O ex-governador Zé Reinaldo (PSB) tem sido enfático em conversas com vários interlocutores nos últimos dias: acredita piamente que o atual prefeito João Castelo (PSDB) reelege-se para mais quatro anos de mandato em São Luís.
Decorre desse raciocínio – e de conversas com aliados – uma segunda inferência: o presidente da Embratur, Flávio Dino (PC do B), além de não ser candidato, não apoiará explicitamente nenhum dos pré-candidatos da oposição de esquerda na capital.
O raciocínio do socialista é o seguinte: Flávio Dino sabe que, se entrasse na disputa, ganharia fácil, no primeiro turno.
Fora dela, seus candidatos têm boas chances. Mas Castelo está no poder e tem amplass condições de virar o jogo quando a campanha eleitoral começar de fato.
Se declarar apoio oficial e fizer campanha a um dos seus aliados da oposição, e o atual prefeito reeleger-se, Flávio Dino acaba perdendo um importante aliado nas eleições de 2014 – sim, porque, embora adversários agora, Dino e Castelo podem jogar do mesmo lado no plano estadual, contra o grupo Sarney.
A lógica é pragmática ao extremo, como o próprio Zé Reinaldo tem mostrado ser nos últimos anos. E uma análise dessas, de alguém tão próximo de Flávio Dino, deve ser levada em consideração.
Gilberto,
Admitamos o seguinte: ” Quando da eleição para prefeito que o Flávio foi derrotado por Castelo, o mesmo foi aconselhado por interlocutores experientes e bem próximo, que não deveria recorrer do resultado da eleição movendo ações contra o Castelo. O argumento era que Castelo poderia apoiá-lo na eleição para governador. Considerando a diferença entre a Roseana e o Flávio, podemos facilmente deduzir que se tal fato não tivesse ocorrido, o Flávio teria sido eleito governador”. Daí em tese o raciocínio do José Reinaldo ser correto.
Grato pela colaboração
Meu caro Gilberto, a política precisa ser exercida de forma diferente do pragmatismo que, ao longo do tempo, tem caracterizado o proceder de figuras carimbadas desse meio. NÃO acredito que o Flávio Dino, assim como alguns novos políticos de geração nova, embarquem nessa mesma prática que torna a promessa política num jargão de mentida e engodo. Essa prática lamentável e triste, porém real, deve ser mudada pelas novas gerações de políticos, conscientes de seus objetivos e cientes de que as trasnformações só poderão ser concretizadas pela política. É ela, em sí, boa, necessária, porém seu exercício tem sido deteriorado ao longo do tempo, refletindo o mau caráter de muitos, resultando no descrédito a que chegou aos nossos dias. Cheguei a conclusão que a política e a prostituição têm muito em comum, quando a primeira é exercida da forma que, hoje, conhecemos. Encaminho-lhe o que escrevi, porém espero que novos políticos façam a diferença a começar pela assunção de posições claras, independentemente das reações ou consequências “eleitoreiras” futuras, marcando o novo proceder que se espera.
Um abraço,
Segue, para seu conhecimento (e publicação, se quiser), o que escrevi a respeito das duas profissões: prostituição e política.
A PROSTITUIÇÃO E A POLÍTICA
Todo mundo sabe que a prostituição é a primeira das profissões da história da humanidade. Cheguei à conclusão que a política é a segunda. Muito semelhante e identificada com a primeira, a segunda profissão, ao que tudo indica, é derivação, corruptela da primeira. Facilmente identificadas entre si, nelas há, sem esgotar as possibilidades: infidelidade, hipocrisia, promessas mil, decepção, incertezas, mudanças volúveis, propostas indecorosas, desonestidade, promiscuidade, abandono, lágrimas, venalidade, fantasias, envolvimentos, segredos, acertos de alcova, jogo de interesses, facilidades, prazeres efêmeros, dores, acenos, oportunismos, derrotas, relacionamentos instáveis, imprevisibilidade, mentiras, maledicências, entre outras tantas. Não me deixa dúvida essa afinidade, a utilização da expressão já consagrada, pela segunda, possivelmente adquirida por apropriação indébita, “zona eleitoral”. Talvez reflita ela essa simbiótica relação de intimidade entre as primeiras profissões da humanidade. Lamentavelmente, ainda não conseguimos diferenciá-las, com clareza, quando exercidas no seio da sociedade. Não seria, o que de imediato poderia parecer, o local (casa) onde são elas praticadas um elemento muito seguro para distingui-las. Isto porque, embora as casas onde ambas as profissões são exercidas há muito tenham instalações com semelhantes requintes, as práticas são as mesmas. É que reina em suas estruturas um volume de recursos invejável, despejado de forma ilimitada, não sendo à toa, no caso da primeira profissão, que tais casas eram identificadas como “casas de recurso”. Nem é preciso dizer da ostentação que revelam as casas onde a segunda profissão é exercida, nem a quantidade de recursos que elas manuseiam. São, estas também, verdadeiras casas de recurso. Por sua vez, os clientes de uma são os mesmos eleitores da outra, contribuindo para a manutenção das respectivas casas. Aliás, a liberalidade com que as somas são distribuidas nessas casas, revela que os favores são, sempre, bem remunerados. Nelas, igualmente, a antiguidade é posto, prestigiando-se a experiência, valendo mais as quem mais vivência tem na prática das negociações que prendem, vinculam e obrigam. Quem sabe, as gerações futuras possam fazer as devidas separações, coroando com dignidade cidadãos que estabeleçam, com clareza, a diferença das profissões, exercendo a segunda, com a seriedade que a ela deva ser prestada.
Grato pela participação