ARTIGO: A Grande Ilha do Maranhão

Por Adriano Sarney*

O fortalecimento da agricultura familiar foi o tema de meu último artigo da série “Desenvolvimento Regional Sustentável.” Hoje, vamos voltar nosso olhar para a metropolização da Grande Ilha do Maranhão, suas consequências e soluções.

adrianoComo todos sabem, a Grande Ilha apresenta vários problemas decorrentes do crescimento e da ocupação desordenada, principalmente de São Luís, mas também dos outros municípios que a compõem, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. O trânsito caótico que tomou conta de nossa área metropolitana, a violência, a precariedade da destinação do lixo, assim como os baixos índices de cobertura dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, impactam diretamente na poluição do solo, das praias, dos rios e dos mananciais. Estas são algumas das consequências da falta de planejamento e de um instrumento de gestão participativa e compartilhada dos municípios da Ilha com o apoio dos governos Estadual e Federal.

Em 1987, o atual membro da Executiva Estadual do Partido Verde e ex-deputado, Nan Souza, propôs a Carta de Urbanismo da Grande São Luis, o pontapé inicial para a criação de leis e ações que regem a Região Metropolitana da Grande São Luís – RMGSL. Na época foi viabilizado um financiamento junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, para estruturação do Laboratório de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto da UEMA que monitora, inclusive com imagens de satélite, o crescimento da cidade e presta, até hoje, um importante serviço para a sociedade. O Laboratório precisa ser mais apoiado e valorizado como uma ferramenta importante para balizar o nosso crescimento. Contudo, após 27 anos, não se vê novas ações práticas no sentido de desenvolvermos de maneira sustentável a nossa região metropolitana apesar da homologação da lei de criação da Região Metropolitana – RM, Lei Complementar Estadual No 38 doze anos depois do lançamento da Carta.

Segundo o Prof. Jurandir Fernandes, da UNICAMP, um dos maiores especialistas da área, a “região metropolitana é o conjunto de problemas comuns a serem resolvidos por prestação de serviços comuns. Indo mais além, exige planejamento socioeconômico, territorial, controle do solo e ordem política institucional.” Ou seja, a solução é o planejamento e para isso é preciso uma gestão compartilhada dos municípios da Grande Ilha. A primeira etapa, então, passa necessariamente pelo campo político e é aí que estamos estagnados há quase 30 anos. A Prefeitura de São Luis, que é a cidade-sede da região e que deveria capitanear todo esse processo, nunca se interessou de fato em organizar um consórcio, uma agência ou um comitê gestor para tratar de assuntos metropolitanos. Outra questão é a eterna incompatibilidade política entre os governadores e os prefeitos da capital. As disputas políticas sempre falaram mais alto do que as parcerias institucionais. Soma-se a isso, as sobreposições de limites geográficos das cidades da Ilha, motivo de disputas judiciais entre os municípios, quase sempre com o objetivo de aumentar suas populações e receberem mais repasses federais.

Observam-se iniciativas isoladas do Governo Estadual como, por exemplo, a construção do Corredor Metropolitano para desafogar o trânsito pesado entre as cidades. Contudo, sem ações e políticas integradas e coordenadas, sem um comitê gestor que tenha autonomia e funcione, as forças públicas permanecerão competitivas em vez de cooperativas e nunca avançaremos. É primordial que os sistemas de transportes, de informação, de segurança, de saúde e os serviços de infraestrutura sejam planejados em conjunto para atender toda a região metropolitana, é preciso um planejamento integrado de políticas econômicas, sociais, habitacionais, ambientais, segurança e saúde que garantam qualidade de vida as pessoas. O desinteresse e desalinhamento político certamente já fizeram com que a Grande Ilha deixasse de captar importantes recursos federais que são destinados para áreas metropolitanas em todo o país. Deixamos passar também boas oportunidades de criar concessões, consórcios públicos e parcerias público-privadas visando uma maior flexibilização e agilidade na execução de obras e prestação de serviços públicos.

Nunca é tarde para começar um processo de cooperação no âmbito da esfera pública, acima dos interesses político-partidários e mais próximo das necessidades das populações dos municípios. O processo de metropolização deve ser, assim, orientado e conduzido sob a ótica do desenvolvimento regional sustentável, com a participação, não apenas da máquina publica, mas também da sociedade civil, do setor privado, das entidades, das organizações não governamentais. O cidadão consciente de seu dever e de seu lugar na sociedade é o motor desse processo de transformação e desenvolvimento.

No próximo artigo, discorreremos sobre uma paixão, o Centro Histórico de São Luis, e de que forma poderemos dar sustentabilidade a este Patrimônio da Humanidade com a necessária independência das ações do poder público. Acompanhe todos os artigos da série “Desenvolvimento Regional Sustentável” também no Facebook.

Fontes: IBGE, Governo do Estado, Sebrae, Prof. Lúcio Antônio Alves Macêdo,  Nan Souza membro da executiva do PV, Prof. Jurandir Fernandes.

*Adriano Sarney, economista, empresário e administrador, Coordenador Metropolitano do Partido Verde/MA, Mestrado em Economia na Université Paris I Sorbonne, Pós-Graduação em Gestão na Universidade Harvard. 

Fanpage oficial: www.facebook.com/adriano.sarney

10 pensou em “ARTIGO: A Grande Ilha do Maranhão

  1. MUITO FRACO!!! QUE PENA, ESSE CURRÍCULO É MUITO PEQUENO MESMO! Já fez concurso público ou trabalhou somente por indicação?

  2. Adriano, espero que você transforme suas palavras em ações que possam proteger nossa querida Upaon Açu, dos empresários do setor de construção civil que querem apenas desmatar para construir condomínios. Na década de 60/70 não existia o Programa Agricultura Familiar, mas os moradores da Maioba e adjacências produziam quase toda verdura consumida pela população de São Luis. Hoje com a grande poluição dos rios quase nada é produzido, até maxixe e quiabo são importados do Ceará.

  3. É muito estranho, estranhissimo, somente agora esse garotão playboy da sorbone ficar falsamente se preocupando com questões ambientais e sustentaveis no MA. Por que que a sua formação academica não lhe rendeu capacidade de pelo menos orientar a sua familia a não deixar o MA em condições insustentveis, indecentes e desastrosas durante muitos anos? Agora ele aparece para aglutinar babões como vc, comprá-los com o dinheiro do povo, sustentar com equipamentos de primeira os blogueiros capachos, enfim, está aperecendo também porque a familia está sendo expulsa do MA e do Amapá. Por que tu não divulga o episódio de ontem (23) lá no Amapá, as vaias que teu patrão levou e o pedido de “fora, cai fora”? Eu tenho um sobrinho que estava no momento e gravou muito mais do que está sendo j´-a mostrado nos blogs. Aguarde. Não tenho nada contra o Adriano, ele estudou, se preparou e é livre e democrático o seu direito de concorrer, mas só agora? O que dá nojo são dos pseudos comunicadores como vc, almofadinho sustentado com o dinheiro do povo. Só quer andar bem arrumado, em carro bom, bacanal, agora por conta do dinheiro do povo, crie vergonha, vá trabalhar honestamente. esse é o exemplo que vai dar para os teus filhos? Que decepção quando eles souberem (se não já sabem) do teu comportamento. Não faça isso, eles merecem o melhor para suas formações, não seja indigno com tua familia. Tu estais traindo os princípios da familia.

  4. Muito bom o artigo.
    Esse rapaz é realmente muito preparado. Tomara que chegue e faça a diferença na Assembleia.

  5. Esse rapaz merece um crédito de confiança, se não tivesse o nome ‘sarney’, seria melhor ainda, picado pela mosca azul, dificilmente as pessoas acreditarão no que ele diz, pode está eivado de boas intenções, se não fosse essa mancha, cujo nome “sarney” estraga tudo, tem tudo para ser, e fazer o contrario que o nome representa, hoje o nome sarney é sinônimo de atraso e miséria, é um nome desprezível e repugnante…
    Lamentável, é a maldição que tens que carregar pelo que este nome representa…

  6. Esse cara abandonou as pessoas que o ajudaram a iniciar a sua trajetória na política, dou como exemplo a ex-prefeita Bia Aroso. Se começa a agir assim com quem estendeu as mãos imagine ao povo…

  7. Ô, povo ingrato e sem imaginação! Sempre o mesmo discurso cansativo.

    Vão vocês procurar trabalhar e ajudar a fazer o Maranhão que tanto pregam, mas que não movem uma unha pra ajudar.

    Criticar os outros com esse discurso vazio, no conforto do ar condicionado de vocês é fácil.

    Quero ver é ter a coragem do Adriano, que poderia usar todo o conhecimento que tem apenas para usufruto próprio, mesmo sabendo que invejosos e demagogos iam vir com esse discurso caquético, dá a cara pra bater, vai pra rua apresentar suas ideias e usa seu conhecimento para pensar em soluções efetivas para o desenvolvimento do estado, e não fica só reproduzindo utopia comunista-oportunista.

    Meu voto é dele!

  8. Artigo maravilhoso, parabéns Adriano tem muita gente despeitadas, não deixe que pessoas baixas, ingratas e desinformadas te afete negativamente, vá em frente com seus projetos que tem muita gente que precisa de pessoas como vc que tem atitudes inovadora. Boa sorte

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