UPAs suspendem atendimentos por causa de salários atrasados

Médicos sem saláriosProfissionais da área da Saúde que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Luís, suspenderam desde ontem o atendimento a pacientes em decorrência do atraso de quase dois meses de salários.

O pagamento deveria ter sido feito pelo Instituto Cidadania e Natureza (ICN), que acabou com o contrato rompido pelo Governo do Estado por determinação judicial, tomada no bojo da operação “Sermão aos Peixes” da Polícia Federal.

Ontem, o blog mostrou em primeira mão documento assinado pelo secretário de estado da Saúde, Marcos Pacheco, [reveja aqui] informando aos médicos que a SES não iria arcar com os débitos salariais deixados pelo ICN.

O comunicado provocou revolta na classe médica, que ameaçou, ontem mesmo, paralisar todas as atividades.

Foi o que ocorreu. As UPAs da Cidade Operária, Vinhais, Itaqui-Bacanga, Araçagi e Parque Vitória, permanecem, até o momento, sem atender pacientes.

UPAs de São Luís – é ver para crer

UPA-do-AraçagyVirgínia Duailibe* – “Nome da sua mãe? Seu nome completo, data de nascimento, endereço?”, perguntou a enfermeira no setor de triagem. Mesmo com muita dor no pé quebrado, percebi que ela tinha um jeito amável e digitava muito rápido os meus dados no computador.

Olhei em volta, surpresa com a grande sala de espera, organizada e limpa, com aquele cheiro inconfundível de assepsia em ambiente hospitalar, corredores largos, bem iluminados, atendimento ordenado e sem tumulto. Alguém com um sorriso no rosto me estende um pequeno pedaço de papel indicando que eu seria a terceira a ser atendida no Raio-X e a sexta, na consulta ao ortopedista.

Continuei minha “inspeção” visual, enquanto me dirigia mancando para o local que me indicaram. No trajeto, vi que todos os pacientes e seus acompanhantes estavam sentados, aguardando, e notei que havia nos corredores e portas das salas uma sinalização moderna e bem explicativa para orientar os pacientes. Uma cadeira azul no setor de espera, vazia, parecia estar à minha disposição.

Em pouco tempo, tirei o Raio-X, recebi do ortopedista o diagnóstico de fratura e tive meu pé esquerdo imobilizado em uma pequena sala, onde a parede branca ao lado da maca onde sentei era toda enfeitada por adesivos coloridos. Sim, isso mesmo! Adesivos de bichinhos, árvores, flores, céu e nuvens, como se a parede fosse a página de um grande e colorido livro de estórias infantis.

Para quem conhece a realidade dos hospitais públicos de emergência, parece impossível que eu esteja narrando um fato passado em uma unidade pública de atendimento emergencial.

Mas não foi um sonho e muito menos é uma brincadeira que faço com vocês. Aconteceu comigo e posso dar data e hora: dia 11 de agosto, manhã de um domingo.

E isso tudo se passou na UPA do Araçagy. Confesso que também para mim foi uma surpresa, e das boas. A imagem que eu tinha de um hospital público de emergência era a visão caótica e dolorosa do Socorrão I, onde fui, tempos atrás, saber do estado de pessoas que trabalhavam comigo e que, acidentadas no trânsito, foram levadas para lá. Nunca vou me esquecer do descaso e da insensibilidade que vi como eram tratados aqueles doentes, amontoados nos corredores de cheiro nauseante, das marcas de sangue pelo chão, das paredes sujas. Dos gemidos, do choro, dos gritos. E do semblante impassível das pessoas dizendo a familiares que pediam notícias de parentes:

“Acho que ele morreu no centro cirúrgico…” Assim, como quem comenta sobre o tempo ou o capítulo da novela.

Essa imagem que ficou em mim do Socorrão I, de uma grande caixa de concreto, caótica, quase um gigantesco túmulo, provavelmente foi a causa do meu espanto quando entrei na UPA do Araçagy, com o pé quebrado.

A UPA era o inverso do inverso do inverso, como na música.

Faço esse relato para que todos nós, que moramos em São Luís, possamos dizer com orgulho que temos serviços públicos de atendimento médico de emergência dignos e eficientes, nas UPAs espalhadas pela cidade.

E essa eficiência passa pela gestão competente, profissional, experiente, de todos os envolvidos e com o propósito de fazer da saúde pública não uma sala de espera para atestados de óbito, mas uma prestação de serviços digna de seres humanos. Ajudando a vida e não acelerando a morte. Aliás, como deveria sempre ser.

Ah! E antes que pensem que eu fui “favorecida” no meu atendimento, quero dizer que não, passei por todas as etapas de praxe. Quem me conhece bem, sabe que isso não faz meu gênero. Portanto, repito: não “furei a fila”, pois o atendimento da UPA do Araçagy é ordenado seja quem for o paciente, de qualquer condição social ou em qualquer estado de saúde que possa ser atendido pela estrutura do local. Nada de privilégios!

Se você duvida, vá lá, nem que seja só para conferir a excelência do atendimento prestado.

Posso assegurar que, como aconteceu comigo, quem for vai se surpreender e se orgulhar por ter à sua disposição um serviço público que merece aplausos e elogios.

Com as UPAs de São Luís, é assim: ver para crer.

* Advogada, analista de Mercado, Planejamento e Marketing Imobiliário

Publicado hoje na página de Opinião em O Estado do Maranhão

SES quer investigação sobre suposta venda de emprego nas UPAs

O secretário de Estado de Saúde, Ricardo Murad, solicitou nesta quinta-feira (28) ao secretário estadual de Segurança, Aluísio Mendes, a rigorosa investigação da denúncia de que estaria ocorrendo no interior do Maranhão a comercialização financeira de postos de trabalho nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que estão prestes a serem inauguradas pelo Governo do Estado.

“É uma denúncia gravíssima que será apurada com rigor. Não permitiremos em hipótese alguma que se cometa estelionato usando o nome da Secretaria de Estado da Saúde. E alertamos a população que os profissionais de saúde para as nossas unidades serão contratados por critérios técnicos”, enfatizou Ricardo Murad.

O secretário Aluísio Mendes determinou a imediata abertura de inquérito policial para investigar o caso.

(As informações são do Governo do Estado)

Programa “Saúde é Vida” em números

O secretário de Estado da Sáude, Ricardo Murad, apresentou, nesta terça-feira (31), dados reveladores sobre o programa “Saúde é Vida” – propositalmente ignorados pelos oposicionistas em seus discursos.

Muito além de construir e equipar 72 hospitais e 10 UPAs, o plano, que completa dois anos, é regionalizar o atendimento de Média e Alta Complexidade (MAC), aumentar a produção nas unidades públicas de saúde, e conseqüentemente, majorar o teto financeiro dos municípios, proporcionando-lhes o recebimento de maior parcela de recursos via Governo Federal.

“Era preciso uma mudança drástica para modificarmos a realidade em que a Saúde do Maranhão se encontrava em 2009”, explicou Murad, que fez a apresentação acompanhado da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Vamos aos números:

Arrecadação per capita/SUS (2009): R$ 98,59/ano
Arrecadação per capita/SUS (atual): R$ 110,00/ano

Produção em relação ao teto financeiro (2009): 47%
Produção em relação ao teto financeiro (atual): 86%

Municípios que atendiam requisitos mínimos para atenção primária (2009): apenas 9,9%

Hospitais: 72

UPAs: 10

Antes da solenidade, o secretário de Saúde apresentou, ainda, duas ambulanchas – uma para São Luís e outra para Barreirinhas -, um hospital de campanha e unidades móveis de prevenção ao câncer e de atendimento de emergência.

São esses os dados e as ações que a oposição faz questão de não ver.

Para saber mais, clique aqui.

E ainda tem gente duvidando…

Começaram a ser entregues esta semana os novos equipamentos de mais duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em São Luís: no Vinhais e na Cidade Operária.

A UPA do Itaqui-Bacanga já está equipada e funcionando desde o ano passado. As unidades de Coroatá, Imperatriz e São José de Ribamar (Parque Vitória) também já estão equipadas.

Agora, falta equipar as UPAs de Codó, Timon, São João dos Patos e da Avenida dos Holandeses (Vila Luizão), sendo que as duas últimas ainda estão em construção.

Mas ainda tem gente duvidando…

Nem 62, nem 72. O número é 82

Ricardo e Roseana em visita a obras de uma das UPAs

Uma discussão inócua, é verdade, mas que mostra bem o nível de desinformação de alguns.

O deputado Marcelo Tavares (PSB) tocou novamente na ferida dos hospitais do Programa Saúde é Vida na Assembléia Legislativa e teve gente que, no afã de mostrar a desinformação do parlamentar, acabou provando que anda mesmo fora da realidade.

Marcelo acusava a governadora Roseana Sarney (PMDB) de ter mentido sobre os 72 hospitais. Tudo porque, em entrevista a O Estado do Maranhão, ela diz que serão entregues 62 hospitais, mais 10 UPAS.

“Ela [a governadora Roseana] diz que são 62 hospitais; tirou 10 e aí eu não sei se falta com a verdade deliberada para diminuir o passivo eleitoral, porque ela prometeu 72 hospitais, ou, o que é mais grave, ela não sabe o governo que ela administra, ela não sabe o que o governo dela faz”, disse o socialista.

Alguns pensam que é assim mesmo, e que é da soma dos hospitais com as UPAS que se chega a 72 unidades hospitalares.

Mas não.

Não é mentira da governadora. Ela deve ter-se confundido apenas. E acabou confundindo muita gente.

O correto é o Programa Saúde é Vida entregará mesmo 72 hospitais (64 com enfermarias de 20 leitos e 8 com enfermarias de 50 leitos).

Isso é fato!

As 10 UPAS também serão entregues, mas estas são fruto de um convênio com o Governo Federal, não fazem parte do programa estadual.

Assim, tem-se que, no total, são 82 unidades hospitalares a serem entregues no Maranhão. 10 (UPAS) + 72 (Hospitais) = 82.

Se, depois dessa rápida explanação, ainda restarem dúvidas, veja então o que disse o próprio secretário Ricardo Murad sobre o assunto, em comentário na sua página no Facebook no início do mês de abril.

“Você critica um governo que em menos de dois anos está construindo – não é promessa, é realidade, 10 UPAS, 72 hospitais, e uma dezena de obras importantes para estruturar uma rede de saúde pública de qualidade”.

Essa é a verdade dos fatos. O resto é blá, blá, blá de Marcelo Tavares e de alguns incautos.

Ricardo Murad e técnicos da SES visitam UPAs da capital

O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, e técnicos da SES visitam na manhã deste sábado (12) as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Anjo da Guarda – que já realizou aproximadamente 50 mil atendimentos – e as que estão em andamento na Cidade Operária, Parque Vitória e Vinhais.

Na unidade a população tem acesso às especialidades de clínica médica, ortopedia e pediatria. A UPA oferece também atendimento de urgência e emergência, ajudando a desafogar os hospitais municipais e organizar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com um atendimento diferenciado, o paciente que chega a UPA é classificado de acordo com a gravidade de seu estado de saúde em três cores distintas: verde, amarelo e vermelho.

O verde são os casos menos graves, o amarelo, os que necessitam urgência e o vermelho são casos de emergência. Quando o paciente chega à unidade, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar a outro hospital ou manter o paciente em observação por até 24h.

O projeto UPA é uma iniciativa do governo federal, em parceria com o governo estadual. Além do Anjo da Guarda, o bairro Vila Luizão, em São Luís, e os municípios de Coroatá, Codó, Imperatriz, Timon e São João dos Patos também receberão uma UPA, construídas com recursos dos governos federal e estadual. Já para as UPAs do Vinhais e da Cidade Operária estão sendo injetados somente recursos do Tesouro Estadual.