A verdade sobre o bonde turístico da Prefeitura de São Luís

Não é de todo verdade o teor da nota oficial emitida pela Prefeitura de São Luís dando conta de que foram cumpridos todos os prazos para a assinatura de convênio que garantirá R$ 4,5 milhões do Ministério do Turismo para a implantação de bonde turístico no Centro Histórico da capital (reveja).

O comunicado foi encaminhado ao titular do blog para contestar declaração do ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), segundo a qual a Prefeitura havia perdido a verba, oriunda de emenda do próprio prefeito Edivaldo Júnior (PTC), quando ainda deputado federal (aqui), porque não havia apresentado a documentação até a data limite, 15 de janeiro.

“A Prefeitura de São Luís informa que o convênio no valor total de R$ 4.570.313,00 para implantação do Bonde Turístico no Bairro da Praia Grande tinha prazo até dia 15 de janeiro deste ano para que fosse confirmado o interesse e registrado no SINCONV (Sistema de Convênios – Governo Federal) e que a Secretaria Municipal de Turismo (Setur) tomou todas as providências cabíveis na data prevista. Esclarece ainda que o convênio está assegurado e o contrato foi assinado em 13 de março com prazo para início da obra em 30 de setembro de 2014”, diz a nota.

Não é bem assim. Afirmar que “o convênio está assegurado”, agora, é, no mínimo, precipitado. E aqui vai o choque de verdade: a Prefeitura de São Luís perdeu, sim, o prazo de 15 e janeiro para a entrega da documentação.

Aliás, até hoje ainda não apresentou tudo.

convenio_bondeE o recurso só aguarda empenhado porque, após acionada pelo Município, a Justiça Federal no Maranhão concedeu uma liminar (veja na imagem acima) em meados de abril garantindo à Setur mais 150 dias – prorrogáveis por outros 150 – para a apresentação de projetos e outros documentos ainda pendentes à Caixa Econômica Federal (CEF).Foi por isso que o ministro disse na entrevista que a Prefeitura perdeu o prazo. O que é, agora, reafirmado por nota do MTur ao blog.

“Em relação à informação sobre a possível perda de R$ 4,5 milhões para a implantação de um bonde no Centro Histórico de São Luís veiculada na entrevista do ministro do Turismo, Gastão Vieira, à Mirante AM, a Assessoria de Comunicação do MTur informa que o projeto deveria ter sido publicado no Diário Oficial da União até 20 de janeiro, o que não foi feito, porque o munícipio não havia cumprido todas as exigências legais. Em abril, liminar judicial obrigou a CEF a publicar o convênio com cláusula suspensiva para que a Prefeitura apresente o projeto básico e dê encaminhamento às obras. Ou seja, o Ministério do Turismo está impedido de liberar os recursos até que toda a documentação seja apresentada”, explica o MTur.

Só depois que fizer isso, a Setur poderá receber os recursos. Isso se a liminar não cair – o que, é claro, ninguém torce para que ocorra.

Via Expressa

O deputado estadual Max Barros (PMDB) comentou ontem (13) outro trecho da mesa entrevista de Gastão. Segundo o Ministro, o Governo do Estado perdeu cerca de R$ 20 milhões destinados à 2ª etapa da Via Expressa.

De acordo com o deputado, o recurso realmente não mais pode ser utilizado para a obra, mas não por falta de empenho do Executivo Estadual – Max Barros foi gestor da Sinfra, responsável pela obra -, mas por excesso de burocracia do Governo Federal.

“Entre os documentos elencados pelo Ministério do Turismo [para liberação do recurso], exigia-se a propriedade do terreno. Então, nós ponderamos e mandamos licitação, preço, projeto, tudo aprovado, mas eles exigiam que tivéssemos a propriedade do terreno, mas nós todos sabemos da luta que eu tenho e vocês todos sabem que boa parte da Ilha de São Luis é de propriedade da União. É, não. Respeitando a Constituição, a União ainda entende que é propriedade dela e por onde passa a Via Expressa ela considera que é propriedade da União. Então, nós conseguimos um documento da União que autorizava a gente a utilizar aquela área, mas não dava a propriedade para o Estado. Nós encaminhamos esse documento ao Ministério do Turismo, como também nós encaminhamos o decreto de desapropriação, já que toda área ia ser desapropriada. Infelizmente, os técnicos do Ministério do Turismo, e isso não é culpa do ministro Gastão, exigiram que tinha que ter a propriedade, e nós não podíamos ter a propriedade porque a União que é a proprietária e não ia doar a terra”, revelou, em pronunciamento na Assembleia.

Em conversa com o titular do blog, Max Barros disse, ainda, que o Governo do Estado chegou a propor que a emenda fosse redirecionada para o Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana. “Mas o Governo Federal também não aceitou”, completou.

7 pensou em “A verdade sobre o bonde turístico da Prefeitura de São Luís

  1. PARA QUEM PEGOU UM EMPRÉSTIMO MAIS DE 3,5BI, NÃO VAI SER ESSE 20MI.QUE VAI ATRASAR A OBRA NÃO É?
    ENQUATO ISSO CADÊ:
    AV. METROPOLITANA
    PONTE DO QUARTO CENTENÁRIO

  2. eu tenho minhas duvidas se este blog nao torce apra que esta liminar caia, sendo que isso seria mais um motivo para vocês “meterem o pau” no prefeito de São Luís e, aproveitar para citar mais uma obra do governo do estado, o qual, aos olhos deste blegueiro dá um exemplo de administração

    • Pois não tenha dúvidas, não. Torço mesmo é para que, na relação com a imprensa, os órgãos públicos falem toda a verdade e não meias-verdades… só isso

      • Pois é!!! Como turista indignada vou colocar mais um pouco de pimenta nessa discussão. A poucos dias atrás fiz um roteiro de 10 dias por Barreirinhas/São Luis, oriunda do sul do Brasil. Realmente tem tudo muito errado por aí, o descaso com o turismo é absurdo. Aí deixar que verbas para o turismo sejam recuperadas por liminar, faça meu favor!!! Será que vender a linda imagem do Maranhão na mídia ocupou tanto tempo que não deu para encaminhar os documentos no prazo? Se fosse relatar tudo que passamos aí, não haveria espaço suficiente aqui.
        Vou relatar apenas alguns itens:
        1 – A vigilância sanitária deve existir somente no papel;
        2 – O atendimento do Hospital UDI um caos, mesmo pagando particular;
        3 – A travessia da baía de São Marcos para Alcântara a fiscalização deve estar em férias eternas(coletes obrigatórios??? superlotação??? licenciamento???)
        4 – Segurança???
        5 – Povo totalmente despreparado para fornecer informações, etc… (estou me referindo às hospedagens).
        Até para comprar um simples pão, passamos pelo maior sufoco, isso que nossa hospedagem era na Rua da Cruz, quase esquina com a Rua dos Afogados. Considero que não era mal localizada, pois percorremos todo o centro histórico a pé por ser perto.
        Está na hora de agir, pois os próprios maranhenses reconhecem que o turismo está um caos, mas não é esta imagem que é nos passado antes de realmente conhecermos São Luis.
        MENOS POLITICAGEM E MAIS AÇÃO!!!

    • E precisa de mais motivos para meter o pau no prefeito que não faz nada além de sorrir para fotos! Na realidade as duas situações só demonstram o que qualquer pessoa com um pouco de conhecimento já sabe: nossos gestores são fracos!

  3. Esse Maranhão não tem jeito mesmo, falaram tanto do VLT do João Castelo, que estava abandonado, obra eleitoreira, no ano de eleição… etc.
    Esse governo da Roseana que não pensa em outra coisa senão ganhar a eleição, tá fazendo o mesmo, ou até pior, obra abandonada, estão roubando os ferros, tipo o VLT.
    Rapá! o sujo falando do mal lavado!. O VLT foi um tiro no pé.
    O povo não é besta, essa obras eleitoreira da Roseana também é um tiro no pé.
    O que tua acha blogueiro PS de uma mer…$#@%@$#@$….

  4. Pra São Luis Progredir com a parceria forte do governo do estado e prefeitura tem Jeito em 2014 Flavio Dino governador !.

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