A corregedoria do Ministério Público de São Paulo abriu nesta semana um procedimento para apurar se o promotor eleitoral Mauricio Antonio Ribeiro Lopes cometeu excessos ao atuar no caso de Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, eleito deputado federal mais votado do Brasil com 1,3 milhão de votos .
Foi o promotor quem ofereceu a denúncia contra Tiririca . Durante a campanha, surgiu a suspeita de que o comediante era analfabeto e que a declaração que teria sido entregue por ele à Justiça Eleitoral no momento do registro de candidatura tenha sido escrita por outra pessoa.
A assessoria do MP informou que o procedimento é sigiloso e foi aberto a pedido do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que controla as atividades do MP. Com o término do procedimento, a corregedoria vai decidir se abre ou não sindicância para investigar o promotor.
O Ministério Público de São Paulo não informou o prazo para a finalização do procedimento.
Convocado pelo juiz Aloísio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral, Tiririca fez na semana passada, durante uma audiência, um teste para provar que é alfabetizado. O teste aconteceu a portas fechadas. Na ocasião, o presidente do TRE-SP, Walter de Almeida Guilherme, relatou que o juiz aplicou ao comediante um ditado de três linhas retiradas do livro “Justiça Eleitoral – Uma Retrospectiva”, na página 51. Tiririca também teve que ler duas manchetes de um jornal do dia. Segundo Almeida Guilherme, Tiririca soube ler e escrever.
O teste, no entanto, pareceu insuficiente para o Ministério Público Eleitoral de São Paulo, que entrou na terça-feira com dois mandados de segurança no Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-SP) relativos à ação penal contra Tiririca. O MPE pediu a realização de um novo exame, com uma pequena redação , para que o deputado federal eleito prove que é alfabetizado.
(As informações são de O Globo)