Ultra-esquerdista minimiza apoio de petista, e ironiza dupla declaração de apoio a candidatos maranhenses ao sugerir acareação para saber quem ele apoia de fato

O candidato a governador pelo PSol, Antonio Pedrosa, criticou ontem, por meios de postagem em redes sociais, a “disputa” travada entre os candidatos da coligação “Pra Frente, Maranhão”, senador Edison Lobão Filho (PMDB), e da coligação “Todos pelo Maranhão”, Flávio Dino (PCdoB), pelo apoio do senador paulista Eduardo Suplicy (PT).

Os comunistas divulgaram vídeo do petista pedindo voto a Dino na convenção do partido, no final do mês de junho. Nesta semana, a coordenação de campanha do peemedebista apresentou nova inserção, mais recente, em que o senador declara voto em Lobão Filho, ao destaca a convivência entre os dois durante os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento, no Congresso.

Pedrosa minimizou os efeitos das declarações de Suplicy em favor de qualquer um dos postulantes ao cargo de governador do Maranhão, e ironizou a postura do petista, ao afirmar que apenas uma “acareação” poderia quem ele realmente apoia na eleição deste ano no Maranhão.

“O caso do vídeo de Suplicy vai terminar descambando para uma acareação. Afinal, em quem vota o Senador? É um caso de voto duplo”, questionou.

O ultra-esquerdista alfinetou, ainda, o candidato Flávio Dino, ao citar o fato de que, mesmo sendo de um partido da base aliada à presidente Dilma Rousseff (PT), o comunista abriu seu palanque para os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

“No Maranhão, pode [declarar voto em mais de um candidato]. Aqui tem até palaque triplo! Lembram do salto triplo mortal escarpado da ginástica olímpica? Pois é. Aqui a política faz malabarismo com a lógica simples da coerência”, completou.

Declaração

O vídeo com a declaração de apoio de Eduardo Suplicy a Lobão Filho foi apresentado pelo coordenador de campanha da coligação “Pra Frente, Maranhão”, Márcio Coutinho, em entrevista coletiva na quarta-feira, dia 16. Na inserção, o petista cita, ainda, o entrosamento do peemdebista com a presidente Dilma Rousseff.

“Quero aqui recomendar a todos os maranhenses que, como governador, Lobão Filho vai estar extremamente entrosado com a presidente Dilma Rousseff, a nossa candidata à Presidência da República, e procurando fazer do Maranhão um estado onde possa estar assegurada a aplicação dos instrumentos que signifiquem a aplicação dos princípios de Justiça”, disse.

O senador ressaltou, também, o trabalho do colega maranhense à frente da Comissão Mista de Orçamento. “Nós temos tido uma relação de construção de respeito mútuo e, sobretudo quando ele foi presidente da Comissão Mista de Orçamento, tivemos um entendimento na defesa do interesse público e do desenvolvimento econômico e social de todo o Brasil com a devida apreciação de todas as emendas e sugestões que eu próprio e todos os colegas, de maneira republicana, ele sempre procurou ouvir”, completou.

PCdoB se afasta do PT no Maranhão

Embora conte com o apoio de alguns militantes petistas, o PCdoB – mesmo sendo legenda da base de apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) – está cada vez mais distante do PT no Maranhão.

Na semana passada, o distanciamento ficou ainda mais evidente. Um dia após participar de agenda com o presidenciável Eduardo Campos (PSB) em São Luís – na qual o socilista lançou ataques contra Dilma -, o candidato da coligação “Todos pelo Maranhão”, Flávio Dino (PCdoB), viu seu partido ignorar reunião da coordenação de campanha da presidente no estado.

A ausência, injustificada, segundo a coordenadora do PT Berenice Gomes, leva a crer que o PCdoB não estará no palanque de Dilma no Maranhão.

“Eu acredito que eles [o PCdoB] não farão parte do palanque da presidenta Dilma no Maranhão. O PCdoB foi o único partido que não participou desse primeiro encontro. Eles alegaram que a direção do partido tinha outros compromissos, mas não revelaram quais”, disse Gomes.