Campanha barata

Os números apresentados à Justiça Eleitoral pelos candidatos à Prefeitura de São Luís mostram que a campanha deste ano está mais modesta. As doações estão mais escassas e os gastos, bem menores.

Pelo site do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, a maioria das doações apresentadas até agora pelos candidatos veio dos partidos. Doações por pessoas físicas são raras. Há ainda na contabilidade os gastos de recursos próprios do candidato.

A campanha de 2016 se ajusta ao cenário de crise econômica. Quem mais gastou até o momento foi o candidato Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que informou ter gasto cerca de R$ 520 mil, dinheiro conseguido pelo seu partido, e R$ 90,00 em doação de pessoa física.

Eliziane Gama (PPS) gastou até o momento pouco mais de R$ 302 mil, sendo que R$ 2 mil são de recursos próprios e o resto veio do PPS. Fora esses dois, somente um outro candidato tem gastos na casa de dois dígitos: Wellington, que disse ter gasto somente R$ 32 mil. Eduardo Braide (PMN), Rose Sales (PMB) e Cláudia Durans (PSTU) tiveram gastos inferiores a R$ 7 mil. Fábio Câmara (PMDB) e Valdeny Barros (PSOL) informam não ter gasto nada.

Para uma campanha, cujo limite de gasto é de R$ 4 milhões, os candidatos estão bem longe desse valor, pelo menos até agora, quando a campanha já vai chegar na metade.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Um mês apenas

Candidatos SabatinaA partir de hoje, os candidatos têm exatos 30 dias para convencer o eleitor de suas propostas para governar São Luís. Nesta sexta-feira completam-se também oito dias de campanha no rádio e na TV. Pelo tempo reduzidíssimo, aparentemente ainda não chamaram a atenção do eleitor e do formador de opinião.

O que se tem até aqui na campanha – que começou oficialmente no dia 16 de agosto, com a liberação para os eventos de rua – é o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) liderando, após ficar atrás durante todo o período de pré-campanha, e os principais adversários, Eliziane Gama (PPS) e Wellington do Curso (PP), alternando a segunda colocação, dependendo do instituto de pesquisa.

Os candidatos sabem que o tempo curto para convencer o eleitor é um empecilho para se viabilizar, mas entendem também que isso estimula a agir com mais intensidade nas ruas e na propaganda. E buscam ocupar também todos os espaços ofertados em emissoras de rádio, de TV, jornais, associações e qualquer local que se proponha a debater o processo eleitoral.

Dos nove candidatos a prefeito, apenas Zeluis Lago, do PPL, não apresentou qualquer programa no horário eleitoral, e nem parece disposto a fazê-lo. Pelo que se viu nestes 15 dias de campanha, Zeluis pretende aproveitar apenas os espaços de entrevistas e debates a que for convidado, relegando a propaganda na TV. Até porque, com o pouco mais de 10 segundos de tempo, ele entende ser um custo desnecessário a cara produção de programas.

Todos os demais estão nas ruas e na TV tentando convencer o eleitor. E têm, agora, apenas um mês para isso.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Planalto abalado

TemerProvocou uma repercussão gigantesca, e abalo no Palácio do Planalto, a carta enviada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff (PT).

Na carta, Temer apontou “fatores reveladores da desconfiança que o governo tem em relação a ele e ao PMDB”, se mostrou chateado com o esvaziamento no cargo e ressentido por não ter a sua atuação na articulação política reconhecida pela petista.

O vice-presidente pontuou indicações particulares para o primeiro escalão do governo rejeitadas, lembrou de não ter sido sequer convidado para reuniões importantes no Palácio e disse ter passado os primeiros quatro anos de governo como “vice decorativo”.

– É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo -, enfatizou o peemedebista na carta.

Para muitos, até mesmo do Planalto, Temer indicou de forma clara o rompimento do PMDB com o governo Dilma. A assessoria do vice-presidente, contudo, contesta.

O fato é que a carta – vazada pelo próprio governo, diga-se -, caiu como uma bomba e aumentou ainda mais a crise política instalada no país.

Alvo de um processo de impeachment, Dilma Rousseff movimenta o quanto pode as peças no tabuleiro para tentar assegurar-se no mandato. Articula a sua bancada na Câmara, recebe o aceno de governadores e sustenta o discurso de tentativa de golpe contra a democracia.

Do outro lado a oposição, regozijada com a carta de Temer, vê os mais recentes movimentos como enfraquecimento de Dilma Rousseff.

O que guardam os próximos capítulos?

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão