Caso Décio: advogado pede a OAB que represente desembargador junto ao CNJ

Advogado de Glaucio Alencar quer que CNJ monitore caso

Advogado de Glaucio Alencar quer que CNJ monitore caso

O advogado do preso de Justiça Gláucio Alencar Pontes Carvalho, um dos acusados de ser o mandante da morte do jornalista Décio Sá, Aldenor Rebouças, encaminhou ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Maranhão, Mário Macieira, pedido de providências junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para obrigar os desembargadores a lerem o voto completo, na explanação da sentença.

No pedido a qual o blog teve acesso, não há expresso o nome do desembargador citado à OAB, mas a explicação do que motivou a denúncia.

De acordo com o advogado, ao pedir a revogação da prisão preventiva de Gláucio Alencar, no prazo aberto pela Justiça Estadual para a interposição de agravo, o desembargador relator que indeferiu o recurso não fez a leitura integral do voto durante a sessão, influenciando desta forma, segundo o advogado, os demais desembargadores.

“É honesto dizer que o assinante não se insurgiu contra a irregularidade, arrependendo-se logo que leu o inteiro teor do acórdão, visto que as impropriedades exibidas em seu bojo seriam facilmente contornadas mediante o uso da palavra, pela ordem, garantia profissional inscrita no Art. 7o, Inc. X da Lei 8.906/94.”, sustenta o advogado.

Rebouças também sustenta no pedido, que a houve violação às prerrogativas garantidas aos advogados no Estatuto da OAB, uma vez que ele sequer teve direito a contestação garantida pela Questão de Ordem.

“Exposto o panorama fático, além da violação à prerrogativa gravado citada no Art. 7o, Inc. X do Estatuto da OAB, posto que o subscritor sequer logrou usar a palavra, pela ordem, houve, para dizer o mínimo:

(a) incúria quanto ao dever imposto ao il. Relator de proceder à leitura da

(b) desprestígio àquele que comparece e aguarda o chamado do recurso,

(c) falta de fidalguia, pois somente o assinante poderia dispensar a leitura

(d) frustração ao monitoramento do CNJ, através do PROGRAMA JUSTIÇA

(e) menosprezo ao princípio da colegialidade, posto que os outros il.Desembargadores votaram sem conhecer o inteiro teor do voto, ou seja, com base unicamente na confiança que depositam no il. Relator.

No fim, o advogado pede que a OAB acione o Conselho Nacional de Justiça para o monitoramento do caso.

“[…] noticie ao CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA sobre a irregularidade no trato do “Caso Décio Sá”, supervisionado pelo PROGRAMA JUSTIÇA PLENA e; (c) realce a importância da oitiva do advogado, pela ordem, enquanto meio de evitar a oposição de Embargos de Declaração, o que contribuirá de maneira efetiva para a celeridade processual por todos almejada”.

Raimundo Cutrim e a incoerência da oposição

Raimundo Cutrim no PCdoB

Raimundo Cutrim agora é do PCdoB

Bastou o deputado estadual Raimundo Cutrim resolver romper com o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) para passar a ser o “cara”i da oposição na Assembleia Legislativa, o homem mais correto e digno que pertencia ao grupo Sarney.

Ontem, durante o seu discurso no grande expediente, Cutrim concedeu apartes a deputados oposicionistas – em sua maioria – e governistas. E foi justamente do lado da oposição de onde partiu os aflorados elogios.

Há alguns meses, Cutrim jamais serviria para os nobres deputados que se colocam como adversários políticos do grupo governista. Não seria convidado sequer para sentar à mesma mesa. Mas agora é diferente, agora Cutrim serve.

Como secretário de estado da Segurança Pública, segundo a oposição de alguns meses atrás [e não a oposição de ontem], Cutrim era co-responsável pelos “elevados índices de criminalidade dos governos Roseana”. Pelos “elevados índices de homicídios em todas as administrações da governadora”. Por não ter conseguido “combater o crime organizado nos governos Roseana”. Pela “inoperância do sistema de segurança pública em todas as administrações da governadora”, principalmente em casos de “assalto, arrombamento, roubo qualificado e tráfico de drogas”.

Ou Marcelo Tavares (PSB), Bira do Pindaré (PT), Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Othelino Neto (PPS) jamais apontaram o dedo para o sistema de segurança pública “de todos os governos Roseana”?

Afinal, não foi Raimundo Cutrim secretário de Roseana Sarney em três mandatos oportunidades? E o que mudou agora?

E porque essa mesma oposição não o acompanhou e assinou a CPI da Agiotagem há três meses quando o parlamentar a propôs na Assembleia? Não acreditavam nele? Ou ele apenas não servia para a oposição naquele momento?

E a velha incoerência oposicionista se faz novamente presente…