De O Estado

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Raimundo Monteiro, confirmou ontem a O Estado que a Executiva Estadual da legenda marcou para o dia 27 deste mês a primeira reunião de avaliação do cenário político após a posse do governador Flávio Dino (PCdoB).

Até o ano passado, o PT esteve aliado ao grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB), mas há na sigla quem defenda abertamente a aliança com os comunistas.

Apesar do debate interno, Monteiro garante que a possibilidade de adesão ao novo governo não será tema de debate no primeiro encontro de 2014. “Vamos discutir os cenários, já começar a nos preparar para as próximas eleições”, disse.

De acordo com o presidente do PT, é o secretário de Estado de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry (PCdoB) quem tem tentado uma aproximação do Executivo com o partido.

“Ele é quem tem procurado membros do partido, isoladamente, buscando uma aproximação. Mas, por enquanto, não há nada formal”, completou.

Participação

Procurado por O Estado, Jerry confirmou que tem conversado com militantes do PT detentores de mandato. Segundo ele, “o PT participa do governo, nunca deixou de apoiar o governo”. O comunista foi convidado por Augusto Lobato a fazer uma visita à sede do partido, o que aumentou os rumores de articulação.

“Já há membros de mandato que apóiam o governo, como é o caso do deputado federal eleito Zé Carlos, conversas avançadas com o deputado estadual eleito Zé Inácio e a deputada estadual Francisca Primo já sinalizou com a possibilidade de apoio”, disse.

Ainda de acordo com o auxiliar de Flávio Dino é justamente a direção do PT quem dificulta a aproximação. “Parte significativa da direção tem dificultado o diálogo”, finalizou.

Mais

Desde que foi confirmada a eleição de Flávio Dino (PCdoB) como governador do Maranhão, membros do PT – que estava oficialmente no governo Roseana Sarney (PMDB) – discutem a possibilidade de aproximação com os comunistas. Ainda em outubro, por exemplo, em grupos de discussão de petistas, a ex-coordenadora da campanha da presidente Dilma no Maranhão, Berenice Gomes, defendia abertamente um alinhamento. “Eu acho que não devemos fazer oposição ao governo Dino. Chega de tratar o PT como banda A  banda B”, disse, à época.