Muito estranho o encadeamento de fatos que culminaram com a morte do vereador e presidente do diretório municipal do Partido da República (PR) no município de Davinópolis, José Ferreira Nunes, o Zé Maranhão. Ele foi assassinado no último domingo (16), em frente a sua casa, no centro da cidade, com cinco tiros.
Segundo uma das linhas de investigação da Polícia, Zé Maranhão seria um dos mandantes do assassinato do engenheiro e professor José Henrique de Carvalho Paiva, ocorrido em 2007.
Paiva foi morto a golpes de faca – não há certeza quanto ao número; há registros de seis, 24 e 43 facadas -, em Imperatriz, meses depois de ter denunciado, em depoimento na Comissão de Fiscalização de Controle da Câmara dos Deputados, suposto esquema de desvio de R$ 100 milhões comandado pelo atual prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB). Ele cita as empresas beneficiadas.
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“Há aproximadamente nove anos, possivelmente, as emendas parlamentares destinadas à Região Tocantina, de autoria do deputado federal Sebastião Torres Madeira, de maneira costumeira estão sendo direcionadas a apenas um grupo empresarial para execução do objeto. […] Ou seja, Construtora Nordeste LTDA., Construtora Porto Belo, Construtora Redenção e R. V. Alencar Construções, pertencentes a uma mesma família”, declarou em depoimento o engenheiro (confira acima a íntegra do depoimento).
O caso da morte do engenheiro começou a ser investigado, mas o processo foi arquivado. E o que chama mais atenção é que o assassinato de Zé Maranhão ocorre justamente quando o processo é reaberto pela Procuradoria Geral da República.
O desembargador federal Hilton Queiroz quer que a Polícia Federal ouça novamente os envolvidos. Sebastião Madeira também deve ser convocado. Zé Maranhão seria um dos ouvidos.