Socorrões e a “visita ao inferno”

Do Globo Repórter

socorraoHá muitos brasileiros pedindo que suas preces sejam ouvidas. É assim nas emergências de São Luis do Maranhão onde estivemos em 2011.

As duas emergências, conhecidas como Socorrão 1 e Socorrão 2, não podem continuar assim. A equipe do programa volta agora em 2013 para encontrar uma situação ainda pior. Foi como fazer mais uma visita ao inferno. Doentes e acompanhantes padecem, pioram ou adoecem.

Não existe privacidade nesse ambiente de completa degradação.

“Por que se acumulam na emergência? Porque não há leito. Por que não há leito? Porque a política do Governo Federal fechar os leitos, isso é um dos maiores absurdos”, explica Roberto Luiz d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.

“Cada vez mais você tem que reduzir em algumas áreas e crescer em outras. Nós devemos ter cerca de 360 mil, nós precisaríamos mais uns 100 mil leitos no SUS nos próximos anos, mas mudando o perfil desse leito para UTI, adulto e neonatal, clínica médica complexa exatamente para idoso e doente crônico, traumato-ortopedia. Esse é o perfil moderno, é o hospital que o SUS tem que mirar”, afirma Helvécio Magalhães, secretário nacional de Atenção à Saúde.

Em 2011, quando o Globo Repórter esteve em Taguatinga, no Distrito Federal, o hospital regional parecia um hospital de campanha em uma zona de guerra.

Agora, a equipe volta ao mesmo local para conferir o que mudou. O diretor recebe a equipe com boa vontade, animado com a informatização, preocupado com o tomógrafo quebrado. Ele explica que a demanda de 20 mil pacientes por mês, vindos de cidades vizinhas, dificulta as mudanças.

Roni Mafra de Lima, diretor do hospital: Quanto mais você trabalha e melhora um serviço, tem uma tendência natural de que as pessoas procurem esse serviço. Eu acredito que a coisa só funcionária bem se todas as pessoas fizerem bem o seu papel.
Globo Repórter: Se todos os serviços melhorarem?
Roni Mafra de Lima: Os serviços melhorassem, todos os estados ajudassem nesse papel da saúde.

A falta de colaboração e organização já está pondo a perder as melhorias da reforma feita no local. As macas estão se multiplicando pelos corredores. São a parte visível da falta de leitos na chamada retaguarda.

Falta lugar para internar quem já passou pela emergência, mas ainda precisa de cuidados. Faltam leitos principalmente para os mais velhos e para a área de psiquiatria.

Os médicos ficam exaustos.

Marcelo Araújo, cardiologista: A gente tem aqui na cardiologia hoje internados 60 pacientes. Para prescrever, para avaliar, para ver exame complementar.
Globo Repórter: Era assim que o senhor queria estar trabalhando?
Marcelo Ferreira de Araújo: De maneira nenhuma. Aqui devia ter no mínimo mais dois cardiologistas trabalhando com a gente, no mínimo.

Difícil dentro, triste do lado de fora. Onde esperar no chão é sina de crianças com febre como Pedro. De mães sem esperança como Maria da Conceição.

“Os filhos da gente adoece se a gente não tem, não tem dinheiro pra pagar uma consulta particular é isso que a gente passa. Você viu aí que a menina caiu com a mulher. Isso é uma falta de vergonha. A capital do Brasil nessa situação que tá aqui?”, desabafa Maria Camelo, dona de casa.

Enquanto isso…

erico

Érico Cantanhede, diretor do Socorrão I, e seus versos no Facebook

15 pensou em “Socorrões e a “visita ao inferno”

  1. Gilberto, este prefeito( Edvaldo arruma a casa),nunca administrou nem o quintal de uma casa,me diz como é que esta rapaz vai administrar uma cidade como São Luís,com essa população de hoje.Qual é a experiência que este rapaz tem……….

  2. Deveriam ter ido na SES, deveriam ter realizado uma entrevista com o Secretário e perguntar o porque de os 72 hospitais anunciados no interior do estado não estão funcionando, vamos analisar aqui: 72 hospitais com a minima infra estrutra em um estado com 217 municípios ajudaria muito, pergunto-me, porque aqui anda sempre cheio de doentes do interior do estado?

    • Não somos capazes de nada, quem disse que ele é capaz foi voce. Mais se a violencia aumenta nas ruas por falta de segurança?, tudo vai para os socorrões que serve para ressussitar e dar esperança a muitos, mais vc não está ajudando faça sua parte meu irmão. nunca se imaginava que os socorrões fosse cheis de presidiários feridos mais isso acontece todo dia e a culpa é do estado e não do municipio, pois afrouxaram para os marginais e estão em alta fazendo vitimas todos os dias. agora fazer milagre? só Jesus nessa terra de loucos. que não se pode mais nem sai de casa, quanto mais marcar uma consulta no sus. esse problema é no brasil inteiro. e sem falar na africa, afeganistão e outros que estão ainda pior do que nós.

    • Vai em Morros e veja como temos ali um hospital do estado recebendo todos que batem em sua porta, viage meu amor e veja a verdade.

  3. Vamos parar de botar culpa um nos outros! O problema existe a décadas. Passa de um gestor p/ o outro. É preciso estudos mais aprofundados…São Luis recebe doentes de quase todo o interior, qdo ele não dá conta nem dos nossos…O Brasil passará em pouco tempo, com o aumento da população de idosos.Alguns planos de saúde não estão aceitando idosos .Portanto aumentará a demanda no SUS e, em todas as institições de saúde. Já fui atendida em algumas. E, fui bem atendida.! O que falta são os aparelhos digitais p/ exames mais precisos. Não adianta, a população esta bem esclarecida e sabe o que é bom.É um problema de todo o Brasil. E o Globo reporter mostrou tudo…Não foi só no Maranhão.

  4. esse Erico como poeta é um péssimo gestor kkkkkkkkkkkkkkkkk. Só escreve bobagens e cheio de erros. Q horror

  5. O problema dos Socorão I e II é fato por causa da inoperância do Governo. Como? Não cumprindo com a promessa de campanha de fazer hospitais nos interiores. Por isso, a falta de leitos nos socorrões. Mas uma coisa é certa, todos que precisam de atendimento médico recorrem ao Socorrão I ou II e por mais que ficam em corredores, mas são atendidos. Queremos do Governo não UPA’s do Governo Federal, porém hospitais de urgência e emergência para atender os maranhenses.

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