De O Estado

Representantes dos 1.100 ex-funcionários da empresa Multicooper anunciaram ontem que manterão o protesto, que já dura oito dias, em frente ao Palácio La Ravardière, sede administrativa da Prefeitura de São Luís, na Praça Pedro II, até que haja um acordo definitivo para o pagamento. Segundo a categoria, há 20 meses que os vencimentos estão atrasados.

Segundo os ex-funcionários, um acordo firmado na Procuradoria do Trabalho, em 27 de setembro deste ano, garantia o início do repasse dos salários pendentes em 40 parcelas fixas, no entanto, nenhum vencimento foi destinado às contas dos trabalhadores. Como forma de chamar a atenção do poder público, até mesmo um caixão foi colocado próximo à entrada da sede da Prefeitura.

Segundo a professora Joelma Viana Cantanhede, uma das ex-funcionárias vinculadas à Multicooper, os trabalhadores já realizaram vários protestos por causa do atraso no pagamento de salários, mas nenhuma providência efetiva foi tomada. “Durante esse período em que não fomos pagas, vivemos de serviços esporádicos para ganhar um dinheiro e assim poder sobreviver. Nós só estamos exigindo o que é nosso de direito. Enquanto não houver um acordo efetivo, permaneceremos acampados em frente à Prefeitura”, disse.

A também ex-funcionária da Multicooper, Flávia Fernanda Ramos, afirmou que o “sacrifício”, como ela mesma definiu o protesto, foi organizado para mais uma tentativa de conciliação com o Município. “Não estamos lá para depredar nada. Queremos apenas uma resposta, algo definitivo, não apenas mentiras. Não aguentamos mais promessas. Na audiência de setembro deste ano, os gestores municipais presentes disseram que já começaríamos a receber no mês seguinte. E, até agora, nada”, afirmou.

Já a ex-funcionária da Multicooper Célia Regina Rodrigues disse que a população apoia, em sua maioria, o movimento. “Grande parte das pessoas nos dá força, diz que estamos fazendo a coisa certa. Se esse movimento fosse partidário, pararia na gestão passada. Mas a atual gestão municipal disse para nós, mais de uma vez, que receberíamos nossos salários atrasados. Estamos praticamente em 2014 e não recebemos um só centavo”, afirmou.

Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que mais de 600 pessoas já assinaram o termo de adesão ao acordo coletivo dos cooperados e terceirizados, definido perante o Ministério Público do Trabalho. A Semed esclarece ainda que deseja o entendimento com a pequena parcela dos trabalhadores que se mantém em desacordo com a proposta apresentada.

A Prefeitura de São Luís informou também que a previsão de pagamento da primeira parcela do pagamento àqueles que optaram pelo acordo é no dia 15 de janeiro de 2014. Após a assinatura, os documentos deverão seguir para homologação da Procuradoria Regional do Trabalho.