Se aprovada, lei dará a Dilma tempo recorde de propaganda nas eleições

graicoFolha.com

Patrocinado pelo Planalto e pelos seus dois principais aliados no Congresso, PT e PMDB, o projeto de lei que restringe a criação de partidos políticos no Brasil vai, se aprovado, turbinar em 26% o tempo de propaganda na TV de Dilma Rousseff em 2014.

Esse incremento daria à candidatura à reeleição da petista a maior fatia de TV da história das disputas presidenciais –15 minutos e 18 segundos em cada bloco de 25 minutos, ou 61% do total.

A medida foi incluída via emenda ao projeto, aprovada no final da noite do último dia 17 pela Câmara.

Gestado, entre outros motivos, para barrar as pretensões da ex-senadora Marina Silva de criar uma legenda e disputar a Presidência, o projeto teve a tramitação suspensa na quarta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o que desencadeou nova crise entre Congresso e Judiciário.

Mendes disse que o projeto tinha o objetivo casuístico de prejudicar as minorias. A cúpula do Congresso, comandada pelo PMDB, entrou no dia seguinte com recurso para tentar derrubar a decisão.

Em linhas gerais, o projeto de lei –que está hoje no Senado– praticamente aniquila as possibilidades de criação de partidos ao vetar a eles maior acesso ao fundo partidário e à propaganda eleitoral, mecanismos essenciais ao funcionamento das siglas.

A medida prejudica não só Marina, mas os outros dois prováveis adversários de Dilma, o tucano Aécio Neves (MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE). Isso porque interessa a eles o maior número de candidatos competitivos em 2014 como forma de evitar uma vitória do PT no primeiro turno.

Projeção

A emenda aprovada pelos deputados retira fatia do tempo de TV distribuído de forma igual aos candidatos e a destina às grandes legendas. A aliança projetada de Dilma para 2014 é a mais robusta –incluindo PT, PMDB e PSD, três dos quatro maiores partidos da Câmara.

O cálculo feito pela Folha toma como base a lei eleitoral e o atual cenário político –a definição oficial das alianças só se dá em junho de 2014.

A ampliação de 26% do tempo de TV de Dilma inclui não só os blocos fixos, mas as propagandas veiculadas nos intervalos comerciais das emissoras, as chamadas “inserções”. Se o projeto passar, Dilma terá em torno de 7 inserções de 30 segundos por dia contra cerca de 3 de Aécio.

O palanque eletrônico, que ocupa a programação de TVs e rádios nos 45 dias anteriores às eleições, é o principal instrumento das campanhas.

A marca de 61% do tempo da propaganda supera a de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na campanha à reeleição, em 1998, que teve 47%.

Entre os principais adversários de Dilma, Aécio elevaria sua fatia em 13%. Ele ficaria com 5min13s, menos do que José Serra em 2010 (7min19s). Campos perderia um pequeno percentual (ficaria com 10%) e Marina, caso consiga montar a Rede Sustentabilidade a tempo, praticamente desapareceria.

Seu tempo, que foi de 1m23seg em 2010, iria para 19 segundos nos blocos fixos, só 4 a mais do que os 15 segundos que notabilizaram a oratória acelerada de Enéas Carneiro em 1989.

2 pensou em “Se aprovada, lei dará a Dilma tempo recorde de propaganda nas eleições

  1. Meu caro Gilberto!É meu camarada,a DITADURA da CANETA,me parece
    pior que a do FUZIL e BAIONETA,não é?Pelo visto,não demora a LEI,”cala
    boca da IMPRENSA”(MORDAÇA),duvida?

  2. A campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, no ano que vem, será ancorada por um tripé de apelo popular, “traduzido” pelo Palácio do Planalto como “energia/comida/juros”. A um ano e meio da disputa, o marketing eleitoral dita a agenda da presidente e vai embalar o programa do PT, a ser exibido em rede nacional de TV no dia 9 de maio.

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