A falta de argumentos dos defensores da greve

Depois que iniciei o debate sobre a greve dos professores – ou pelo menos tentei –, uma enxurrada de insultos e tentativas de desqualificação do titular deste blog tomou corpo nas redes sociais (confira as reproduções de alguns deles nas imagens que ilustram o post).

Em nada me abala.

O fato só serve para comprovar a total falta de argumentos dos oposicionistas defensores do movimento diante da realidade dos números, dos dados concretos.

Utilizam-se da máxima segundo a qual, “se eu não posso contestar os argumentos, contesto a pessoa”. Aqui não funciona.

Minha opinião é embasada em informações. Os oposicionistas baseiam-se, tão somente, na dicotomia Sarney x Oposição. Como se o simples fato de não ser oposição já conferisse ao autor de qualquer escrito o status de desqualificado.

Coisa de quem é democrático mesmo apenas nos discursos.

O certo, meu caro leitor, é que, até agora, ninguém contestou os dados e os números apresentados aqui.

Mais tarde, trago novas informações sobre o assunto.

As mordomias que querem os líderes da greve

Tem sido pouco explorado pela imprensa local o verdadeiro motivo da greve dos professores. No post abaixo, relatei em linhas gerais “a verdade por trás do movimento”, onde defendo que os líderes do movimento querem, de fato, fazer política partidária, mordomias e controlar a educação estadual via sindicatos.

Vamos, então, aos fatos.

Você sabia, caro leitor, que o novo Estatuto que os “educadores” querem aprovar prevê aumento anual de 1% para todos os professores? Independentemente de qualquer coisa?

Pode o mundo acabar, a pior crise se abater sobre o país, mas os professores seriam agraciados com um aumento. Em qual outra classe isso ocorre?

Prevê ainda aumentos de 5% (praticamente automáticos) a cada 3 anos para todos os professores. Mesma situação. Não importa o que aconteça, o aumento será concedido.

E mais: prevê uma série de licenças, afastamentos e um tal custeio ilimitado de capacitações. Ou seja, quantos cursos o professor quiser fazer – seja lá de que qualidade for – poderá fazer, sem prejuízo do salário, e ainda sendo bancado pelo Estado.

Qual outra categoria tem esse privilégio?

Mas isso não é o mais absurdo de tudo – e ainda tem gente que não concorda quando digo que querem mordomia: o Estatuto que os sindicalistas defendem estabelece que o professor só precisa completar 66% da carga horária que é obrigado a cumprir em sala de aula. Os 34% restantes, é ele quem decide como cumpre.

Ou seja, se é contratado por 20 horas semanais, só precisa dar 13,2 horas de aulas. Nas 6,8 horas restantes, os alunos farão o quê?

Para atender a essa reivindicação, o estado precisaria contratar quatro professores para cada três turmas. É inviável.

Isso tudo, fora a falta de compromisso com a qualidade: ou quer qualidade quem defende a contratação apenas por provas e não por provas e títulos, como funciona o sistema atual?

Difícil explicar…

Greve dos professores: as verdades por trás do movimento

Movimento é dominado pelo PC do B

Não passa de um movimento político-partidário e carregado de reivindicações que visam tão somente à mordomia a greve dos professores do Maranhão, deflagrada com pouquíssimo êxito em todo o estado desde a última terça-feira (1º).

Político-partidário porque representa apenas o desejo do PC do B, partido do ex-deputado federal Flávio Dino, candidato derrotado por Roseana Sarney (PMDB) nas eleições de 2010.

Prova disso são os dois únicos municípios – dos 217 de todo o Maranhão – onde o movimento tem adesão de quase 100% da categoria: Imperatriz e Caxias.

Imperatriz ainda guarda resquícios da rejeição experimentada por Roseana em 2006 e 2010. Caxias é o berço eleitoral de Flávio Dino, pelas mãos de Humberto Coutinho. Uma das cidades maranhenses com os piores índices de educação do país, conforme revelou o Fantástico.

E as mordomias: os professores que comandam a greve – e os que a apóiam de forma mais veemente – não estão preocupados com a qualidade do ensino de fato. O que querem é trabalhar muito menos, ganhar muito mais e controlar o sistema de educação do estado por meio dos sindicatos.

Querem vantagens que nenhuma outra categoria do funcionalismo público, em nenhum lugar deste país, tem. E fazem um estardalhaço danado por isso.

Como se a gritaria e a baderna pudessem esconder os reais interesses por trás da paralisação.

PS.: A foto do post é meramente ilustrativa