Problemas no “Espeto de Pau” podem acabar em CPI na AL

"Espeto de Pau" pode dar em CPI

É grande a movimentação de bastidores no sentido de que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instituída na Assembléia Legislativa para investigar a fundo os problemas na reforma do prédio sede das Promotorias da Capital, o chamado “Espeto de Pau”.

Segundo apurou o blog, a presidente da Associação do Ministério Público do Maranhão (AMPEM), Doracy Moreira Reis, já teria entrado em contato com pelo menos dois deputados para tratar do tema.

O assunto ganhou proporções de crise institucional depois que aliados da procuradora-geral Fátima Travassos fizeram chegar à imprensa a informação de que os ex-procuradores Jamil Gedeon (atual presidente do Tribunal de Justiça) e Raimundo Nonato de Carvalho também têm culpa no cartório.

Se confirmada a CPI, seria um caso clássico no qual o órgão fiscalizador por excelência sentaria no “banco dos fiscalizados”.

“Eu não ponho a mão no fogo por todos os promotores”, afirma Fátima Travassos

Funcionários e assessores do Ministério Público ficaram pasmos, na última terça-feira (2). Em conversa com um jornalista não identificado pelas fontes do blog, a procuradora-geral de Justiça do Estado do Maranhão, Fátima Travassos, disse não confiar em todos os promotores com quem trabalha.

Segundo apurou o blog, em determinado ponto da discussão – quase um bate-boca – Travassos parecia irritada com o que estava sendo publicado a seu respeito na imprensa.

Promotores que presenciaram a cena garantem que ela disparou: “Eu não ponho mesmo a mão no fogo por todos os promotores”. O contexto da declaração não foi revelado ao blog.

Perseguição?

Em crise com a classe praticamente desde que assumiu o posto, a procuradora-geral viu as críticas se acirrarem nos últimos meses, por conta da divulgação das concessões de diárias astronômicas e dos problemas com a reforma do prédio sede das Promotorias da Capital, o chamado “Espeto de Pau”.

À imprensa em geral, Fátima Travassos tem dito que as denúncias são fruto de perseguição política dentro do próprio Ministério Público.

Não sei não…

Retaliação! Fátima Travassos vai representar contra Litia Cavalcanti por postagens em blog

As postagens da titular da 15ª Promotoria do Consumidor de São Luís, promotora Lítia Cavalcanti, que vem denunciando em seu blog os escândalos da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) do Maranhão, estão doendo no fígado da procuradora Fátima Travassos.

Como forma de retaliar a promotora, a chefe do MP maranhense vai entrar com representação por conta das publicações.

A informação já havia sido revelada ao blog há duas semanas e foi confirmada publicamente nesta segunda-feira (28) pela própria Lítia Cavalcanti, via Twitter.

Já soube que a PGJ preparou representação contra mim pelas postagens. Isso é que é retaliação. Sou independente e correta. Quem tem teto de vidro”, disse, referindo-se a Travassos.

Ainda no Twitter, Lítia Cavalcanti revela que está sendo monitorada “pelos desocupados e medíocres de plantão”.

“As minhas postagens estão devidamente acompanhadas pelos desocupados e medíocres de plantão. Deviam buscar era trabalhar!”, assevera.

Lítia acompanha de perto a visita do representante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Bruno Dantas, a São Luís. Ele veio inspecionar as obras no prédio sede das Promotorias da Capital, o famoso “Espeto de Pau”.

Em comunicado, presidente da AMPEM diz apoiar visita do CNMP ao Maranhão

Em comunicado enviado à imprensa na tarde da última sexta-feira (25), a presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (AMPEM), Doracy Moreira Reis, diz que dará total apoio à diligência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no Maranhão.

O Conselho virá ao Maranhão na próxima segunda-feira (28) fiscalizar as obras no prédio das promotorias de justiça de São Luís o já famoso “Espeto de Pau”.

“Daremos todo o apoio necessário ao CNMP e acompanharemos a diligência, pois é inaceitável que os promotores de justiça estejam há três anos trabalhando em condições precárias e a sociedade sendo prejudicada no atendimento de suas demandas”, afirma a presidente no comunicado.

A diligência do Conselho atende a uma representação de autoria de quatro promotores de justiça da capital, que alegam no documento inércia por parte da Procuradoria-Geral de Justiça “frente a denúncias de irregularidades flagrantes na prestação de serviços da empresa contratada para obras de reforma no prédio sede das Promotorias de Justiça da Capital”.

A segunda-feira promete ser movimentada pras bandas de cá.

Diárias de Travassos em 2010 somam, na verdade, R$ 84 mil

É bem pior do que se poderia imaginar a situação da procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, em relação às diárias emitidas em seu nome durante todo o ano de 2010.

A denúncia inicial, do colega Itevaldo Junior, dava conta de que ela havia amealhado, em um ano, algo em torno de R$ 69 mil.

Mas os valores não estavam atualizados.

O blog teve acesso, nesta quarta-feira (16), às novas cifras. Na verdade, Fátima Travassos foi beneficiada com R$ 84.003,27, de 27 de janeiro – data do primeiro processo – a 15 de dezembro de 2010.

São, em média, R$ 7.000,27 mensais a mais no já polpudo salário da procuradora.

Um absurdo!

Segundo apurou o blog, os valores só foram atualizados por conta de um processo que já tramita no Conselho Nacional de Procuradores de Justiça (CNPG).

Ano novo

Se 2010 foi bom, em 2011 a procuradora deve aumentar a média. A primeira diária lançada em seu nome este ano foi de nada menos que R$ 8.512,08, para uma viagem ao Rio de Janeiro.

Nada mal.=

Em nota, PGJ confirma desvio de função de promotora

Fátima Travassos e Núbia Zeile em São Paulo

A Assessoria de Comunicação da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) confirmou, em nota encaminhada por comentário ao blog, o desvio de função da promotora Núbia Zeile Pinheiro Gomes.

Núbia é titular da 29ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, exerce o cargo de coordenadora de Assuntos Estratégicos e Inteligência na Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), mas, na verdade, atua como chefe de gabinete da procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos.

Segundo a nota, “todo chefe de poder precisa de auxiliares competentes que possam ajudá-lo em viagens na organização dos compromissos, reuniões, agendamentos, realização de tarefas e elaboração de relatórios de suas atividades”.

Nunca disse o contrário aqui.

Disse apenas que, como coordenadora de Assuntos Estratégicos e Inteligência na Procuradoria-Geral de Justiça, ajudar a promotora Fátima Travassos em “viagens na organização dos compromissos, reuniões, agendamentos, realização de tarefas e elaboração de relatórios de suas atividades” não é função da promotora Núbia Zeila.

Mas a nota confirma que ela faz essas viagens de assessoramento, em total desvio de função.

Aliás, as funções da promotora são bem claras, conforme já publicou o blog no post “Portaria confirma desvio de função de promotora na PGJ”.

Assessorar a procuradora-geral em viagens para audiência pública sobre o plantio de arroz também não parece ser função de Núbia.

E a nota diz mais:

“Entre esses auxiliares da procuradora-geral estão competentes promotores de justiça que estão afastados das comarcas para desempenhar outras funções também de grande importância para o Ministério Público e alguns deles por necessidade acompanharam a procuradora-geral em viagens. Esses atos obtiveram visibilidade do público e da imprensa, graças à transparência de todas as ações do MP bastante valorizada pela atual administração superior do Ministério Público Maranhense”.

O texto completo com as explicações da PGJ pode ser acessado nos comentários do post “Chefe de gabinete de Travassos, promotora recebeu R$ 39 mil em diárias em dois anos”.

Portaria confirma desvio de função de promotora na PGJ

Uma portaria a que o blog teve acesso na tarde desta sexta-feira (4) confirma o desvio de função da promotora Núbia Zeile Pinheiro Gomes.

Ela é titular da 29ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, exerce o cargo de coordenadora de Assuntos Estratégicos e Inteligência na Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), mas, na verdade, atua como chefe de gabinete da procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos.

O documento, obtido com exclusividade, atesta a concessão de duas diárias a Núbia “face o seu deslocamento, em objeto de serviço, à cidade de Viana”, nos dias 9 e 10 de fevereiro do ano passado. A portaria é assinada pela própria procuradora.

Em Viana, dia 10 de fevereiro de 2010, houve uma Audiência Pública, com o tema “Plantio irregular de arroz na Baixada Maranhense”.

Ocorre que, segundo o artigo 85 do ato regulamentar 020/2008 (Regimento Interno da Procuradoria-Geral de Justiça), também de posse do blog, as funções da coordenadora de Assuntos Estratégicos e Inteligência da PGJ são:

I – coordenar as atividades relacionadas ao planejamento estratégico e supervisionar as atividades administrativas do gabinete do Procurador-Geral de Justiça;
II – auxiliar o Procurador-Geral de Justiça na coordenadoria do GECOC – Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado;
III – articular a Doutrina de Inteligência;
IV – coordenar o trabalho dos Assessores Especiais;
V- exercer outras atividades compatíveis com a natureza da Coordenadoria.

Plantio de arroz não parece ter muito que ver com as funções de Núbia, que, aliás, como Fátima Travassos, é natural de Viana.

Travassos interrompe férias por “necessidade de serviço”

A procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Fátima Travassos, interrompeu, dia 1º de fevereiro, as férias de 350 dias a que teria direito por conta de períodos não gozados anteriormente.

Segundo a portaria nº 383/2011 (veja documento ao lado), assinada pela subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Administrativos, Regina Maria da Costa Leite, a procuradora usou apenas um dos dias a que tinha direito, ficando, portanto, com 349 dias ainda acumulados.

São 54 de 2006, 59 de 2007, 59 de 2008, 59 de 2010 e 59 de 2011.

Como antecipado pelo blog, ela interrompeu o descanso por “necessidade de serviço”.

MP emite nota para esclarecer férias de Fátima Travassos

O Ministério Público emitiu nota oficial, neste domingo (30), à 00h31 (!?!), para explicar a concessão de 350 dias de férias à procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos.

Do documento, que, à primeira vista, parece pretender mais escamotear a verdade do que esclarecer os fatos, dada a forma prolixa como os fatos são narrados, pode-se extrair duas informações relevantes.

Primeiro que, segundo o próprio MP, membros com férias vencidas que precisem interromper o descanso por “necessidade de serviço”, não poderão receber os dias restantes em dinheiro.

“Concederam-se as férias integrais devidas a todos os membros com períodos de férias vencidas, interrompendo-as quando houver necessidade do serviço, sem que essa medida implique imediata indenização, visto que a orientação seguida na Procuradoria Geral de Justiça é exatamente aquela pacificada no âmbito do STF, do STJ e do CNJ, no sentido de que as férias não gozadas por necessidade do serviço poderão ser gozadas a qualquer tempo”, explica a nota.

O Ministério Público também responde a um questionamento do blog, qual seja: Fátima Travassos quer abrir mão de um ano de mandato?”.

A resposta é não.

“A situação da Procuradora-Geral de Justiça é exatamente igual a dos demais membros da Instituição, motivo pelo qual a Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos lhe concedeu a íntegra das férias não gozadas, devendo ser interrompidas por necessidade do serviço, visto que não há qualquer motivação para a chefe do Ministério Público: a) não ter reconhecidos os períodos de férias que lhe são devidos pela Instituição; b) interromper sua administração em pleno mandato”.

A íntegra da nota oficial você acessa aqui.

Fátima Travassos não pode tirar 350 dias de férias

Ato regulamentar vigora desde 2008

Na última quarta-feira (26), publiquei no blog um questionamento: Fátima Travassos quer abrir mão de um ano de mandato?

A resposta talvez seja sim. Mas a verdade é que, mesmo que queira, não poderá.

Isso porque Ato Conjunto de 23 de outubro de 2008, assinado entre o Gabinete da Procuradoria Geral de Justiça e a Corregedoria Geral do Ministério Público, regulamenta a escala de férias dos membros do MP.

E impede o seu acúmulo.

Diz o § 4º do artigo 2º: “É vedada a acumulação de férias por mais de dois exercícios”.

E mais: o artigo 8º do mesmo ato trata especificamente das férias não gozadas.

“O membro do Ministério Público que, na data da publicação deste ATO REGULAMENTAR, tiver férias não fruídas referentes a exercícios anteriores, deverá gozá-las antes de requerer as férias do exercício”, explica o texto.

Ou seja, a procuradora-geral Fátima Travassos só pode requerer, agora, férias não fruídas referentes aos exercícios de 2008 e 2009, já que as de 2010 só vencem no fim do ano.

Além disso, fonte do blog no MP garante que ela deve alegar, novamente, “necessidade de serviço” para interromper o descanso e, dessa forma, garantir a compensação dos dias não folgados em dinheiro.

Mesmo nesse caso, há restrições, como determina o §1º do artigo 8º: “A cada ano, o membro do Ministério Público qu e se enquadrar na situação prevista no caput, deverá gozar, no mínimo, 90 (noventa) dias de férias”.

Ou seja, para pedir a interrupção, Travassos tem que passar três meses longe do MP. Será que vai?