Uma maratona enxadrística: assim foi o Campeonato Continental das Américas de Xadrez, realizado na Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte. Ao final de onze rodadas, que chegaram a durar mais de seis horas, e um evento de desempate, o maranhense Rafael Leitão foi o único brasileiro a garantir o passaporte para o Mundial, que acontece em 2015, em Baku, no Azerbaijão.
O Continental reservava quatro vagas para a Copa do Mundo. Alcançar o chamado G4 era o objeto de cobiça dos 200 participantes, em especial para os 19 Grandes-Mestres presentes no certame. Mas nem as onze exaustivas rodadas foram suficientes para sacramentar os classificados. Seis jogadores terminaram empatados com 8,5 pontos. Assim, foi necessária a realização de um torneio de desempate em partidas rápidas para eliminar dois pretendentes.
Sentaram-se novamente diante dos tabuleiros: os estadunidenses Samuel Shakland e Alexander Shabalov, o cubano Reynaldo Ortiz, o peruano Julio Granda, o argentino Alan Pichot e o brasileiro Rafael Leitão.
O tie-break começou de forma preocupante para Leitão. Uma derrota para o lendário Julio Granda (Tricampeão Continental) e um empate com Alan Pichot (atual Campeão Mundial Sub-16) tiravam provisoriamente o maranhense da zona de classificação. Mas Rafael manteve a calma e o espírito de luta em busca da reabilitação. E ela começou com uma vitória cirúrgica sobre Sam Shakland. A redenção foi confirmada logo na sequência, com nova vitória sobre um representante dos Estados Unidos, Alexander Shabalov. Na última rodada, um empate com Reynaldo Ortiz selou a classificação.
“Fico muito feliz com o resultado alcançado. Agora começa uma outra batalha: a busca por apoio para ir a Baku. Os custos da viagem são bastante elevados”, comentou Rafael.