cá, menos propaganda, mais efetividade e ação. A gnt daqui ta precisando”, repreendeu.

Pelo visto, a estratégia do comunista de sempre criticar adversários políticos em momentos de crises, ou de tentar utilizar dados estatísticos para amenizar essas mesmas crises, principalmente no que diz respeito à segurança pública, não fará efeito. A população já deu o recado…f4741f138205177fd5255184004fdd65

“É um absurdo!”, diz deputado sobre mudança no Regimento da AL

Deputado ouvido pelo blog garante que os colegas do chamado Bloquinho não vão votar a favor do projeto de resolução que visa a modificar o Regimento Interno da Assembléia Legislativa permitindo a mudança de votos dos parlamentares mesmo após a apreciação das matérias.

Na prática, a medida – anunciada pelo presidente Arnaldo Melo (PMDB) na última quinta-feira (28) – é para permitir que todos os deputados mudem seu voto, antes da entrada em votação da matéria seguinte na mesma ordem do dia.

“Isso é um absurdo! O mínimo que podemos exigir é que os deputados estejam presentes e ligados no que está sendo votado”, argumentou nosso interlocutor.

Se vigorar esse posicionamento, o Bloquinho consegue barrar a matéria, já que a oposição e o PDT não devem aprovar o projeto.

Manobra

Apesar de o presidente Arnaldo Melo alegar que o projeto seria uma forma de evitar problemas provocados pela desatenção dos deputados – “que muitas vezes votam sem saber do que se trata o assunto” –, está claro que a manobra veio para garantir que não ocorram mais episódios como o que culminou com a convocação da secretária de Educação, Olga Simão, para tratar da greve.

Leia mais sobre a crise Bloquinho X Blocão no blog do Marco D’Eça.

Raimundo Louro articula as pazes entre Cutrim e Arnaldo Melo

Raimundo Louro: o conciliador

O deputado Raimundo Louro (PR) é o artífice de um (ainda) improvável acerto entre o deputado estadual Raimundo Cutrim (DEM) e o presidente Arnaldo Melo (PMDB).

Foi do republicano a iniciativa de tentar uma reconciliação, após a reunião na qual o democrata deu sinais de que não pretende abandonar as trincheiras contra o comando da Casa.

Do lado dos deputados, todos – menos Cutrim – parecem querer colocar “panos quentes” no imbróglio envolvendo a questão das nomeações e gratificações a que cada parlamentar tem direito.

Foi essa a tônica da reunião secreta da última terça-feira (23).

Entre imprensa e sociedade em geral, no entanto, a expectativa é de que o embate continue, principalmente se vier para trazer à tona toda a verdade a respeito do submundo da distribuição de cargos no legislativo.

Mas não apenas nessa legislatura. O que se espera é que sejam revelados dados de todas as administrações.

Deputados reclamam pagamento de verbas indenizatórias; Marcelo Tavares nega crise

Pressionado, presidente Marcelo Tavares explica situação a depuatdos

Dois dias viajando e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Tavares (PSB), encontrou na volta uma crise instalada na Casa. Parlamentares reclamam o não pagamento de valores referentes à verba indenizatória de gabinete. Falou-se até em conspiração contra a Presidência.

Na sessão desta terça-feira (9), o deputado Chico Leitoa (PDT) subiu à tribuna para tratar publicamente do assunto e externou o que muitos deputados comentam apenas nos bastidores.

“Eu fico, no mínimo, curioso – não sei se é porque os outros deputados são mais ricos do que eu, ou são ricos e eu não sou –, porque quem desenvolve uma atividade tem que receber o seu recurso e esse problema é esquisito e eu não tô vendo reclamação”, disparou.

Já antes de a sessão começar, circulou a informação de que os demais componentes da Mesa Diretora fariam uma reunião para tratar do assunto. Marcelo não participaria desse encontro. Seria uma forma de pressioná-lo a resolver o problema. Alguns mais radicais admitiam a possibilidade de forçar a renúncia do presidente.

Para tentar amenizar a pressão, alguns aliados do presidente chegaram a disseminar o boato de que o não pagamento das verbas era culpa do Governo do Estado, que não teria repassado recursos devidos ao Legislativo. Pura retórica.

“Não há crise”

O próprio Marcelo Tavares tratou de dirimir as dúvidas sobre o assunto. Segundo ele, não há responsabilidade do Estado no caso. O deputado também negou que haja crise.

“Não há crise nenhuma. A bem da verdade, não há, sequer, atraso no pagamento das verbas indenizatórias, que podem levar até três meses para serem reembolsadas”, afirmou.

Tavares admitiu que realmente tem encontrado problemas para honrar os compromissos com os deputados, mas garantiu que não é por falta de repasses do estado.

“Na verdade, nós tivemos que arcar com ônus do Plano de Cargos e Salários, e isso gerou um custo adicional. Além disso, o grande número de suplentes que assumiram mandatos nos últimos dois anos também onerou a Casa”, disse.

Ele adiantou que já manteve contatos com o Governo e que, se necessário, solicitará suplementação orçamentário. “Mas isso apenas em último caso. Talvez não seja nem necessário”, concluiu.

Sobre o suposto complô contra a sua administração, Marcelo Tavares se disse tranqüilo. “Podem fazer reunião à minha revelia à vontade. Só que eu não vou renunciar”.