É sempre assim: basta os interesses do ex-presidente do STJ serem contrariados para ele “sair atirando” para todo lado.
Nesta sexta-feira (29), em entrevista ao programa do jornalista Sandro Morais, na Rádio São Luís AM, Vidigal contou detalhes de uma reunião ocorrida em maio deste ano em Matões, na residência do ex-deputado Rubens Pereira, e fez duras críticas a aliados.
Segundo ele, participaram do encontro, dentre outros, o ex-prefeito de São Luís Jackson Lago (PDT), o ex-governador José Reinaldo (PSB), o deputado federal Roberto Rocha (PSDB), além dele próprio e do dono da casa, acompanhado da esposa, a prefeita Suely Pereira, e do filho, o deputado estadual Rubens Pereira Junior (PC do B).
Na reunião, ainda de acordo com o ex-ministro, ficou acertado que Lago seria o candidato único das oposições, para forçar uma eleição plebiscitária “com quem quer que viesse do outro grupo” – como se, em maio, eles já não soubessem que era a candidata do PMDB.
Todos votaram a favor da tese. José Reinaldo foi voto vencido e Vidigal garante que ele foi o único que não aceitou a proposta e insistia na candidatura de Flávio Dino.
E é nesse ponto que o candidato derrotado ao Senado libera toda sua bile contra o ex-governador. Para ele, José Reinaldo foi o “arquiteto da derrota” de Jackson Lago.
“Dizem que ele foi o arquiteto da vitória de Jackson em 2006, mas foi também o arquiteto da derrota este ano”, disparou.
Não é a primeira vez
É bem verdade que essas declarações surgem após várias intervenções raivosas de José Reinaldo contra a candidatura do próprio ex-ministro e de Roberto Rocha – o ex-governador queria ser o único candidato a senador das oposições, pois assim, acredita ele, teria chances contra os peemedebista João Alberto e Edson Lobão.
No entanto, não é a primeira vez que Vidigal revela inconfidências das táticas oposicionistas para satisfazer a sua ira.
Já em 2009, depois de concluído o processo de cassação de Jackson Lago, ele andou revelando detalhes da estratégia da natimorta “Frente de Libertação do Maranhão”, quando se disse enganado pelos amigos, uma vez que teria sido convencido a candidatar-se no Maranhão com a promessa de que ele seria o candidato prioritário do grupo. Os demais seriam os “laranjas”. Todo mundo sabe o que houve.
Este ano, já em plena pré-campanha eleitoral, andou disseminando, via Twitter, a informação de que Flávio Dino não era mais candidato. Para provar que não mentia, contou novamente detalhes de uma reunião da qual participaram caciques do tucano-pedetismo maranhense, rebatendo as críticas despejando toda sua ira contra os que o contestavam.
Não à toa, à boca pequena alguns o chamam “O Menino Maluquinho” da política maranhense.