Do Globoesporte.com
Adriano faltou ao treino programado para esta segunda-feira, no Ninho do Urubu, e não apresentou justificativas. O motivo, porém, foi a visita que fez à Vila Cruzeiro, comunidade do Rio de Janeiro na qual foi criado. Depois de chegar de Porto Alegre com a delegação do Flamengo, o atacante recebeu amigos em sua casa na Barra da Tijuca para uma festa. Por volta das 5h, foi sozinho para a favela e passou o dia por lá. Às 18h desta segunda-feira, ao deixar o local em sua BMW branca, envolveu-se num acidente no qual um motociclista foi atropelado. Ninguém foi ferido gravemente.
À tarde, no Ninho do Urubu, o clima era de expectativa conforme se aproximava o horário do treino (15h30m) com o sumiço de Adriano. O GLOBOESPORTE.COM tentou contato com o diretor de futebol do Flamengo, Zinho, para comentar o assunto, mas não conseguiu. O atacante deve ser multado por conta da falta desta segunda-feira. Até mesmo sua permanência no clube passa a ficar em xeque.
Esta foi a segunda falta de Adriano a um treinamento desde que retornou ao Flamengo. Na última quarta-feira, o atacante treinou normalmente pela manhã, mas pouco antes do horário marcado para a atividade da parte da tarde, ligou avisando que não iria comparecer. Ele alegou cansaço.
Quando foi liberado pelo médico José Luiz Runco para assinar contrato com o Flamengo, Adriano disse que a partir dali sua relação com o clube seria outra.
– Agora eu posso ser cobrado. Depois que assinar contrato, tenho que ter mais compromisso com o clube – disse Adriano.
Depois, já com o contrato assinado, o Imperador admitiu que voltar a ter uma vida regrada não seria uma tarefa das mais fáceis.
– Não é difícil, mas quando você acostuma fazer certas coisas… acaba fazendo direto, vira meio que um vício. Você tem que ser muito forte, “não vou fazer mais isso”, tem que centrar. É minha última chance, se errar, vou falar com a minha família e amigos: “Gente, parei, acabou.” Tenho que aprender a ter uma vida normal de atleta para que possa voltar. Não vou mentir. No dia que puder fazer, na minha folga, ninguém é de ferro. Quando pode, não faz mal a ninguém. Mas tenho que ter essa regra para mim – refletiu à época o atacante.
Em 2009, Adriano passou três dias na Vila Cruzeiro sem dar notícias. Chegou a circular um boato de que ele teria morrido. Por fim, sua mãe conseguiu convencê-lo a ir para casa.
Segundo informou a assessoria de imprensa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o jogador foi visto por policiais andando com amigos na Vila Cruzeiro nesta segunda-feira.