Raimundo Cutrim em defesa da “PEC da Bengala”

 

Cutrim: em causa própria?

O desembargador Raimundo Freire Cutrim assinou artigo, no último domingo (10), publicado no Jornal Pequeno, que acaba com todas as especulações a seu respeito no caso da chamada “PEC da Bengala” – Proposta de Emenda à Constituição apresentada pelo deputado Tatá Milhomem (DEM) que pretende elevar de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória de magistrados.

Num arrazoado em que tenta trazer à tona aspectos constitucionais que possam subsidiar a emenda – indiscutivelmente inconstitucional –, Raimundo Cutrim defende a iniciativa de Tatá Milhomem e deixa claro que é a favor da medida. Logo ele, o próximo a se aposentar segundo a regra da “expulsatória” aos 70 anos.

“À parte o lobby contrário dos sustentam que a aprovação da emenda ocasionaria uma demora maior na obtenção de promoção em suas carreiras – o que representa nefasta tentativa de sobrepor o interesse privado ao público – o que resta é uma evidente discriminação injustificada em relação aos servidores públicos com mais de 70 anos de idade, que são obrigados, repito, obrigados, a se aposentar”, diz.

Não se trata de lobby, desembargador. Trata-se, única e exclusivamente, de renovar os quadros da magistratura.

Senão vejamos: porque só alguns magistrados defendem a emenda, quando a maioria dos trabalhadores normais, ao chegar aos 70, está implorando para se aposentar?

Defender a “Ementa Tatá”, Raimundo Cutrim (isso sim!), é “que representa nefasta tentativa de sobrepor o interesse privado ao público”.