Em Rosário, moradores entregam flores a Washington Rio Branco e pedem que secretário não dê lixo em troca

Um grupo de moradores de Rosário encontrou um meio no mínimo original de protestar contra a tentativa de instalação de um lixão – o prefeito Bimba diz que é um centro de tratamento de resíduos sólidos (tucanaram o lixão!) – na cidade.

Nesta quarta-feira (1º), o secretário de Estado de Meio Ambiente, Washington Rio Branco, visitou o local onde o aterro deve ser instalado. É da SEMA a responsabilidade por emitir, ou não – se for o caso -, as licenças ambientais para a instalação.

Na chegada ao local, o secretário foi recebido por populares com flores.

“Essas flores são para o senhor, secretário, e não queremos receber lixo em troca”, afirmou um dos cidadãos.

Os rosarienses protestam contra a Limpel, que adquiriu por R$ 1,2 milhão uma área de 660 hectares, no povoado Buenos Aires, para instalar um aterro sanitário que receberá os resíduos sólidos de todas as prefeituras para as quais a empresa presta serviços na Ilha de São Luís.

Eles acusam o prefeito e os vereadores de terem aprovado, na surdina, um projeto que redefiniu o zoneamento da cidade, permitindo a instalação do empreendimento.

Bimba diz que o que será feito na cidade não é lixão. “É um centro de tratamento de resíduos e atende a uma determinação do Governo Federal, que determina a extinção de todos os lixões nos municípios até 2013”, afirmou o prefeito.

Ele garante que o município não receberá lixo de outras cidades.

O blog tentou contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Meio Ambiente, sem sucesso.

Marconi Bimba sanciona projeto de lei que transforma Rosário em lixão de São Luís

Moradores explicam situação a deputados

Um grupo de moradores do município de Rosário esteve, na manhã desta terça-feira (23), na Assembléia Legislativa para denunciar que a Câmara Municipal local aprovou um projeto de lei que, na prática, transforma a cidade num grande lixão da Ilha de São Luís.

Eles foram recebidos na sala das comissões pelos deputados César Pires (DEM), Eliziane Gama (PPS) e Penaldon Jorge (PSC).

Segundo os moradores, o projeto – aprovado na surdina – foi rapidamente sancionado pelo prefeito Marconi Bimba.

Ocorre o seguinte: os vereadores aprovaram a mudança do zoneamento de Rosário, transformando uma área predominantemente agrícola em zona de instalações industriais.

A manobra teve como objetivo favorecer a Limpel, que adquiriu por R$ 1,2 milhão uma área de 660 hectares, no povoado Buenos Aires, para instalar um aterro sanitário que receberá os resíduos sólidos de todas as prefeituras para as quais a empresa presta serviços na Ilha de São Luís.

Mas isso não é o mais grave.

Ainda de acordo com os denunciantes, o local onde a Limpel pretende instalar o aterro é, na verdade, o Igarapé São Braz, afluente do Rio Itapecuru.

Ou seja, na intenção de livrar a capital do lixo que assola a cidade, a empresa pode, na verdade, estar trazendo os mesmos dejetos por outros meios.

Audiência

Após a reunião, os deputados garantiram a realização de uma audiência pública para questionar a instalação do lixão em Rosário. “O que nós temos que questionar é: por que um lixão que não foi aceito em nenhuma das cidades da Grande Ilha, deve ir para Rosário?”, avaliou César Pires.

Para ele, a existência de um aterro na cidade é algo inevitável. “Mas para receber o lixo de Rosário, não de outros municípios. A cidade não pode ser transformada em depósito de lixo da Ilha”, completou.

A audiência pública deve ser realizada no dia 7 de dezembro.

São Luís pode começar a próxima semana sem coleta de lixo

Motoristas pedem reajuste de 7%

Os motoristas da Limpel e da Vital, empresas responsáveis pela coleta de lixo em São Luís, devem entrar em greve a partir da 0h da próxima segunda-feira (22). Foi o que informou, na manhã desta sexta-feira (19), o sindicato da categoria.

Os trabalhadores exigem 7% de reajuste salarial, plano de saúde, e auxílio cesta básica no valor de R$ 300,00. As empresas oferecem apenas reposição da inflação, que gira em torno de 4,5%, e auxílio de R$ 160,00.

Segundo o sindicato da categoria, há uma reunião marcada para as 14h desta sexta, quando será definido o futuro do movimento.

Se não houver acordo, São Luís já deve começar a semana que vem sem coleta de lixo, uma vez que, sem os motoristas, os caminhões não podem sair das garagens.