O Sindicato das Empresas de Transporte (SET) de São Luís encaminhou nota ao titular do blog por meio da qual nega que esteja cobrada passagem de R$ 2,10 dos usuários que usam uma nova linha aberta entre a Deodoro e o Itaqui-Bacanga depois da proibição dos táxis-lotação (veja post abaixo).

De acordo com o SET, o valor da passagem é R$ 1,60. “A Prefeitura, paralelamente à operação para erradicar os piratas da cidade, criou 2 novas linhas na região (fato reportado na imprensa), operadas por 4 empresas (1001, Primor, Ratrans e São Benedito) no intuito de oferecer maior oferta de serviços no corredor da Av. dos Portugueses e no Eixo Fonte do Bispo / Deodoro), ao valor de R$ 1,60 ( e não R$ 2,10 como escrito no post); sendo que estudantes pagam metade deste valor e idosos e demais gratuidades são isentos de qualquer pagamento”, diz a nota.

O SET também contesta a informação de que os “piratas” prestavam ótimos serviços à comunidade e cita ocorrência de estupro, falta de assistência em casos de acidente e outros problemas mais.

Pois bem: o blog mantém tudo o que foi dito no post “Sem táxis-lotação, Taguatur abusa de usuários no Bacanga“, porque ouviu a reclamação sobre os preços de empregadas domésticas que moram na área do Anjo da Guarda. Foram elas que relataram o valor cobrado e o princípio de tumulto na quinta-feira (6).

Sobre a qualidade dos serviços, são usuários dessa mesma área que têm reclamado diariamente da falta que os chamados “carrinhos” têm feito.

Assim, quando se disse aqui que os “piratas” “prestavam ótimos serviços à população carente de transporte de qualidade”, quis-se dizer que eles são uma ótima alternativa às lacunas que as empresas vinculadas ao SET deixam.

É claro que atuar na ilegalidade não dá, mas extinguir o serviços também não parece a melhor saída. O ideal é o poder público encontrar uma forma de regularizar os alternativos.

Mas o SET, é claro, não quer. É que, para os empresários, quanto menos concorrência, melhor. Assim, eles podem continuar cobrando a passagem mais cara do país – com expectativa de mais aumento no ano que vem –  sem ser incomodados a dar qualquer conforto aos passageiros.

Apesar  disso tudo, e para o bem do bom debate, segue abaixo a nota completa encaminhada pelo sindicato.

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“Prezado Gilberto Leda,

Em respeito ao seu profissionalismo e responsabilidade jornalística de apuração com tem pautado o seu trabalho e blog, nos permita esclarecer alguns pontos importantes, referentes ao post sobre a atuação da Taguatur na área Itaqui – Bacanga x Questão dos Veículos Piratas:

O SET / Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís entende que há um grande equívoco em afirmar que os “os piratas prestam ótimos serviços à população carente de transporte de qualidade” conforme seu post.

Um ótimo serviço não contempla: Casos de estupros, acidentes com falta de assistência aos passageiros, falta de atendimento às gratuidades (idosos e estudantes). Sem falar na cobrança de até R$ 5,00 em dias específicos de crise pontual (greve de motoristas – paralisações do Transporte Coletivo) na área Itaqui – Bacanga. Infelizmente, esta é uma realidade entre os veículos piratas, ou os “táxi-lotação” como vem sendo denominados aqueles que atuam ilegalmente e para servir apenas aos interesses financeiros de seus proprietários.

Na verdade, dentre todas as áreas do Sistema de Transporte de São Luís, a área Itaqui – Bacanga é a de maior oferta de veículos por passageiros da cidade. Enquanto a média de passageiros por viagem em SLZ é de 85 passageiros, a área Itaqui – Bacanga possui uma média de 68 passageiros por viagem. Essa dado mostra que a oferta de ônibus nesta área é maior do que a média geral da cidade.

Além disso, a Prefeitura, paralelamente à Operação para erradicar os piratas da cidade, criou 2 novas linhas na região (fato reportado na imprensa), operadas por 4 empresas (1001, Primor, Ratrans e São Benedito) no intuito de oferecer maior oferta de serviços no corredor da Av. dos Portugueses e no Eixo Fonte do Bispo / Deodoro), ao valor de R$ 1,60 ( e não R$ 2,10 como escrito no post); sendo que estudantes pagam metade deste valor e idosos e demais gratuidades são isentos de qualquer pagamento.

As críticas ao Transporte Público são sempre válidas e de extrema utilidade para verificarmos os pontos a serem melhorados.

Mas tentar, de alguma forma, defender o transporte pirata – que em tantas cidades onde este opera, como Cartagena, Lima, Cidade do México, foi o responsável pelo caos do trânsito, além do fim da organização e controle do transporte coletivo, e ainda, pelo início da existência e força de poderes paralelos (como as milícias do RJ); é por tudo isso, no entendimento técnico do SET, um grande equívoco e um risco para a população em geral. 

ASSESSORIA DE IMPRENSA DO SET