Negligência ou sobrecarga?

A doméstica Vanessa de Sousa Saraiva, 18, foi autuada em flagrante hoje (15) por homicídio culposo de uma criança de 3 anos no Cohajap. Ela não viu o momento em que o menor deixou a parte interna da casa onde morava, dirigiu-se à piscina e acabou morrendo afogado.

Vanessa está sendo acusada de negligência pelos pais da vítima

É natural que, diante do choque pela perda de um filho de 3 anos – e quem nunca passou por isso não pode julgar os pais -, eles queiram encontrar um culpado.

Mas cabe à polícia, que investigará o caso, atentar para um fato: em seu depoimento, a babá diz que, além de cuidar da criança, precisava realizar outras tarefas domésticas. E que a tragédia ocorreu justamente quando ela desviou a atenção do bebê  porque cuidava das coisas da casa.

Portanto, para além da dor da família, cabe o debate: houve negligência da babá, ou ela estava sobrecarregada?

Com a palavra, a polícia e a Justiça…

11 pensou em “Negligência ou sobrecarga?

  1. Complicado, a pessoa ministrar duas tarefas totalmente distintas, dependendo do tamanho da casa, é difícil apenas uma pessoa realizar os afazeres e ainda mais cuidar de uma criança de 3 anos. No mais, força aos pais!

    • É como penso, Victor. Não se pode diminuir a dor, nem a revolta, dos pais, mas o caso deve ser apurado com cuidado porque há nuances que não podem ser desprezadas…

  2. Inpendente da situação de sobrecarga, se ela tinha que fazer comida, cuidar da casa, mas com certeza a sua prioridade é a criança. Pergunto você preferiria um arroz queimando ou uma criança morta? Ora, ela e nós sabemos que criança com a idade de 3 anos são travessos por natureza, no mínimo ela devia tê-lo colodo em um quarto trancado com uma tv antes de fazer alguma tarefa domiciliar que exigisse concentração total. Outro detalhe casas com psicina é um cuidado a mais, logicamente essa piscina não tinha rede de proteção, então a atenção maior ainda com a criança. Pra mim foi negligência.

    • Se a casa tinha piscina… será que não era de responsabilidade dos pais tomarem cuidado com a relação à criança, como por exemplo ter colocado uma rede de proteção e não confiar apenas nos cuidados da babá.

      • Penso que uma cerca em volta da piscina resolveria o problema… mas como disse no post, não se pode, agora, descartar nenhuma possibilidade. Estou apenas promovendo o debate…

        • Acredito que a negligência maior é dos pais, existe uma diferença entre babá e empregada domestica. Então para economizar, se acumula funções distintas. Criança, cega a qualquer pessoa, até mesmo os melhores dos pais, ainda mais uma pessoa jovem sobrecarregada.

          No entanto, meus pêsames para os pais que é uma dor irreparável.

  3. Também penso assim….o serviço de babá é muito intenso para fazer tarefas múltiplas….além do mais é preciso ter todo cuidado quando uma casa tem piscina e tem criança. O ideal é colocar tela de proteção ou lona cobrindo a piscina..

  4. A jovem prestou socorro após o incidente. Ademais, ela servia de babá e empregada da casa ao mesmo tempo. Ora, se a família é de classe média alta, por que não contratou duas funcionárias? Afinal, parece que a babá era sobrecarregada em suas funções.

    E tem outra: ela recebia remuneração condizente para esta dupla jornada de trabalho?? Independente da morte da criança, onde está a DELEGACIA DO TRABALHO (DRT) para fiscalizar esta relação patrão-funcionário?? Principalmente agora que virou questão de polícia?

    Cadê o tal do dôlo, que não foi visto pelo delegado ao estipular a absurda fiança de R$ 6.780,00?

    Dois pesos e duas medidas, como citou o blogueiro J. Aragão. O motorista Rodrigo Lima, que atropelou e matou duas pessoas ao dirigir um Corolla em alta velocidade na Av. Litorânea, foi preso mas liberado ao pagar fiança de R$ 6.000,00. O motorista ainda tinha sintomas de embriaguez alcoólica.

    P.S.: A despeito do valor absurdo, tenho informação de que o delegado autuou a babá por homicídio culposo (sic).

  5. É complicado. A responsabilidade era da babá, mas é como se ela fosse, metaforicamente falando, o goleiro sozinho contra um time de futebol, inteiro. Uma hora a bola vai entrar no gol. Para ter sucesso, precisa de apoio dos zagueiros, volantes, etc. Assim, a responsabilidade também era dos pais, por colocar medidas de segurança, como uma cerca, ou algo assim.
    Não se pode confiar simplesmente no fator humano. Ser humano erra, falha, não é perfeito. Para isso existem medidas de contenção. A partir do momento em que você cofia só no fator humano, mais cedo ou mais tarde um acidente ou incidente vai ocorrer.
    É muito parecido com aquele caso da técnica em enfermagem que aplicou o remédio errado e matou o paciente. Eram dois remédios diferentes, com embalagens parecidas, no mesmo armário. Contaram apenas com o fator humano, ou seja, que uma pessoa fosse sempre ler os rótulos. Entendeu a analogia? Pesquise um pouco sobre o Modelo de Reason (ou Reason’s Model – Reason é o nome da pessoa) e você vai entender mais.

    PS: Não deixei de visitar seu blog esses dias. Era o meu google chrome que estava com problemas, e fazia com que aparecesse sempre uma reportagem do dia 21 de fevereiro. Apenas ontem descobri o problema. Pensava até que você estivesse de férias e o blog parado. Lamento pelas informações que perdi em tempo real.

    • Na verdade esse problema foi causado pelo blog… fez com que o cache armazenasse sempre a mesma página… e era necessário atualizar o navegador pra poder acessar os posts atualizados… mas já está tudo resolvido, enfim… abs

  6. Gilberto, é bom quando se vê comentários equilibrados no blog. Penso que tudo deve ser levado em consideração e, certamente, o magistrado deverá analisar os meandros da situação fática em que se encontravam a babá e a criança. Sente-se pela dor imensa da família, porém não se deve confundir JUSTIÇA com VINGANÇA. Essa causa demandará um magistrado justo e equilibrado.

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