Por Thiago Bastos
Repórter Jornal O Estado do Maranhão
Neymar e Messi. Quatro gols cada na Copa do Mundo. São os camisas 10 de suas seleções. Craques, enquanto um tem menos timidez fora de campo (que o diga seus selfies incontáveis com Bruna Marquezine), o outro – nesse caso o argentino – é mais reservado na vida pessoal. Só que uma semelhança entre eles chama a atenção. Sem Neymar e Messi, Brasil e Argentina muito provavelmente não estariam nas fases finais da Copa do Mundo. A meu ver, nesse momento, o peso da importância dos dois é o mesmo para canarinhos e hermanos.
Aí vem àquele argumento de que ninguém joga sozinho e que futebol “são onze contra onze”. Tudo bem, até concordo. É necessário um zagueiro lá atrás para cortar a bola aérea, um lateral para fechar as beiradas do campo, volantes e meias para armar as jogadas. Só que Messi e Neymar, até pela característica dos seus gols têm sido, ao mesmo tempo, enganches e finalizadores de suas seleções.
Para perceber isso, basta recordar alguns dos gols dos craques. Neymar, na estreia do Brasil e dele em Copas, fez o gol do desafogo contra a Croácia. E ainda teve peito para bater o pênalti que virou àquela partida. Contra Camarões, Neymar finaliza no primeiro gol com a frieza e precisão não demonstradas por Fred, por exemplo, neste mundial até agora.
Já Messi, contra a Bósnia, e com uma arrancada dos bons tempos do Barça, bateu de chapa colocado sem chances para Begovic. Contra o Irã, apenas um lance. Um gol. Mesmo em uma partida apática do argentino, foi ele quem decidiu o jogo. E hoje, contra a Nigéria, Messi (que se tornou o primeiro argentino a marcar quatro gols de forma consecutiva em mundiais desde Maradona) finalizou no primeiro gol com força. E no segundo gol, mostrando uma categoria invejável na cobrança de falta.
Enquanto Neymar fez mais de 50% dos gols da seleção brasileira (Brasil fez até agora sete gols no torneio), Messi fez quatro dois seis gols argentinos no mundial. E ainda tem alguns que dizem que os dois são “apenas produto da mídia”.
Porém, apesar de possuírem talento invejável, sem um melhor espírito coletivo de suas seleções, dificilmente serão o elemento salvador até a final no Maracanã. Sabella admitiu recentemente que sua seleção depende de Messi e que o desafio é fazer com que a Argentina dependa o menos possível de seu 10. Felipão também adotou discurso semelhante antes do mundial. Nesse aspecto, os “professores”, até o momento, estão apenas na teoria.
Pulga
Nas últimas horas, estou com “medo”. O clima de jogo fácil entre Brasil e Chile, por parte de alguns brasileiros, pode transformar uma possível festa em pesadelo. Sampaoli agradece.