Confrontado com denúncias de sonegação de impostos, uso de “laranjas” no Curso Wellington e de invasão de terreno público, candidato da coligação “Por amor a São Luís” resolve falar sobre tudo, e reclama: “perseguição política”
O deputado estadual Wellington do Curso (PP), da coligação “Por amor a São Luís”, concedeu hoje (13) entrevista exclusiva ao Blog do Gilberto Léda durante a qual falou abertamente sobre todos os temas mais polêmicos envolvendo sua candidatura na campanha eleitoral pela Prefeitura de São Luís.
Confrontado com denúncias sobre sonegação de impostos, uso de “laranjas” no Curso Wellington e de invasão de terreno do Estado, no Sítio Santa Eulália ele negou todas as acusações e se disse vítima de “perseguição política”.
Motivo? “A opção popular por minha candidatura”, alega.
Abaixo, a íntegra da entrevista
Blog do Gilberto Léda: Candidato, logo no início da campanha surgiu a denúncia de que o Curso Wellington, na verdade, não está em seu nome. Qual a história sobre a fundação e propriedade dessa instituição de ensino?
Wellington do Curso: À época do surgimento e fundação do curso, eu era impedido do exercício de atividade empresarial, já que era militar [sargento do Exército Brasileiro]. Por esse motivo, a criação se deu em nome da minha família, mas com a gestão de fato por mim, que me esforçava fora do expediente do quartel para dar excelência de ensino àqueles poucos alunos que se dedicavam em mudar de vida pela educação. Isso me motivava a ter 3 expedientes diários de trabalho. Depois de um tempo, e com a viabilidade financeira do curso, pedi o desligamento do Exército e passei a procurador e gestor da empresa Gradual Sistema Potencial de Ensino, cujo nome fantasia é o Curso Wellington, em alusão ao fato de eu ser sargento do Exército e as pessoas o conhecerem por “curso do sargento Wellington”. Desde então eu tenho poderes integrais para o desenvolvimento da atividade empresarial. Importante destacar que a empresa é gerida com a participação de meu irmão, que, diariamente, me acompanha e auxilia nas diversas tarefas, o que já afasta qualquer alegação de irregularidade no negócio. São inúmeros os casos em que se tem uma empresa familiar com a digital de apenas um membro e que este é quem corporifica o negócio. Isso nada tem a ver com a fraude intitulada de “laranja”, que é um artifício de quem pratica ilícito. No curso praticamos a ajuda mútua, com excelência e transparência, para o avanço social de nossos alunos. Os resultados que mostramos nesses 20 anos, a propriedade de nossas sedes, a fidelidade de nossos professores e funcionários são a prova da solidez e regularidade do Curso Wellington.
Blog do Gilberto Léda: Há, também, denúncias de sonegação fiscal. Débitos de ISS e IPTU, por exemplo. Sobre essa possíveis irregularidades, qual a posição do Curso Wellington e do Wellington candidato?
Wellington do Curso: Dívida é diferente de sonegação. Sonegar tributos é um comportamento que reflete a intencionalidade em fraudar o fisco, é a ação deliberada e sorrateira de não se cumprir a obrigação fiscal. Entretanto, essa obrigação fiscal nasce de ato unilateral da administração que faz o lançamento do que acha devido. É, por exemplo, você receber na sua casa um carnê de cobrança do IPTU constando que você possui uma casa de 1 mil metros quadrados quando na realidade sua casa mede 100 metros quadrados. Ou seja: você está sendo cobrado unilateralmente 10 vezes mais que o débito real. Obviamente, você irá buscar os meios legais para discutir o débito. Isso foi feito pelo Curso Wellington. Nós discutimos os débitos.
Blog do Gilberto Léda: Discutiu, ou está discutindo, de que forma?
Wellington do Curso: Em 2010, houve uma fiscalização tributária que entendeu por autuar a empresa em relação a possíveis diferenças quanto ao recolhimento de ISS. A empresa se defendeu administrativamente e a Prefeitura executou a possível dívida. A assessoria jurídica e contábil da empresa foi acionada para debater o caso em virtude de haver discordância quanto ao valor a ser pago, já que se vinha pagando os encargos normalmente, de acordo com o que é calculado pelo setor contábil da empresa. Estamos resolvendo com a assessoria a forma mais viável de solução dos dois problemas, ISS e IPTU.
Blog do Gilberto Léda: Se a fiscalização é de 2010 e você já ensaiou uma candidatura em 2012, depois confirmou candidatura em 2014, elegendo-se deputado estadual, a vinda desse assunto à tona tem a ver exclusivamente com sua candidatura a prefeito de São Luís?
Wellington do Curso: É claro que o objetivo é denegrir. O nosso avanço nas pesquisas e o crescimento da aceitação popular incomodam. Agora, lançar esse assunto na mídia sem ressalvar que a dívida está sendo discutida é, sem dúvida, temerário e direcionado para denegrir. O que deve ser esclarecido é o porquê de isso vir a público agora, mesmo se sabendo que o débito é da empresa e não individual, e é de 2010. Veja, deve ser ressaltado que o sistema interno da prefeitura foi acessado de madrugada, conforme o print dos documentos. Todos temos o direito de discutir as cobranças indevidas ainda mais quando a prefeitura é incapaz de utilizar os recursos técnicos e humanos especializados que possui e prefere utilizar uma ferramenta do Google, o Google Maps, para efetivar a cobrança do IPTU.
Blog do Gilberto Léda: E sobre a ação de reintegração de posse movida pelo Estado por conta de um terreno supostamente invadido por você?
Wellington do Curso: Essa é outra falácia, uma verdadeira mentira! A Procuradoria Geral do Estado (PGE) – e aqui farei uma crítica, apesar da consideração que tenho por aquele órgão – cometeu um erro jurídico infantil. Promoveu uma ação, apontando-me como réu e detentor da posse de um terreno na área que hoje abriga a Via Expressa. Entretanto, quem adquiriu o imóvel foi meu irmão, conforme o contrato de compromisso de compra e venda e procuração registrada em cartório que aqui apresento. Ou seja, a Procuradoria do Estado está movendo uma ação contra mim, quando na realidade quem comprou o terreno foi outra pessoa, que é meu irmão, é verdade, mas é a única pessoa capaz de responder pelo imóvel.
Blog do Gilberto Léda: Você diz que o terreno não pertence a você, mas a seu irmão. E o Estado alega ser ele o detentor da posse. A quem pertence efetivamente o terreno?
Wellington do Curso: Existe sobre aquela área uma discussão histórica de propriedade entre a União e o Estado do Maranhão. O Estado, inclusive, perdeu uma ação de reintegração de posse que foi arquivada por abono de causa na Justiça Federal, o que indica que o Estado não tinha provas da propriedade da área [veja sentença ao lado]. Outra vez o que se vê é a perseguição política em virtude da opção popular por minha candidatura.
Blog do Gilberto Léda: Você estava preparado para esse tipo de acusação? Havia como prever que esse debate seria levantado durante a campanha eleitoral?
Wellington do Curso: Eu sabia, quando me candidatei, que iria enfrentar esse jogo da velha política acusatória. Mas, sinceramente, minha vida tem sido uma corrida de obstáculos muito maiores do que esses, que não me desanimam. Pelo contrário, me mostram que eu estou no caminho certo.
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O desespero do governador e do prefeito é capaz de qualquer coisa.
Já era, Wellington!
Te manda pro Piauí (de onde tu vieste), que lá é teu verdadeiro lugar!
Não seria Ceará?
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